Música
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Por Ricardo Ferreira, O Globo — Rio de Janeiro


Chorão e Champignon: amizade dos dois foi marcada por altos e baixos — Foto: Divulgação
Chorão e Champignon: amizade dos dois foi marcada por altos e baixos — Foto: Divulgação

Seis meses separam as mortes de Chorão e Champignon, vocalista e baixista do Charlie Brown Jr, uma das bandas de maior sucesso dos anos 1990 e 2000 no Brasil. Em março de 2013, o vocalista morreu de overdose de cocaína. Em setembro do mesmo ano, o baixista se suicidou com um tiro na cabeça. A relação dos músicos foi marcada por altos e baixos, sobretudo depois da fama estrondosa do grupo santista. Mas nem sempre foi assim.

Antes mesmo de fundarem o Charlie Brown Jr, quando tocavam na banda Whats Up, em Santos, Chorão e Champignon tinham um relação de afeto e cumplicidade. Champ era mais novo que Chorão — o baixista tinha 12 anos quando conheceu o parceiro, que tinha 20. Apesar da diferença, eles nutriam muita admiração um pelo outro. É o que conta o livro "Champ – A incrível história do baixista Champignon do Charlie Brown Jr.", do jornalista, escritor e quadrinista Pedro de Luna.

Segundo a biografia, a ligação começou de cara quando Champ foi fazer um teste para entrar na Whats Up. Conforme registra o livro, o baixista contou em uma entrevista como foi o dia em que conheceu Chorão:

“O pessoal chegou atrasado. Vi um cara meio estranho, meio gorilão, cabuloso, muito esquisito... Era o Chorão (risos). Depois de algumas músicas, resolvemos tocar uma do Nirvana. O Chorão pirou”, disse o baixista.

Champignon morreu seis meses depois do amigo Chorão, em 2013 — Foto: Divulgação
Champignon morreu seis meses depois do amigo Chorão, em 2013 — Foto: Divulgação

Chorão, por sua vez, falou deste mesmo dia em entrevista a MTV. "Me avisaram que o moleque tinha 12 anos. Aí ele mandou 'Primus', do Nirvana, tinha a base toda. Nesse dia, eu falei: ‘Esse moleque é meu protegido'".

— Eu penso que a relação foi algo mais paternal do que como uma irmandade. Quando se conheceram, Chorão era um cara incrível, que andava de skate, bonitão, cheio de vida. Quando conheceu o Champ, disse que “esse aqui é meu protegido”. De fato, foi o que aconteceu. Chorão realmente protegia o Champ, os dois andavam muito juntos. A ponto de ter relato dos outros integrantes de que quando olhavam os dois de costas, até no andar eram muito parecidos. Era uma sinergia constante. As afinidades não paravam ali. Os dois gostavam muito de rap. O Champ aprendeu beatbox ainda na escola. E ele fazia com Chorão improvisando em cima, era um momento muito dos dois. Foi uma relação muito fraterna até que houve a primeira decepção — conta o escritor.

O clima entre os dois começou a azedar a partir do início dos anos 2000, sobretudo por questões financeiras.

— Em 2004, a banda descobriu que o Chorão ganhava mais que todo mundo. Em entrevista à revista Putz, Chorão falou que todo mundo ganhava igual, mas não era bem assim. Quando descobriram, ficaram muito chateados . A reação do Champ foi muito dura, ele dizia que havia ficado órfão. Como ele passava muito tempo na estrada, tinha o Chorão como modelo de pai mesmo — diz Pedro de Luna. — Eles se amavam e se odiavam. Quando o Chorão morreu, o Champ sentiu muito.

Foto publicada na biografia de Champignon mostra o baixista ao lado da mãe, de Chorão e do guitarrista Thiago Castanho — Foto: Divulgação
Foto publicada na biografia de Champignon mostra o baixista ao lado da mãe, de Chorão e do guitarrista Thiago Castanho — Foto: Divulgação
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