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'Damos tudo de nós, o tempo todo', garante baterista do At-The Drive-In, que faz shows no Brasil em novembro

Lenda do pós-hardcore com seu álbum de 2000, o reformado grupo americano se apresenta em SP, Rio e Porto Alegre
SC - A banda americana At The Drive-In Foto: Matt Akana / Divulgação
SC - A banda americana At The Drive-In Foto: Matt Akana / Divulgação

RIO - No hoje longínquo ano de 2000, quem escutava rock há de se lembrar de “Relationship of command”, terceiro álbum do grupo americano At The Drive-In. Lançado pelo Grand Royal (selo dos Beastie Boys), ele trazia uma banda em ponto de bala, fazendo uma música selvagem, precisa e elaborada, que alguns definiriam como pós-hardcore. Dezoito anos depois, o ATDI enfim chega ao Brasil para shows no dia 15 de novembro em São Paulo (Popload Festival, no Memorial da América Latina), 17 no Rio (Circo Voador) e 18 em Porto Alegre (Opinião), pelo Queremos.

A memória do At The Drive-In nos palcos era a de cinco músicos incontroláveis, que executavam movimentos acrobáticos, como que para sublinhar a alta intensidade de sua música. Em entrevista por telefone, o baterista Tony Hajjar deu a real sobre o que esperar em 2018:

— Muita coisa mudou, somos mais velhos, mas ainda temos a mesma energia. Podem aguardar um show honesto: você logo saberá quando estamos bem ou mal. Mas, na maior parte das vezes, damos tudo de nós o tempo todo. Isso não mudou.

Meses depois de lançar “Relationship of command”, já em 2001, a banda implodiu. O vocalista Cedric Bixler-Zavala e o guitarrista Omar Rodríguez-López criaram o Mars Volta, grupo de orientação psicodélica e progressiva que chegou a se apresentar em São Paulo, no Tim festival de 2004, e em Itu, em 2010, no SWU. Tony Hajjar e seus companheiros restantes formaram o Sparta. Em 2012, os músicos fizeram as pazes e retornaram com o At The Drive-In, que cinco anos depois lançou o álbum de inéditas “in.ter.a.li.a”.

— Quando nos certificamos que nossa relação era novamente boa, decidimos que íamos fazer shows e compor algumas músicas. Fizemos um disco inteiro enquanto estávamos na estrada — conta o baterista. — Logo depois que paramos com a banda e também um bom tempo depois, vimos outros grupos que tomaram o nosso som como referência. É gratificante.

Para Hajjar, não existe nada de Mars Volta ou Sparta no nova encarnação do ATDI:

— A química dessas cinco pessoas juntas é o que faz a diferença no At The Drive-In. A gente não fica pensando “ah, isso se parece com as outras bandas que tivemos...”. A gente seguiu adiante e fez algo diferente. O processo de composição foi bem natural.

Depois de trabalhar com Ross Robinson (Sepultura, Korn, Slipnot) em “Relationship of command”, o At The Drive-In optou por Rich Costey (de álbuns do Muse e Foster The People) para assinar “in.ter.a.li.a”.

— Na verdade, Omar ( Rodríguez-López ) fez boa parte da produção, e Rich chegou bem mais tarde no processo — corrige Tony Hajjar. — Eu não sabia como ia ser essa coisa de ser produzido por alguém que estava na banda, mas acabou sendo bem legal. Ao entrar, Rich fez questão de que gravássemos as nossas ideias logo.