Música
PUBLICIDADE

Voz lânguida, gemidos, um ato sexual musicado. Em 1969, uma canção descrita dessa forma não passava incólume. E "Je t'aime... moi non plus" não passou. Composta por Serge Gainsbourg e interpreta por ele e Jane Birkin, sua companheira à época e que morreu neste domingo, aos 76 anos, a música causou furor. Ocupou o topo das paradas musicais em diversos países, mas foi condenada pelo Vaticano.

Países como Itália e Espanha trataram logo de proibir que ela tocasse nas rádios. Na América Latina, o Brasil, vivendo sob uma ditadura militar, tomou a mesma atitude. Segundo o jornal "O Estado de São Paulo" à epoca, a ordem partiu do coronel Aloisio Mulethaler, chefe do Serviço de Censura e Diversões Públicas do Departamento de Polícia Federal.

Na edição de 1 de novembro de 1969 de O GLOBO, o colunista Ibrahim Sued reiterava que a canção ("que inaugurou a sexualidade sonora", escreveu ele) era a mais ouvida no mundo todo, mas seguia censurada em países como Brasil, Itália e Espanha.

"Aliás, sobre a censura no Brasil, um jornal francês maldosamente insinuou que a proibição no Brasil foi porque o L'Observatore Romano não é ouvido no Brasil", escreveu Sued. O colunista ainda reportava que, na época, a expectativa da gravadora era de que o disco com canção vendesse, até o Natal, dois milhões de cópia na França.

"Na Alemanha, já venderam 200 mil. Na Inglaterra, 250 mil, e lá noticiou-se de que no Brasil foram vendidos 70 mil", escreveu Sued. "Até o presente momento, Jane Birkin ganhou com essa música US$ 240 mil, mais de um milhão de cruzeiros novos".

Na edição de 10 de outubro, O GLOBO escreveu também que o disco censurado era vendido, ilegalmente, por 25 cruzeiros novos.

Bardot

Originalmente, "Je t'aime... moi non plus" foi uma composição pensada para a voz de Brigitte Bardot, que decidiu não gravar a canção.

"Todas as belas atrizes estavam implorando para ele (Serge) para gravar, então, quando ele me pediu, achei melhor dizer sim, ou ele me largaria", disse Jane Birkin ao jornal "The Daily Mail", em 2008.

Mais recente Próxima Do Secos & Molhados ao Kid Abelha: por que grupos brasileiros não voltarão a se reunir no palco como fizeram os Titãs
Mais do Globo

Autoridades russas criticaram política do COI, que decidiu permitir que alguns atletas do país participassem sob bandeira neutra, desde que cumpram condições rigorosas

Lutadores russos rejeitam convite para os Jogos Olímpicos de Paris

Ex-presidente Jair Bolsonaro é quem mais afasta eleitores, diz pesquisa

Datafolha aponta que 56% podem mudar voto para prefeitura de SP por rejeição a padrinho político

Casal teria retomado acordo milionário com serviço de streaming pra realizar novo documentário sobre realeza britânica

'Em pânico': família real teme novo projeto de príncipe Harry e Meghan Markle, diz site; entenda

Idade avançada continua sendo motivo de preocupação para seus colegas exilados, que temem que Pequim nomeie um sucessor rival para reforçar seu controle sobre o Tibete

Dalai Lama diz que está em bom estado de saúde após cirurgia nos Estados Unidos

Mikel Merino deu a volta na bandeira de escanteio para homenagear o genitor após selar a vitória espanhola na prorrogação

Pai de 'herói' da Espanha na Eurocopa marcou gol decisivo contra alemães no mesmo estádio há 32 anos; compare

Com os criminosos foram apreendidos drogas, dinheiro, máquina de cartão de crédito e diversos celulares roubados

Polícia Civil prende em flagrante três homens por tráfico e desarticula ponto de venda de drogas no Centro

Sem citar caso das joias, ex-presidente citou ‘questões que atrapalham’ e criticou a imprensa

Após indiciamento por joias, Bolsonaro é aplaudido em evento conservador ao dizer estar pronto para ser sabatinado sobre qualquer assunto

Embora Masoud Pezeshkian tenha sido eleito com a defesa do diálogo com nações ocidentais, decisões sobre política externa ou nuclear permanecem sob aiatolá Ali Khamenei

Vitória de candidato moderado no Irã pode aliviar, mas tensões nucleares não vão acabar, dizem analistas