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Maria Bethânia diz que CDs são 'paupérrimos' e explica veto de compositor a gravação de 'Evidências': 'Ele não gosta da cantora, não deixa ela cantar'

Intérprete baiana lança 'Noturno', primeiro disco de inéditas em sete anos
A cantora Maria Bethânia Foto: Jorge Bispo / Divulgação
A cantora Maria Bethânia Foto: Jorge Bispo / Divulgação

Maria Bethânia, 75 anos, lança nesta sexta-feira “Noturno”, seu primeiro álbum autoral, com inéditas, desde “Meus quintais” (2014). Uma aguardada gravação, porém, ficou forçadamente de fora: “Evidências”, hit sertanejo de Chitãozinho & Xororó, cuja gravação não foi autorizada por um dos seus autores, o cantor José Augusto.

— Ele está no direito, não gosta da cantora, não deixa ela cantar — limita-se a dizer Bethânia, que incluiu “Evidências” no repertório do show intimista “Claros breus”, realizado no Rio em 2019.

30 anos: Como 'Evidências', de Chitãozinho e Xororó, virou clássico além do sertanejo e hit de karaokês

“Noturno”, porém, tem composições de jovens como Zeca Veloso, sobrinho de Bethânia, Tim Bernardes (da banda O Terno), e também de autores recorrentes da discografia da baiana, casos do conterrâneo Roque Ferreira (“Lapa santa”, “Música música”), do paraibano Chico César (“Luminosidade”) e da gaúcha Adriana Calcanhotto, que se saiu com a canção mais forte (e das mais recentes) do disco: “Dois de junho”, sobre a morte, em 2020, do menino Miguel, de 5 anos, ao cair do alto de um prédio no Recife enquanto estava sob os cuidados da patroa de sua mãe.

A demora da fabricação do CD atrasou algumas semanas o lançamento de “Noturno”, que também sairá nas plataformas de streaming.

— Na verdade, eu nem acho que fosse ter disco, porque não tem nem loja que venda! Mas a ( gravadora ) Biscoito Fino tem a tradição de ter disco e existem colecionadores, pessoas que gostam de ter o CD. Adoraria que fosse um LP, porque acho sempre que é mais nobre, é preto, é chique... não é essa coisa cintilante de quinta categoria. Acho o CD paupérrimo, mas é o que temos — reclama Bethânia, que só viu o irmão Caetano Veloso umas duas vezes desde o início da pandemia. LEIA A MATERIA NA ÍNTEGRA