Música
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Por Mari Teixeira


“É o primeiro show que eu tenho a coragem de colocar meu público sentado para ouvir minhas canções”, admite Preta Gil que nesta terça-feira (12) se apresenta no Teatro João Caetano, no Rio de Janeiro. O show “Toda Preta” — com ingressos esgotados — marca as comemorações de duas décadas de carreira da cantora e faz parte do projeto “Fim de Tarde”, em parceria com a FUNARJ. Diferente do que costuma fazer, a apresentação conta apenas com canções que fazem parte de cinco de seus seis albuns — algumas nunca interpretadas ao vivo. Aos 48 anos, ela considera o feito um “presente”.

— Precisei de 20 anos para abraçar meu repertório. Eu tinha a síndrome do “tira o pé do chão”. Comecei cantando em trio elétrico, sempre achei que era cantora de baile e isso mostra uma insegurança. No começo da minha carreira eu fui tão desacreditada em tantos aspectos, especialmente como intérprete, acabei abraçando o rótulo de “showoman” e o lugar de cantora foi ficando menor — explica Preta, dizendo que desde o primeiro show, em 2002, contava piada, dançava, interagia com a plateia e, a partir disso, abraçou todas as oportunidades que surgiram.

No repertório do show estão músicas escritas por Preta, Pedro Baby, seu pai, Gilberto Gil (“Praga”), e seu filho, Francisco:

— Na época em que gravei “Praga” eu não dei valor. Meu pai me mandou num papelzinho escrito com a letra dele, vi que o nome da música era “Praga” e falei “ué…achei que ia chamar ‘minha filha amada’” (risos). Mas depois entendi que é uma das maiores declarações de amor que ele poderia me dar. Demorei anos para entender a complexidade dela. Hoje em dia tenho não só coragem, mas orgulho de interpretar essa música. Tenho certeza que vou cantá-la para sempre — conta, explicando que a canção fala contra todas as manifestações de ódio que ela recebeu ao longo da carreira. Críticas essas que a ajudaram a construir uma “personalidade muito plena”, diz.

E desde que resolveu seguir a carreira artística, Preta precisou se afirmar. Afinal, ser filha de Gilberto Gil — eleito na última semana como “imortal” na Academia Brasileira de Letras — gerava comparações e associações, no início, incômodas.

— Posso fazer de tudo, vou ser sempre a filha do Gilberto Gil e não vejo isso de maneira negativa. Obviamente, a gente demora para entender isso, num primeiro momento as comparações incomodam, os rodapés das matérias incomodam, mas isso não me limita. Sou maximizada por ser filha do Gilberto Gil. Olha que dádiva. Por que eu vou querer colocar isso num lugar ruim? Quando entendi isso, foi uma virada de chave grande, consegui ser a Preta Gil — orgulha-se.

Bloco da Preta

Ainda não é esse ano que os trios elétricos do Bloco da Preta farão seu retorno. Por enquanto, a cantora prefere os eventos fechados onde pode ter o mínimo de controle sanitário, e, mesmo assim, fez um show em março e fará apenas uma apresentação em abril e outra em maio. Carnaval mesmo só em 2023.

Porém, o ano vem cheio de novidades. Em junho, estreia pela Amazon Prime “Em casa com os Gil”, uma série documental que acompanhou toda a família Gil durante duas semanas enquanto preparavam a turnê internacional que contará apenas com os familiares no palco e deve ter início em julho:

— Foi uma experiência intensa, mostra a gente na nossa essência. Além disso, é a primeira vez que eu viajo numa turnê com meu pai. Todos os meus irmãos já foram e quando eu era adolescente eu nunca ia, não sei porquê. Eu estava dispersa, ou afim de um menino da escola, ou de recuperação (risos). Estou meio que nem criança indo para parque de diversão, muito eufórica com a gente indo fazer essa turnê na Europa e, quem sabe, trazer para o Brasil.

Além da turnê, a família Gil está preparando um show especial para o Rock in Rio em setembro, em homenagem ao patriarca e comemoração de seus 80 anos de idade. Preta, por sua vez, aproveita a maturidade dos seus 20 anos de carreira para um “recomeço” e está preparando um álbum de composições inéditas e autorais.

— Pela primeira vez me propus a compor as canções. Esse show poderia ser o “baile da Preta”, que eu já faço, mas hoje me sinto em paz e plena pra me resgatar e ousar. Outras pessoas vão acessar o meu trabalho e eu quero esse momento, de poder conhecer esse novo público e me reconhecer através dele.

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