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Por Matt Stevens, do New York Times — Nova York

No Globo de Ouro, Austin Butler lembrou a voz e o charme do Rei do Rock ao receber o prêmio de melhor ator pelo elogiado filme biográfico “Elvis”, de Baz Luhrmann. “Uma das melhores noites da minha carreira”, disse Jerry Schilling, amigo da família Presley e parceiro de negócios que acompanhou Lisa Marie naquela noite.

Mas, apenas alguns dias depois, Lisa Marie Presley, de apenas 54 anos, morreu repentinamente. Em poucas semanas, sua mãe, Priscilla Presley, que há muito ajudava a administrar o espólio de Elvis, foi ao tribunal para contestar a validade dos documentos que dizem que sua neta, a atriz Riley Keough, é agora a única administradora.

Os advogados de Keough ainda não apresentaram documentos judiciais em resposta.

Lisa Marie Presley e a filha, Riley Keough — Foto: Reprodução do Instagram
Lisa Marie Presley e a filha, Riley Keough — Foto: Reprodução do Instagram

Apesar dos problemas, a marca de Elvis continua a render mais de US$ 100 milhões por ano graças ao licenciamento de roupas, brinquedos e ingressos para visitas a Graceland. O fundo da família, no entanto, recebe apenas uma fração desses lucros, de acordo com documentos judiciais que detalham os negócios.

Em 2005, Lisa Marie e seu gerente de negócios venderam 85% da Elvis Presley Enterprises por cerca de US$ 97 milhões em dinheiro, ações e alívio de dívidas, de acordo com documentos judiciais — fundos que desde então estão quase esgotados. Ainda assim, no ano passado, antes de sua morte, a filha de Elvis obteve uma renda de US$ 1,25 milhão do fundo, que continua valendo dezenas de milhões de dólares, de acordo com registros financeiros. Os beneficiários agora são Keough e as duas meias-irmãs mais novas.

Quando Elvis morreu inesperadamente em 1977, seu patrimônio foi estimado em cerca de US$ 5 milhões. Seus gastos superavam suas receitas, limitadas por um acordo comercial com seu antigo empresário, o coronel Tom Parker. Ele recebia metade da renda do rei, incluindo cerca de metade da taxa de US$ 5,4 milhões paga pela RCA Records em 1973, quando Elvis abriu mão dos direitos autorais futuros das suas gravações.

Priscilla Presley — Foto: Reprodução do Instagram
Priscilla Presley — Foto: Reprodução do Instagram

O dinheiro que sobrou ficou em um fundo e Lisa Marie se tornou a única beneficiária após a morte de vários membros da família. Priscilla, que se divorciou de Elvis quatro anos antes de sua morte, tornou-se administradora e promoveu uma reengenharia no espólio, tornando-o lucrativo, em parte ao abrir Graceland ao público em 1982.

Em 1989, o Los Angeles Times estimou que o valor da propriedade havia ultrapassado US$ 75 milhões e que a Elvis Presley Enterprises gerava cerca de US$ 15 milhões por ano em receita bruta.

Falência de Lisa Marie

Os ativos cresceram para mais de US$ 100 milhões em 2005, de acordo com documentos judiciais. Na época, eles haviam sido transferidos para uma nova entidade, o Promenade Trust, estabelecido por Lisa Marie em 1993. Ela era sua beneficiária; enquanto sua mãe e Barry Siegel, gerente de negócios da família, atuavam como curadores.

Então começou o que os advogados de Lisa Marie chamaram de “11 anos de odisseia para a ruína financeira”.

Ela e Siegel trocaram acusações sobre quem seria o culpado pelo declínio vertiginoso. Parte da briga veio a público numa disputa judicial em 2018. Siegel afirmava que o fundo rendia milhões de dólares anualmente, mas “os gastos excessivos e contínuos de Lisa e sua dependência de crédito” acabavam por tornar sua vida financeira deficitária.

Em 2005, enquanto as contas aumentavam, ela e Siegel planejaram a venda de 85% da Elvis Presley Enterprises para um grupo liderado pelo investidor Robert F.X. Sillerman. O negócio rendeu cerca de US$ 50 milhões em dinheiro. O fundo também recebeu US$ 25 milhões em ações da empresa de Sillerman, a CKX, e US$ 22 milhões em alívio de dívidas, de acordo com documentos judiciais. O espólio manteve os 15% restantes da Elvis Presley Enterprises e da casa principal de Graceland, avaliada em US$ 5,6 milhões em 2021.

Em 2013, Sillerman vendeu a Elvis Presley Enterprises para o Authentic Brands Group em parceria com Joel Weinshanker, que agora opera Graceland. Três anos depois, a empresa de Sillerman declarou falência, tornando as ações CKX de Lisa Marie Presley quase sem valor.

Os US$ 50 milhões em dinheiro também já tinham sido gastos, em coisas como uma casa de US$ 9 milhões na Inglaterra. Em documentos, Lisa Marie culpa Siegel por permitir a compra e diz que ele havia enriquecido com taxas exorbitantes, sem alertá-la sobre a sua real situação financeira.

Em 2016, segundo informações incluídas por ela no processo, o fundo tinha “US$ 14 mil em dinheiro e mais de US$ 500 mil em dívidas de cartão de crédito”. Os advogados de Siegel foram contundentes em sua resposta em 2018, negando que seu cliente fosse o responsável pelos prejuízos: “Infelizmente, desde que herdou a propriedade de seu pai em 1993, Lisa a dilapidou duas vezes”.

A Elvis Presley Enterprises seguiu funcionando. Ano passado, arrecadou US$ 110 milhões, dos quais pelo menos US$ 80 milhões gerados pelas operações em Graceland e US$ 5 milhões da venda dos direitos da cinebiografia.

A cantora Lisa Marie Presley, filha única de Elvis Presley — Foto: Chris Delmas/AFP
A cantora Lisa Marie Presley, filha única de Elvis Presley — Foto: Chris Delmas/AFP

Lisa Marie recebeu US$ 1,25 milhão do fundo no ano passado, além de salário mensal de US$ 4.300 como funcionária de Graceland, de acordo com um relatório de 2022, que lista ainda US$ 95 mil em ativos líquidos, US$ 715 mil em ações e títulos e dívidas que excediam US$ 3 milhões.

Em 26 de janeiro, duas semanas após a morte de Lisa Marie, Priscilla entrou com uma ação no Tribunal Superior de Los Angeles contestando uma emenda de 2016 ao fundo supostamente autorizada pela filha. Essa emenda removeu Priscilla e Siegel como curadores. Também havia designado Riley Keough e Benjamin, seu irmão, como cocuradores no caso da morte de Lisa Marie.

Siegel admite ter recebido aviso de sua remoção como administrador durante a disputa judicial com Lisa Marie Presley, em 2018. Mas os advogados de Priscilla argumentam que a emenda era inválida, dizendo que nunca havia sido entregue a ela durante a vida de Lisa Marie, conforme exigido pelos termos do fundo. Eles também argumentam que a emenda era potencialmente fraudulenta, afirmando que a assinatura de Lisa Marie era “inconsistente” com sua caligrafia usual.

Weinshanker, sócio-gerente da Graceland, também se recusou a comentar, mas disse desde a morte de Lisa Marie que acreditava que era sua intenção que Keough e seu irmão administrassem o fundo.

“Quando Ben morreu (Benjamin Keough, filho de Lisa, cometeu suicídio em 2020.), realmente ficou com Riley”, disse ele à rádio Elvis da Sirius XM.

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