Cultura Música

Crítica: Projota traz maldade pop na simplicidade de rimas, ideias e sonoridades

Novo disco do rapper, 'Foco, força e fé' traz simplicidade planejada

RIO - Numa audição superficial, as rimas e a produção de “Foco, força e fé” impressionam pela inocência — as românticas beiram muitas vezes a canastrice, as contundentes usam recursos dramáticos moldados pra provocar emoção sobre “as dores da rua”. Com mais atenção, percebe-se que sua inocência é, na verdade, a maldade do pop — de atingir direto a massa — sendo bem trabalhada por quem a conhece. E é aí que o disco fica interessante.

Seu flow e suas rimas não são os mais originais, mas muitas vezes têm algo de irresistível — e soam mais verdadeiros quando ele tenta seduzir mais do que conscientizar. Nem sempre acerta a mão — o arranjo de “O vento”, por exemplo, exagera em seu desejo de estourar nas FMs.

O som de Projota, portanto, não chega a ser tão sofisticado quanto o do colega Criolo. Mas problema nenhum, eles militam em trilhas paralelas — e fundamentais em sua vanguarda — do rap nacional.

Cotação: Bom