Música
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Por Silvio Essinger — Rio de Janeiro

A revista inglesa Mojo cravou em sua edição de fevereiro: o LP de estreia do grupo Cymande, de 1972, é “uma combinação única de vibrações espirituais profundas e batidas indestrutíveis”. Parecem concordar com ela importantes grupos de hip hop, como De La Soul e Fugees, que ao longo dos últimos 35 anos samplearam faixas deste disco, como “Bra”, “Dove” e “The message”.

— O fato de as pessoas terem encontrado em nossa música algo que as inspirou a criar ou a expandir suas criações foi um grande elogio para nós, além do fato de que nos beneficiou como músicos, ajudando a nos trazer de volta — conta por Zoom Patrick Patterson, septuageário guitarrista do Cymande, banda que se apresenta pela primeira vez no Rio de Janeiro hoje, às 20h30, na Marina da Glória, como parte do Queremos! Festival. — Era difícil saber o que acontecia, mas quando ficamos sabendo, logo entendemos como proceder para recuperar o (direito autoral) que nos deviam.

É uma longa história (recentemente contada no documentário “Getting it back”, de Tim MacKenzie-Smith) e iniciada quando jovens que emigraram de vários países do Caribe para o Reino Unido decidiram formar uma banda de funk-jazz.

— Nosso objetivo sempre foi compor nossa própria música, fazer as coisas do nosso próprio jeito. Nunca almejamos ser um grande sucesso, acho que o que aconteceu foi simplesmente pela qualidade e originalidade da música — diz o guitarrista, nascido na Guiana, que se viu muito representado na bem-sucedida série de TV “Small axe”, sobre as comunidades negras de imigrantes no Reino Unido dos anos 1960 e 70. — Ser caribenhos nos deu uma perspectiva diferente. Nós fomos espalhados por todo o país e, em geral, a capacidade das comunidades locais de nos aceitar (na verdade, de nos rejeitar) foi bem representada na série.

Ignorado no Reino Unido (“ninguém reconhecia essa musicalidade da mesma forma que reconhecia as bandas de rock”, lamenta Patrick), o Cymande acabou achando o sucesso nos Estados Unidos, onde sua música foi acolhida pelo público do soul.

— Éramos muito jovens, tínhamos 22, 23 anos, e pouca experiência com viagens — recorda-se o baixista do Cymande, o também guianense Steve Scipio. — De repente, estar no mesmo palco que Al Green foi algo incrível, porque até então tocávamos em lugares pequenos. E, se me recordo, houve integrantes que ficaram apavorados com o tamanho dos palcos em que tocamos por lá!

Por razões diversas, o Cymande não conseguiu surfar na boa onda: gravou mais alguns discos, que não aconteceram, e logo encerrou as atividades. Patrick e Steve seguiram com a música alternadamente a trabalhos com advocacia. Até que em 2012, reconhecida por seu legado, a banda voltou aos palcos e não saiu mais, chegando até a gravar um álbum, “A simple act of faith”, em 2015.

— Decidimos descansar um pouco das viagens, acho que foi em 1975, mas você sabe como as coisas acontecem... levou cerca de 40 anos antes que pudéssemos discutir a nossa volta à estrada — conta Patrick. — Na verdade, a chama ainda estava acesa, não éramos só nós dois que queríamos seguir com o projeto, o resto dos caras também... Eles passaram 40 anos esperando! Então, quando a gente se reuniu novamente, teve um deles que perguntou: “Por que demorou tanto?”

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