Música
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Por Silvio Essinger — Rio de Janeiro

Cinco filhos, três netos, ativa presença na internet, projetos de agrofloresta... e um ano musical que praticamente não o deixará respirar. No meio disso tudo, José Fernando de Gomes Reis, ou simplesmente Nando Reis, faz uma pausa na noite desta quinta-feira para comemorar seus 60 anos.

— É uma data redonda, que desperta essa curiosidade. Vou aproveitar para fazer uma festa, coisa que raramente faço — revela o músico, acrescentando que a ideia da celebração veio na época da morte da amiga Gal Costa, em novembro passado. — A Vânia, a minha mulher, resolveu fazer uma vigília para ficar ouvindo os discos da Gal e foi chamando os amigos. E eu não pude estar lá, porque estava fazendo shows. Aquilo ali foi um negócio sensacional, que acompanhei via imagens. Deu vontade de encontrar os amigos, pessoas que eu não via mais, para ouvir música.

A celebração do aniversário não se esgota na festa: ainda esta quinta, Nando (que se apresenta domingo no Universo Spanta, na Marina da Glória) promove o relançamento em LP de seu primeiro álbum solo, “12 de janeiro” (não por acaso, no dia do título). Em abril, embarca em “Encontro — Todos ao mesmo tempo agora”, turnê por dez cidades com a formação clássica dos Titãs (banda que deixou em 2001), com o produtor Liminha no lugar do guitarrista Marcelo Fromer (morto em um acidente de trânsito, também em 2001), para comemorar os 40 anos do grupo. E, no fim do ano, ele lança um álbum de inéditas, que terá duas canções em parceria com Peter Buck, guitarrista da finada banda americana R.E.M..

As composições nasceram ano passado, quando Buck esteve no Brasil para tomar parte de uma reunião da banda que gravou “Para quando o arco-íris encontrar o pote de ouro” (2000), segundo álbum solo de Nando. O relançamento em LP do disco motivou uma pequena turnê brasileira, para celebrar a chegada às coleções de vinil de um trabalho tão importante dentro da obra do cantor — agora acrescida de “12 de setembro”.

— É da minha formação gostar muito de LPs. E considero que continuo fazendo os meus discos com esse mesmo raciocínio dos LPs. Tenho essa vontade (de reeditar em vinil os discos que não saíram nesse formato) porque as pessoas voltaram a comprar LPs, porque hoje existem fábricas e clubes de discos de vinil e porque sou colecionador, acima de tudo — alega Nando, que até o fim do ano quer editar em compactos de sete polegadas os singles que lançou na rede.

Disco no qual o autor vê hoje “uma certa ingenuidade, uma infantilidade, quase uma precariedade”, mas que, segundo ele, “sobreviveu bem, se comunica bem”, “12 de setembro” é um trabalho cujo repertório veio trazendo algumas surpresas ao longo do tempo.

“Meu aniversário”, feita para a mãe, foi uma música que os Titãs chegaram a ensaiar e cogitaram gravar. “Seu lado de cá”, Nando acabou voltando a tocar em 2017 nos shows do projeto Trinca de Ases, com Gal Costa e Gilberto Gil. E “Me diga”, o hit do álbum na época, foi escolhido ano passado pela cantora Pitty para o set list da turnê conjunta PittyNando. Para promover a reedição de “12 de setembro”, o artista celebrou uma de suas faixas favoritas, “A fila”, numa regravação com a cantora Jade Baraldo, no streaming.

— O que “12 de setembro” tem de muito singular é que ele foi composto no violão (de cordas) de nylon, o símbolo da MPB. Esse disco saiu após “Titanomaquia” (1993), o álbum mais pesado dos Titãs! — recorda-se. — E naquele momento eu estava muito próximo da Marisa (Monte), tínhamos gravado o LP “Verde, anil, amarelo, cor de rosa e carvão” (1994). A Marisa, ali, era a juventude da música popular brasileira.

O cantor e compositor Nando Reis em 1995, quando lançou seu primeiro álbum solo, "12 de janeiro" — Foto: Camilla Maia
O cantor e compositor Nando Reis em 1995, quando lançou seu primeiro álbum solo, "12 de janeiro" — Foto: Camilla Maia

Até abril, Nando pretende estar em dia com o baixo elétrico (tanto que recuperou um de seus velhos instrumentos, um Factor vermelho que estava com Bi Ribeiro, dos Paralamas). Tudo para acertar suas contas com os Titãs, banda da qual foi um dos fundadores e da qual saiu de forma aparentemente intempestiva.

— O “não” é um negócio que bate nas pessoas de uma forma sempre violenta. E, para quem diz, exige uma agressividade e uma convicção que podem incorrer em excesso de dosagem. No calor da minha saída, na visão do fã, foi como se eu fosse um traidor — acredita. — Para mim, permanece o que é essencial. E os Titãs são, essencialmente, a grande amizade que eu tenho por aqueles caras, a importância na construção da minha história e a qualidade extraordinária dos discos que fizemos.

Marcelo Fromer (à esquerda), Liminha e Nando Reis com os Titãs, em 1997, na gravação do "Acústico MTV" — Foto: Fernando Quevedo
Marcelo Fromer (à esquerda), Liminha e Nando Reis com os Titãs, em 1997, na gravação do "Acústico MTV" — Foto: Fernando Quevedo

Apesar da presença de Liminha (produtor de alguns dos mais importantes discos da banda), Nando diz que vai sentir muita falta de Marcelo Fromer na festa dos Titãs.

— Ele era o meu melhor amigo. E se você perguntar para cada um dos seis titãs, eles vão dizer a mesma coisa. — revela. — Sua morte foi uma cacetada. Ele foi a enzima catalisadora dos Titãs. Marcelo tinha uma guitarra genial e foi autor em quase todas as canções, logo ele que dizia não gostar de música. Ele falava: “Eu gosto de dinheiro, quero ser o empresário da banda!”

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