Música
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Por Mari Teixeira — Rio de Janeiro

Desde o início da semana, um boato de que Taylor Swift viria para o Brasil com sua turnê “The Eras” rodou as redes sociais e colocou os fãs a postos e o assunto nos trends. “Eras” verdade... O momento de a estrela pop de 33 anos, uma das maiores de sua geração, fazer sua estreia em solo brasileiro finalmente chegou. Ontem, foram anunciadas as datas dos três shows que ela apresentará por aqui: dia 18 de novembro, no Estádio Nilton Santos (Engenhão), no Rio, e nos dias 25 e 26, no Allianz Parque, em São Paulo. Os ingressos para a apresentação no Rio variam entre R$ 240 e R$ 950. Já em São Paulo o mais barato custará R$ 190, enquanto o mais caro será R$ 1.050.

Não é inédito o pezinho de Taylor pisando em solo brasileiro. Ela chegou a passar pelo país em 2012, quando fez uma apresentação de 40 minutos apenas para convidados. Em 2020, enfim, rufaram os tambores e era chegada a hora de Taylor se mostrar para o grande público, com o show “Lover’’. Mas não foi... Por causa da pandemia da Covid-19, sua vinda foi cancelada.

Por conta disso, a pré-venda para “The Eras’’ começa no dia 6 de junho para fãs que compraram entradas para os shows suspensos em 2020— no dia 9, clientes C6 Bank Mastercard terão 24 horas de pré-venda exclusiva; em 12 de junho, a partir das 10h, tem início a venda oficial, pelo site da turnê (www.taylorswifttheerastour.com.br) ou nos locais dos shows. Desde ontem, porém, os “Swifters’’ (como são chamados os fãs da cantora) já montaram acampamento em frente à bilheteria do Allianz Parque.

A atriz e cantora Sabrina Carpenter, que se apresentou recentemente no Mita, no Rio e em São Paulo, abrirá as apresentações de Taylor na América Latina, que contam ainda com três shows no México e dois na Argentina.

A turnê começou há dois meses, e Taylor já fez 25 apresentações (de mais de três horas cada, diga-se de passagem) nos Estados Unidos. Há uma semana, a “The Eras” chegou a Nova York para três datas: “Eu realmente senti falta de vocês!”, disse ela à multidão de mais de 72 mil pessoas. O público também sentiu falta de Taylor.

Uma jovem chorava de alegria enquanto caminhava por um túnel que levava ao estacionamento. Outro contou que comprou entradas para o show de Nova York no site oficial e para o de Denver com cambistas. Do bloco dos sem ingresso, Maria Naeem, de 32 anos, chegou pela manhã ao estacionamento do estádio MetLife e lá ficou para ouvir o que conseguisse do show. Para se ter uma ideia a adoração por Taylor, um “Swifter” desembolou US$ 21 mil (R$ 104 mil), de última hora, para vê-la em Massachusetts.

O show é uma celebração de seus dez álbuns, incluindo o mais recente, “Midnights”. Vamos aos detalhes: o setlist tem 44 músicas, a cantora é acompanhada no palco por 16 bailarinos e faz, pelo menos, 13 trocas de figurino — em tempo: 13 é seu número favorito. A ideia é que cada um desses momentos represente uma “era” e uma persona de Taylor, que começou no country e fez uma transição até o pop. Um caminho que inclui 12 Grammys e 46 indicações ao prêmio.

Na última quinta-feira, ela entrou na lista das cem mulheres mais ricas do mundo publicada pela revista “Forbes”. No ranking das artistas musicais, ela ficou atrás apenas da bilionária Rihanna. Com uma fortuna avaliada em US$ 740 milhões (R$ 3,6 bilhões), já ultrapassou outra diva pop: Madonna.

De acordo com o professor e pesquisador de cultura pop da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Thiago Soares, dá para explicar a construção da estrela em três eixos: midiatização de seus relacionamentos amorosos, controvérsias na mídia — com destaque para o episódio em que Kanye West tirou o troféu das mão de Taylor no VMA 2009 — e a desavença com Scooter Braun, que comprou seu catálogo de músicas e fez a cantora precisar regravar quase todos os seus álbuns para reaver os direitos autorais sobre sua obra:

—Hoje, para entender a cultura do pop é preciso estudar Taylor Swift. A forma como ela usa os fãs e as redes sociais é muito engenhosa. O episódio com Kanye West fez as pessoas debaterem questões raciais e de gênero, a polêmica com o Scooter coloca ela no lugar de de empoderamento.

O fanatismo em torno de Taylor Swift faz dela uma máquina de recordes. Taylor foi a primeira artista a conquistar o topo de seis paradas musicais simultaneamente e é a dona da turnê feminina mais rentável da última década, “Reputation Stadium Tour”, de 2018. A cantora é ainda a maior campeã do Grammy na categoria Álbum do Ano, com três estatuetas.

Boa parte do sucesso de Taylor Swift se dá pela dedicação de seus fãs, relacionamento que ela soube trabalhar muito bem. Desde sua estreia em 2006, a cantora postava na rede social MySpace e incorporava mensagens secretas no encarte de seus CDs.

A cada álbum, ela expandiu as pistas, usou código de cores, numerologia e deixou mensagens em suas letras. “Dear John” e “All too well” são marcos da carreira e muito pela especulação gerada em torno da história de cada música. Os fãs acreditam piamente que a primeira foi escrita para o ex-namorado John Mayer e a segunda para o também ex Jake Gyllenhaal, coisa que Taylor nunca confirmou, mas também nunca desmentiu.

O resultado é uma base de fãs leal e gigante. São 87 milhões de ouvintes mensais no Spotify e 260 milhões de seguidores no Instagram, que estão sempre ávidos por novidades e detalhes da vida da artista. ComoTaylor disse à Entertainment Weekly em 2019 sobre o trabalho de investigação de seus fãs: “Eu os treinei para serem assim”.

Percebe-se que a loira não dá ponto sem nó e amarrou cada passo de sua carreira até aqui. Em 2020, ela deu aos “Swifters’’ um documentário na Netflix. “Miss Americana” mostra uma Taylor que sempre quis ser “uma boa menina” e que amadurece quando recebe a invertida de Kanye West ou passa pela decepção de o álbum “Reputation”, de 2017, não ser indicado aos prêmios principais do Grammy. A “The Eras Tour” consagra tudo isso e oferece um espaço físico para muitos de seus fãs se unirem e dissecarem cada momento da vida profissional, e pessoal, de Taylor.

A pessoal, diga-se de passagem, é bem agitada. Em abril, ela virou notícia pelo fim do relacionamento de seis anos com o ator britânico Joe Alwyn. Semanas depois, começaram os rumores de que estava namorando Matty Healy, o vocalista da banda The 1975, que desde então apareceu em vários de seus shows e cujo histórico de comentários controversos agitou o fandom. Um usuário chegou a publicar que a fofoca em torno do novo casal é como “o funcionamento interno da Igreja Católica. Vale a pena ficar de olho, pois afeta o bem-estar de milhões e tem uma tremenda influência financeira”.

Diante da enorme expectativa dos swifties brasileiros, a gravadora da artista, Universal Music, montou um espaço próprio para ela na UmusicStore, além de ter criado uma playlist no Spotify voltada especialmente para a turnê. (Com The New York Times)

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