Música
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Por Bernardo Araujo — Rio de Janeiro

O MITA contrariou a lei que decreta o domingo como dia monótono. Na segunda jornada de sua segunda edição, no Jockey Clube, o festival pop-indie teve um certo sabor de anos 1970 e foi sacudido por apresentações de artistas como Florence and the Machine, HAIM, NX Zero e The Mars Volta, diferente do sábado, mais contemplativo, que teve Lana Del Rey como atração principal.

O dia começou ainda mais quente (no termômetro) do que o primeiro, apesar do ventinho que anunciava uma frente fria. Foi sob o sol forte e a secura do outono que a estrelinha adolescente Sabrina Carpenter, cantora e atriz, emocionou seu púbico, enquanto a massa chegava ao Jockey Clube. Antes dela, Jean Tassy e Yago Oproprio (ele mesmo!) abriram os trabalhos, ao meio-dia, seguidos pela cantora pop paranaense Carol Biazin, ex-The Voice.

Quando o grupo carioca Scracho subiu ao palco, pouco depois das 15h, as pistas de areia e grama já estavam mais cheias, a ponto de a banda — que recebeu Maurício Baia como convidado — ganhar um coro do público em seus sucessos e em versões de “A menina dança”, dos Novos Baianos, e “Mania de você”, de Rita Lee.

Em sua primeira apresentação no Rio depois de seis anos parado, o quinteto punk-emo paulistano NX Zero reuniu uma multidão respeitável em frente ao palco alternativo — talvez a maior resposta de um artista nacional no MITA. Se a roda de pogo não teve a fúria daquela aberta pelo Planet Hemp na véspera, os corais e palmas em músicas como “Onde estiver” e “Pela última vez” foram intensos e emocionados. O horário das 16h, com o público cheio de disposição, se mostrou perfeito para o pula-pula dos rapazes, que trouxeram Chorão, cantor do Charlie Brown Jr morto em 2013, para uma participação por vídeo em “Cedo ou tarde”.

A noite caía quando as irmãs Este, Alana e Danielle, conhecidas coletivamente pelo sobrenome HAIM, tomaram o palco, de calças pretas e biquínis com as cores do Brasil (só a parte de cima). O trio, pouco conhecido no país, deu um show de carisma e competência musical com seu rock-folk básico, e deixou o público urrando quando saiu. Um trio de músicos de apoio dá às irmãs o conforto perfeito para mostrar o que sabem nos instrumentos e ainda se comunicar bem com o público, ao som de músicas como “Summer girl”, “The wire” e “The steps”, além de uma rápida versão hilária para “Ilariê”, da Xuxa — de quem as meninas se disseram fãs.

MITA 2023 no Rio — Foto: Lucas Tavares/Agência O Globo
MITA 2023 no Rio — Foto: Lucas Tavares/Agência O Globo

O momento mais alternativo de todo o MITA veio com o show do duo The Mars Volta no palco secundário, em seguida. Uma penca de fanáticos se aglomerou na grade para cantar e berrar junto com Omar Rodríguez-Lopez (guitarra) e Cedric Bixler-Zavala (vocais), à frente de um quarteto de músicos cascudíssimos. Normalmente definido com “rock progressivo experimental”, o Mars Volta pode ter colado em si o rótulo que for: momentos de peso e agressividade, improvisos jazzísticos, sabores cubanos, ô-ô-ôs, tudo faz parte do coquetel da banda, criada quando seus integrantes se cansaram do punk melódico mais quadradinho de sua banda anterior (ou principal, visto que as duas vão e voltam), o At The Drive-In. Apesar do delírio dos fãs fiéis, o TMV não satisfaz todo mundo: parte do público desistiu e foi passear durante o show. Mas Omar e Cedric saíram aclamados pelos seus, que gritavam “Volta! Volta!”, talvez sem se dar conta do duplo sentido.

A fada inglesa Florence Welch, atração mais esperada da noite, entregou tudo o que seu público queria. Os hits “Ship to wreck” e “The dog days are over” vieram cedo, com o recado da ruiva:

— Por favor, guardem seus telefones. Abracem-se, digam que amam um ao outro. Quero ver as duas mãos de vocês!

Durou pouco (uns três minutos), mas foi bonito.

Com ou sem as telinhas malditas, Florence (a Machine, banda azeitada, fica atrás, de preto) pulou, cantou, desceu para a o meio do povo e disse repetidamente o quanto ama os cariocas, que responderam:

— Florence, eu te amo!

Deu match.

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