A divulgação da lista de indicados ao Grammy 2023, na terça-feira, teve a obviedade da liderança de Beyoncé (que com nove indicações, somadas às três do marido Jay Z, deu ao casal um total de 176 indicações – 88 para cada, um recorde no prêmio) e a de certa forma esperada consagração de Anitta, que concorre pela primeira vez a artista revelação. A cerimônia de entrega do Grammy acontece dia 5 de fevereiro, na Crypto.com Arena, em Los Angeles, com transmissão ao vivo.
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Mas, para além do que se esperava — o que inclui ainda as múltiplas indicações de Kendrick Lamar, Adele e Harry Styles — e dos esnobados (Rosalía, BLACKPINK), a edição traz algumas boas novidades: um grupo se sete artistas que enfim chegam com força às categorias principais, que debutam com graça na premiação com um expressivo número de indicações, ou que jogam suas cartadas decisivas.
Doja Cat
Rainha do TikTok, a cantora dos hits “Say so”, “Woman” e “Kiss me more” (em dueto com SZA), estrela do último Lollapalooza em São Paulo, concorreu em sete categorias em 2022 – e levou o de melhor duo pop, dividido com SZA (mas quase perdeu a entrega da premiação porque tinha ido ao banheiro). Em 2023, ela renova suas chances ao concorrer a disco do ano, performance pop solo e vídeo musical (todos por “Woman”), duo pop (por “I like you (a happier song)”, que Post Malone gravou com ela) e performance de rap (por “Vegas”).
Wet Leg
Formado em 2019 pelas inglesas Rhian Teasdale e Hester Chambers, o grupo lançou este ano seu álbum de estreia, “Wet Leg”, que já desponta nas listas preliminares de melhores discos do ano elaboradas pelos críticos. Ele concorre aos Grammys de melhor artista novo (com Anitta), de performance e álbum de música alternativa e de engenharia de som, não clássica. “Too late now”, música do Wet Lag ainda disputa o prêmio de melhor gravação remixada (no caso, pelos DJs do Soulwax).
Steve Lacy
Produtor americano do coletivo Internet, que já trabalhou com nomes de peso do rap como Kendrick Lamar e Frank Ocean, Lacy já tinha concorrido ao Grammy em 2016 e 2020, as duas vezes na categoria de álbum urbano contemporâneo. Agora, o sucesso viral no TikTok da canção “Bad habit” (do álbum “Gemini rights”, lançado este ano) valeu a ele quatro importantes indicações: para disco e canção do ano, performance pop solo e álbum de r&b progressivo.
Turnstile
O grupo americano de punk hardcore começou a chamar a atenção da imprensa em 2021, ao lançar “Glow on”, álbum cuja agressividade e criatividade os levou a participar de grandes festivais, como o Lollapalooza deste ano em São Paulo. Eles estão disputando os Grammys performance de rock (“Holiday”), de performance de metal e de canção de rock (“Blackout”).
Jack Harlow
O rapper americano, que viralizou em 2020 no TikTok com a canção “What’s poppin”, teve duas indicações ao Grammy de 2022 por “Industry baby”, faixa que gravou em duo para o álbum “Montero”, do astro do rap Lil Nas X. Agora, com o bem-sucedido álbum “Come home the kids miss you”, lançado em maio, ele concorre em três categorias: as de álbum, performance de rap melódico (por “First class”) e canção de rap (por “Churchill downs”, gravada com Drake).
IDLES
Outra atração do criativo punk hardcore a ter figurado no Lollapalooza São Paulo deste ano, a banda inglesa caracterizada pela fúria sonora e as letras que denunciam os abusos de poder, o racismo, as ameaças à saúde mental da população surpreende com duas inéditas indicações ao prêmio da indústria fonográfica americana: de performance (“Crawl!”) e álbum (“Crawler”) de rock.
Nija Charles
Um dos grandes talentos dos bastidores da indústria pop mundial, a americana de 25 anos (que em 2020 havia concorrido ao prêmio de canção de r&b do ano por “No guidance”, gravada por Chris Brown e Drake) agora chega ao seu ápice. Depois de ter participado da autoria de hits globais como “Positions” (2020), de Ariana Grande, ela concorre em 2023 ao Grammy de compositor do ano. Entre as músicas que a credenciaram à indicação, estão “Cozy” (Beyoncé) e a “Lobby” que Anitta gravou com a eterna diva do rap americano Missy Elliott.