Música
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Por Bernardo Araujo, Especial para O GLOBO — Rio de Janeiro

Reunião é solução, sim. Os boatos duraram pouco: da mudança das fotos nos perfis do Instagram (que passaram a ter uma unidade visual) até o anúncio oficial da turnê “Encontro – Todos ao mesmo tempo agora”, com os Titãs reunindo sua formação clássica, passou-se apenas uma semana. Arnaldo Antunes (voz), Branco Mello (voz), Paulo Miklos (voz e saxofone), Sérgio Britto (voz e teclados), Nando Reis (contrabaixo e voz), Tony Bellotto (guitarra) e Charles Gavin (bateria) estarão juntos nos palcos do Brasil a partir de 28 de abril de 2023, quando se apresentam na Jeunesse Arena, no Rio, passando por dez cidades até concluir o giro no Allianz Parque, em São Paulo, no dia 17 de junho. Alice Fromer, cantora e filha de Marcelo Fromer, guitarrista do grupo morto em um acidente em 2001, participará dos shows, assim como o produtor e amigo Liminha, que ficará responsável pela segunda guitarra.

Os sete Titãs fizeram o anúncio oficial em uma entrevista coletiva na tarde desta quarta-feira, em São Paulo, conduzida pela jornalista Sarah Oliveira. Bem-humorados, fizeram questão de lembrar a importância do coletivo em suas vidas pessoais e profissionais.

— Nunca consegui dizer que saí dos Titãs — admitiu Gavin, que se dedica a pesquisas na área musical, ao programa de TV “O som do vinil” e a projetos como a banda “Sete cabeças”. — Sempre falei, no máximo, que me desliguei, mas a verdade é que nunca deixamos a banda de verdade.

Mesmo com eventuais rusgas na hora do rompimento, é comum os ex-integrantes participarem de shows e composições com os velhos amigos do Colégio Equipe, em São Paulo (apenas Gavin e Bellotto não foram alunos de lá, como esclareceu o baterista). Com apenas dez anos de Titãs no currículo, de 1982 a 1992, o tribalista, cantor solo, poeta e artista visual Arnaldo Antunes é um convidado frequente.

— Poucos anos depois de sair eu já estava participando, compondo, encontrando todo mundo — lembrou o sorridente Arnaldo.

Para Nando, o ex-Titã mais bem-sucedido como artista solo, a reunião ainda inclui uma novidade técnica: a volta ao contrabaixo.

— Eu só toquei baixo nos Titãs — disse ele, autor dos versos “Tão fortes, somos todos outros Titãs”, da música “O mundo é bão, Sebastião”, gravada pela banda mas mais identificada com seu repertório próprio. — Mas quando pego o instrumento para fazer uma participação com eles, tudo volta. Está tudo na minha cabeça.

Por falar em Sebastião (terceiro filho da coleção de cinco de Nando), reviver os Titãs clássicos para mostrar aos filhos (e netos!) foi uma das motivações para o projeto.

— Meus dois mais velhos, Theo e Sofia, viram a banda quando eu estava lá, mas os três mais novos, não — lembrou ele, que ainda ficou na banda dez anos mais do que Arnaldo.

O tribalista completa, rindo:

— Sempre que dou uma entrevista alguém pergunta pelos Titãs, às vezes porque ouviu dos pais ou até dos avós.

O repertório, sempre potencial motivo de tretas, será concentrado na fase em que todos eram da banda, ou seja, do começo até o disco “Tudo ao mesmo tempo agora”, de 1991. Com isso, o grosso fica mesmo na década de 1980, de discos como o clássico “Cabeça dinossauro” (1985, produzido por Liminha, que estranhou quando aquele bando de punks vestidos de preto entrou em seu estúdio no ensolarado Jardim Botânico), “Jesus não tem dentes no país dos banguelas” (1987) e “Õ blesq blom” (1989).

Mesmo após 40 anos de carreira, festejados no mês passado, os Titãs fizeram questão de dizer que se veem mais como alunos do que como professores. Não todos, é claro — afinal, a grandeza da banda vem muito de sua heterogeneidade.

— Aprendi e aprendo muito com tudo o que fizemos, e acho que muita gente também, como prova a presença de “Cabeça dinossauro” em tantas listas de melhores discos brasileiros — declarou Nando. — Nós somos foda.

Confira abaixo os locais e datas dos shows.

Rio, 28 de abril - Jeneusse Arena. Preços: de R$ 45 a R$ 450
Belo Horizonte, 29 de abril - Expominas. Preços: de R$ 125 a R$ 340
Florianópolis, 5 de maio - Hard Rock Live. Preços: de R$ 125 a R$ 380
Porto Alegre, 6 de maio - Beira-Rio. Preços: de R$ 70 a R$ 380
Salvador, 27 de maio - Arena Fonte Nova. Preços: de R$ 90 a R$ 280
Recife, 2 de junho - Classic Hall. Preços: de R$ 90 a R$ 280
Fortaleza, 3 de junho - Marina Park. Preços: de R$ 90 a R$ 280
Brasília, 7 de junho - Estádio Mané Garrincha. Preços: R$ 110 a R$ 380
Curitiba, 10 de junho - Pedreira Paulo Leminski. Preços: R$ 125 a R$ 380
São Paulo, 17 de junho - Alliance Park. Preço: R$ 45 a R$ 380

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