Música
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Por O GLOBO

O ministro da Justiça Flávio Dino se manifestou sobre a possibilidade de prisão do cantor Roger Waters no Brasil, após a divulgação da notícia de que ele teria relatado ao ministro do STF Luiz Fux de que o astro seria preso caso vestisse um uniforme nazista no Brasil, conforma apontou a coluna de Lauro Jardim em O GLOBO.

"É regra geral que autoridade administrativa não pode fazer censura prévia, sendo possível ao Poder Judiciário intervir em caso de ameaça de lesão a direitos de pessoas ou comunidades", escreveu o ministro em seu perfil no Twitter. "No Brasil, é crime, sujeito inclusive à prisão em flagrante: fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo."

Em seu perfil, Dino esclarece que conhece a obra de Waters e ressalta que a possibilidade de prisão é apenas em caso de 'divulgação do nazismo'.

Fux procurou Dino para reforçar a oposição da comunidade judaica sobre a realização dos shows de Waters no Brasil. Na semana passada, o Ministério da Justiça já recebera um pedido para que ele fosse impedido de entrar no país.

'Martelos cruzados, não suásticas'

Bob Geldof como o personagem Pink, no filme 'The Wall' — Foto: Reprodução
Bob Geldof como o personagem Pink, no filme 'The Wall' — Foto: Reprodução

Ex-membro do Pink Floyd, Waters visitará o Brasil no segundo semestre com sua turnê "This is Not a Drill". O show vai passar por seis cidades brasileiras entre os meses de outubro e novembro de 2023 – Brasília, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte e São Paulo. Em 2012, quando o músico esteve no palco com a turnê "The Wall" o uniforme já havia sido usado nos palcos brasileiros.

Em seus shows, durante a canção "Run like hell", Waters usa um figurino que faz alusão a um uniforme nazista como forma de criticar o fascismo e o totalitarismo no mundo, algo que repete há décadas. Em vídeo recente, ele destaca que no uniforme aparecem "martelos cruzados, não suásticas ou qualquer coisa que seja literalmente da Alemanha nazista no Terceiro Reich".

No mesmo vídeo, ele explica que a cena surge no momento em que o personagem Pink, do álbum conceitual "The Wall", tem delírios fascistas e se torna um demagogo com desejos de dominar o mundo e atacar minorias. No filme de mesmo nome, o personagem é interpretado por Bob Geldof e usa o mesmo figurino (na foto acima). Mais a frente na história ele se arrepende e faz uma espécie de julgamento interno na canção "The trial", no qual todos os seus traumas de infância são expostos.

"Então como você pode confundir esse trabalho teatral com uma glorificação minha do nazismo?", questiona o músico.

Nessa última turnê, no entanto, passou a ser alvo de críticas, especialmente por partes de entidades judaicas, que acusam o artista de antissemitismo. Waters é um crítico duro do governo de Israel e do tratamento dado ao povo palestino. Em maio, o músico foi alvo de investigação por parte da polícia de Berlim por incitar o ódio depois que ele usou o traje de estilo nazista em um show na capital alemã. Após o ocorrido, uma apresentação do cantor em Frankfurt chegou a ser cancelada por autoridades locais, mas depois retomada por decisão judicial em nome da liberdade de expressão.

No mesmo vídeo, Waters comenta também a aparição dos nomes de Anne DFrank e da jornalista palestina Shireen Abu Akleh no telão do show, durante a canção "Powers that be". Ele explica que a intenção é mostrar os nomes de vítimas de violência do Estado — o nome de Marielle Franco, já homenageada no shows dele no Brasil em 2018, também aparece durante esta turnê atual.

O show traz cerca de 20 clássicos de Roger Waters e também do período em que esteve no Pink Floyd, da qual foi um dos fundadores. Presentes no set list estão “Us & Them”, “Comfortably Numb”, “Wish You Were Here”, e “Is This The Life We Really Want?”. Waters também apresenta uma nova composição, “The Bar”.

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