Jogadores de futebol que se aventuraram na música

Como esquecer do refrão "Le, le, le, ô le, le, le, á/ Com bad boys no seu time já pode comemorar"? Pois é. Em 1995, quando formaram a dupla de ataque do Flamengo, Romário e Edmundo resolveram marcar aquele (breve) momento de amizade com o "Rap dos bad boys", exaltando seus feitos. No campo, a promissora dobradinha foi um fiasco.

Esse levou a sério a empreitada. Em pleno período de idolatria no Corinthians, o goleiro, campeão brasileiro em 1990 pelo clube, resolveu mostrar seu apreço pelo rock'n'roll ao montar a banda Ronaldo e Os Impedidos. O grupo lançou seu primeiro e único álbum (homônimo) em 1996.

Hoje comentarista da Globo, o ídolo do Flamengo é um sambista de mão cheia, e volta e meia pode ser visto com seu pandeiro em mãos. O Capacete, como era carinhosamente chamado na época de jogador, lançou, pouco antes da Copa de 1982, o hit "Povo feliz", também conhecido como "Voa, canarinho". A música é lembrada até hoje.

Por falar em ídolo do Flamengo, o principal destaque da história rubro-negra também adora música. E, em sua aventura, foi acompanhado por um craque do meio: Fagner, com quem lançou o compacto "Batuquê de praia", em 1982.

Ainda na turma que jogou a Copa de 1982, considerada por muitos a mais injusta da História, o jogador e médico Sócrates, ídolo do Corinthians, não ficou para trás. Em 1980, se aventurou na música sertaneja com o disco "Casa de caboclo". Não satisfeito, ainda participou, dois anos depois, do álbum "Aquarela", de Toquinho.

Conhecido pelos dribles e o estilo fanfarrão, Ronaldinho acumula também diversos "parças musicais". Já fez participação no hit "Vamos beber", de Dennis DJ, cantou axé com Edcity em "Vai na fé", fez duetos com Wesley Safadão e Jorge Vercillo e este ano liderou o coletivo hip hop Tropa do Bruxo no single "Rolê aleatório" .

Em 1999, o Pé de Anjo montou o grupo de pagode gospel Divina Inspiração, que contava ainda com o volante Amaral, companheiro de Corinthians. O único disco da banda foi um sucesso de vendas, mas a empreitada terminou mal, com Marcelinho (o terceiro desmascarado do programa "The masked singer" em 2021) sendo processado por dois dos músicos.

O craque holandês que encerrou a carreira no Botafogo era conhecido pela elegância, seja com a bola nos pés ou fora das quatro linhas. Por isso, não surpreendeu ninguém quando se destacou também ao soltar a voz de timbre soul. Fã de Bob Marley, Seedorf gravou para o álbum de covers "Percorsi di vita", um trabalho beneficente.

Quem assistiu à Copa de 1994, nos EUA, lembrará para sempre do zagueirão de ruivo da seleção anfitriã. Mas muitos não sabem que o futuro comentarista começou no rock. Ele tocava na banda The Gypsies desde o colégio e chegou a abrir a turnê europeia de Hootie & The Blowfish em 1998. Além do grupo, lançou três discos solo.

Ídolos da música também já fizeram o caminho contrário. O sambista Diogo Nogueira chegou a jogar pelo Cruzeiro (RS). O espanhol Julio Iglesias foi goleiro do Real Madrid B, mas precisou parar por um acidente de carro. Steve Harris, do Iron Maiden, jogou na base de seu clube do coração, o West Ham. E Djavan já formou o meio do CSA, de Alagoas.