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Atração do Palco Sunset do Rock in Rio 2019, Charlie Puth prepara sua estreia no Brasil

Anunciado junto com a cantora britânica Jessie J, americano lançou em maio seu segundo álbum
Charlie Puth: americano traz ao festival os temas de 'Voicenotes' Foto: JAKE MICHAELS / NYT
Charlie Puth: americano traz ao festival os temas de 'Voicenotes' Foto: JAKE MICHAELS / NYT

RIO — Ao buscarmos na internet o nome do americano Charlie Puth, anunciado nesta quinta junto com a cantora britânica Jessie J, como atração do Palco Sunset do próximo Rock in Rio, saltam aos olhos números estratosféricos. No Spotify, são 19 milhões de ouvintes mensais. O clipe de “See you again”, faixa-chiclete dividida com o rapper Wiz Khalifa na trilha de “Velozes e furiosos 7” (2015), foi visto 3,9 bilhões de vezes no YouTube. O de “We don’t talk anymore”, com Selena Gomez, outras 2 bilhões. Os números, frios, não empolgam Puth. Muito pelo contrário.

— Eu odeio cada música do meu primeiro álbum, exceto as que eu fiz. Infelizmente, eu permiti que a gravadora fizesse o que quisesse comigo naquele disco. Quase nada daquilo sou eu — lamenta, ao lembrar da fase de “Nine track mind” (2016), em papo por telefone com o GLOBO.

Aos 27 anos recém-completados, porém, Charlie Puth está finalmente satisfeito com o trabalho. Lançado em maio, “Voicenotes”, seu segundo álbum, tem a cara do cantor e compositor: ele conseguiu convencer a Atlantic, um dos selos ligados à Warner Music, de que poderia capitanear a própria carreira. Diferentemente da estreia, Puth assina e produz todas as faixas de “Voicenotes”, cujo repertório trará ao Rock in Rio em seu primeiro show na América do Sul.

— Essa liberdade foi possível porque eu consegui fazer ótimas músicas sozinho, e a gravadora percebeu minha capacidade. Eu não ligo muito para o que eles pensam sobre mim, na verdade, mas estou feliz por finalmente ter mostrado ao mundo, com esse disco, quem eu sou — comemora o americano de Nova Jersey, “nerd musical” confesso, filho de uma professora de música e que toca piano desde os 4 anos de idade.

Uma ‘festa selvagem’

Produzido na estrada, em meio à extensa turnê do tal doloroso disco de estreia, “Voicenotes” concorre ao Grammy de melhor engenharia de gravação. O disco reflete a forma como Puth lidou com a fama meteórica (“nunca vou amar ser famoso, mas amo tocar para os meus fãs. Faz parte do jogo”) através de baladas de piano, r&bs sombrios remetendo ao fim da década de 1980, de Babyface e Terry Lewis, e canções pop radiofônicas.

Jessie J: cantora se apresentou no Palco Mundo, no Rock in Rio de 2013 Foto: Ivo Gonzalez
Jessie J: cantora se apresentou no Palco Mundo, no Rock in Rio de 2013 Foto: Ivo Gonzalez

O disco recebeu críticas mistas, mas melhores do que “Nine track mind” exatamente por trazer um artista de essência ainda pop, que dialoga com diferentes tipos de público, mas que soube apresentar composições maduras, como o hit “Attention”, que também caminha para o seu primeiro bilhão no YouTube.

A mudança de postura é refletida até nos convidados do disco: enquanto o primeiro traz nomes ligados ao público teen, como Selena Gomez e Meghan Trainor, “Voicenotes” conta com os veteranos James Taylor e Boyz II Men, além do vozeirão da cantora Kehlani.

— Eu mixei todo o álbum sozinho, no banco de trás do meu ônibus de turnê. Ele só faz sentido por ter sido assim. É um disco que reflete os altos e baixos da estrada. Tem momentos de dor e desespero, mas também tem espirais de felicidade — conta o músico.

Empolgado por fazer sua estreia no Brasil, Puth promete aos fãs que tanto o convidaram nas redes sociais uma “festa selvagem”. E adianta que poderemos ouvir novidades por aqui:

— Acho que até outubro eu terei algumas canções prontas.

Charlie Puth fecha o Palco Sunset no dia 5 de outubro, o mesmo que já tem P!nk, Black Eyed Peas e Paralamas do Sucesso confirmados no Palco Mundo. Jessie J é a primeira artista confirmada para o dia 29 de setembro.