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‘É um dos maiores músicos e compositores da humanidade’, diz Suplicy sobre Dylan

Personalidades reagiram ao anúncio da vitória do americano no Nobel de Literatura
O cantor e compositor Bob Dylan em show em 2012 Foto: FRED TANNEAU / AFP
O cantor e compositor Bob Dylan em show em 2012 Foto: FRED TANNEAU / AFP

RIO — No início da manhã desta quinta-feira, o anúncio feito pela Academia Sueca de que Bob Dylan era o Nobel de Literatura de 2016 surpreendeu o mundo. Afinal, o cantor e compositor americano não estava na lista de favoritos — liderada pelo japonês Haruki Murakami, pelo sírio Adonis, pelo queniano Ngũgĩ wa Thiong'o e pelo americano Philip Roth. Ainda assim, a vitória de Dylan foi comemorada por personalidades.

— Fiquei muito feliz, é um dos maiores músicos e compositores da humanidade. Em cada período, povos do mundo inteiro se inspiraram em músicas como “Blowing in the wind” para protestar por uma sociedade civilizada e mais justa, onde haja o sentimento de solidariedade e fraternidade — disse ao GLOBO o vereador eleito Eduardo Suplicy (PT), que, na segunda-feira, entoou a canção em um comício com o candidato a prefeitura do Rio Marcelo Freixo (PSOL), na Cinelândia.

O artista visual, escritor e compositor Nuno Ramos, também conversou com O GLOBO:

— Achei ótimo o Dylan. Ele é de fato uma coisa extrema, máxima, e o Nobel tem proporção natural com sua escala como artista.  Ele é uma espécie de Whitmann contemporâneo. O mundo ficou muito melhor e mais complexo com suas canções.

Pelo Twitter, o jornalista e escritor Xico Sá citou outro músico que também mereceria o prêmio: “Leonard Cohen, também romancista, merecia igualmente o Nobel. Mas ficou em boníssimas mãos. Viva Bob Dylan”.

“Bob Dylan prêmio Nobel de Literatura. Notícia muito boa. Um poeta na música. É reconhecido”, comemorou o apresentador Serginho Groisman, da TV Globo.

O ator Bruno Mazzeo publicou um vídeo em que a canção “Don’t think twice, it’s all right”, de Dylan, está tocando em sua vitrola. “Tem um Nobel Prize Winner tocando na sala de casa desde cedo. Viva Bob Dylan! Fiquei até emocionado”, disse ele.

Enquanto isso, o ator Michel Melamed e o cantor e compositor Rogério Skylab discordaram em um ponto crucial: a comparação com Chico Buarque e Caetano Veloso. “Se Chico e Caetano fossem americanos o Nobel de tudo era nosso. E mils vivas pros Bob Dylan!!”, disse Melamed. “Se Chico e Caetano fossem americanos, ainda assim o Nobel seria de Bob Dylan”, opinou Skylab no Facebook.

Pelo mundo, o Nobel de Dylan foi comemorado por personalidades que vão do presidente americano Barack Obama ao escritor indiano Samn Rushdie, incluindo, claro, outros músicos.

"Parabéns a um dos meus poetas preferidos, Bob Dylan, por um merecido prêmio Nobel", tuitou Obama.

"Um poeta da nossa época, e um homem doce em todos os momentos em que nossos caminhos se cruzaram", disse o ex-Rolling Stone Bill Wyman por meio de uma nota.

Já o escritor e best seller Stephen King, recorreu ao Twitter: "Estou em êxtase com o fato de Bob Dylan ter ganhado o Nobel. Uma coisa boa e importante em uma temporada de tristeza e jogo sujo", disse ele, em meio a várias mensagens criticando o candidato presidencial Donald Trump.

O escritor indiano Salman Rushdie, vencedor do prêmio Man Booker em 1981 por "Os filhos da meia-noite" e famoso por seus "Versos Satânicos", congratulou Dylan por meio de uma nota:

"Vivemos em uma época de ótimos letristas-compositores — Leonard Cohen, Paul Simon, Joni Mitchell, Tom Waits — mas Dylan paira acima de todos. Suas palavras têm sido uma inspiração para mim desde que ouvi um álbum dele pela primeira vez na escola, e estou muito feliz com sua vitória do Nobel. As fronteiras da literatura se abrem continuamente, e fico empolgado que o Nobel reconheça isso. Pretendo passar o dia ouvindo "Mr. Tambourine Man," ''Love Minus Zero/ No Limit," ''Like a Rolling Stone," ''Idiot Wind," ''Jokerman," ''Tangled Up In Blue" e "A Hard Rain's a-Gonna Fall".

Já Molly Ringwald, atriz-feitiche dos anos 1980 e estrela de filmes como "Clube dos cinco" e "A garota de rosa shocking", comemorou o prêmio lembrando que fez parte do clipe de "Unbelievable", de 1990: "Agora posso dizer que apareci em um vídeo de um vencedor do Prêmio Nobel. Parabéns, Bob".