Cultura Música

Beyoncé garante: 'Formation' não é contra a polícia, é contra a injustiça

Em rara entrevista, cantora também explicou sua interpretação sobre feminismo
Beyoncé durante sua apresentação no intervalo do Super Bowl, em fevereiro Foto: EZRA SHAW / AFP
Beyoncé durante sua apresentação no intervalo do Super Bowl, em fevereiro Foto: EZRA SHAW / AFP

RIO - A cantora Beyoncé afirmou que a sua música “Formation” não é “antipolícia”, e sim contra a injustiça e a brutalidade policial. Em uma longa e rara entrevista, concecida a revista "Elle", a artista explicou também sua interpretação sobre feminismo.

"Formation" causou polêmica ao ser apresentada no intervalo do Super Bowl , em fevereiro, com críticas à morte de jovens negros por policiais, gerando protestos . O figurino das dançarinas era uma homenagem aos Panteras Negras

“Quem interpretou minha mensagem como 'antipolícia' está completamente enganada. Tenho muita admiração e respeito pelos policiais e por suas famílias, que se sacrificam para nos manter seguros. Mas vou ser clara: eu sou contra a brutalidade policial e a injustiça. São coisas diferentes”, destacou.

A artista afirmou que se sente orgulhosa por contribuir para a discussão sobre temas raciais.

“Se celebrar minhas raízes e minha cultura durante o Mês da História Negra incomodou alguém, esses sentimentos já existiam muito antes do vídeo e muito antes de mim. Tenho orgulho do que nós criamos e tenho orgulho de fazer parte de uma conversa que está levando as coisas para frente, de maneira positiva”, disse.

Beyoncé ainda comentou sobre sua militância pelos direitos das mulheres. Ela explicou que resolveu utilizar o termo “feminista” em sua música “Flawless” e nos seus shows para esclarecer o significado da palavra.

“Não tenho certeza sobre o que as pessoas sabem ou entendem sobre o que é uma feminista, mas é muito simples. É alguém que acredita em direitos iguais para homens e mulheres. Não entendo a conotação negativa da palavra, ou porque ela excluiria o sexo oposto. Se você  é um homem que acredita que sua filha deve ter as mesmas oportunidades que seu filho, você é feminista”, afirmou.

A cantora ressaltou, contudo, que o uso do termo pode deixar outros temas de lado.

“Não gosto, nem apoio, nenhum rótulo. Não quero ser chamada de feminista porque isso faz parecer que é a minha única prioridade, acima do racismo, do sexismo, ou de qualquer outra coisa. Não aguento mais rótulos, e estou cansada de ser colocada em caixas”, explicou.