Cultura Música

Entenda por que artistas brasileiros como IZA, Anitta, Luan Santana e Azzy surgem nos telões do Times Square

Plano é atingir mercado externo ou participar de campanhas globais, mas ações reverberam muito no Brasil também
IZA na Times Square para o lançamento de 'Gueto' Foto: Divulgação
IZA na Times Square para o lançamento de 'Gueto' Foto: Divulgação

A rapper Azzy foi supreendida durante uma reunião virtual, há pouco mais de uma semana, ao ver seu rosto no principal outdoor digital da Times Square, em Nova York. Foi impossível resistir aos versos da música “São Gonçalo” ao escrever a legenda da imagem no Instagram: “De São Gonçalo pro mundo, você não queria mas eu vinguei.”

—Gritei, chorei, agradeci — diz a jovem de 20 anos, que apareceu no telão do Spotify, que volta e meia projeta artistas que fazem parte da iniciativa Equal, de equidade de gênero na música. —Para quem veio de batalha de rima, que vive num espaço machista como o do rap, ser escolhida para uma playlist de mulheres é muito gratificante.

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Azzy, rapper de São Gonçalo na Times Square Foto: Afonso Caravaggio/Divulgação/Spotify
Azzy, rapper de São Gonçalo na Times Square Foto: Afonso Caravaggio/Divulgação/Spotify

Azzy se junta a Mc Rebecca , IZA , Anitta , Mc Dricka , Marisa Monte , Luan Santana , Pabllo Vittar , Duda Beat e Giulia Be— alguns dos artistas brasileiros que apareceram no principal emaranhado de LED do mundo. A pandemia pode ter reduzido o movimento nas ruas (o site oficial mantém os dados de que, em média, 380 mil pedestres passam pelo lugar todo dia), mas isso não quer dizer que gravadoras e serviços de streaming tenham deixado de colocar seus talentos lá. E não importa se eles não falam inglês. Estão ali por causa da internacionalização da carreira ou para badalar uma campanha específica. O Spotify é a principal mola propulsora de cantores não-anglófonos em sua “billboard” ao inseri-los em projetos como Equal e Radar (de divulgação de novos artistas).

—Nossa maior missão é construir um relacionamento de longo prazo com os artistas, seja por meio de nossas próprias iniciativas, programas ou campanhas de marketing, além de possibilitar que sejam escutados por fãs de qualquer lugar do mundo— diz Carolina Alzuguir, líder de relacionamento com artistas e gravadoras do Spotify no Brasil.

Ninguém divulga os resultados efetivos dessas ações, muito menos quanto se gasta por mês com elas. Mas, segundo o site Investopedia, as diárias de um outdoor vão de US$ 5 mil a US$ 50 mil. Anualmente, há empresas que deixam US$ 3 milhões por mês nos principais espaços.

Faz barulho

Luan Santana com o single 'Morena' na Times Square Foto: Divulgação
Luan Santana com o single 'Morena' na Times Square Foto: Divulgação

Luan Santana começou seu voo internacional em junho e logo apareceu na praça, um “local de grande visibilidade para o mundo”, segundo Cristiane Simões, diretora de marketing da Sony Music Brasil.

—No plano de marketing do Luan, achamos importante ter essa divulgação. Ele estreou na Sony Music com vídeo e áudios incríveis de “Morena” e queríamos mostrar isso globalmente — diz Cristiane.

O alvo é global, mas faz muito barulho localmente. Quando os artistas badalam em suas redes sociais imagens e vídeos no maior estilo “mãe, estou na Times Square”, fãs-clubes, sites e redes sociais repercutem a novidade com alarde. Cristiane Simões garante que o mercado interno, no entanto, não é objetivo.

— Estamos visando mais ao mercado externo, mas, com certeza, isso reverbera muito internamente.

Uma das estratégias de lançamento de “Gueto”, de IZA, foi destacar a música num dos telões de LED do ponto turístico. Mas a cantora garante que isso não tem nada a ver com uma possível carreira no exterior e sim com uma parte do plano de divulgação da música:

— Claro que não descarto, mas não viso a isso. Penso na carreira como um todo.