Música
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Por Silvio Essinger — Rio de Janeiro

Festivais de música brasileira? Nelson Motta os conhece bem, tanto como espectador quanto como produtor. E ele lembra bem como foi realizar um Hollywood Rock em 1975, no Estádio de General Severiano, em Botafogo, com Rita Lee, Raul Seixas, Erasmo Carlos e outros astros:

— Era ditadura, e fazer um festival de rock ao ar livre era uma coisa altamente subversiva. Mas a gente fez. Choveu, derrubou o palco, teve de tudo...

Era coisa para ter desistido dos festivais, mas, aos 78 anos, cá está Nelson de volta, na curadoria do Doce Maravilha, que ocupa a Marina da Glória, no Rio de Janeiro, sábado e domingo (neste dia, com ingressos esgotados) para dar uma geral nessa tal de MPB, com shows inéditos e encontros antológicos — que estão dando o que falar na cidade.

— Sempre trabalhei acreditando nesse poder da música. E o (executivo da indústria fonográfica) André Midani me deixou uma grande lição: “Você tem que misturar o seu gosto pessoal com o gosto do público, na sua intuição, com as suas antenas”. Está sendo revitalizante trabalhar com a nova geração do Niemeyer Dois (Luiz Guilherme Niemeyer, que divide com o pai, o empresário Luiz Oscar Niemeyer, a empresa Bonus Track, realizadora do festival) e do Rodrigo Tavares (da produtora Mangolab) nessa renovação do gosto — diz o colunista do GLOBO. — Trabalhamos em plena harmonia, o festival é o resultado da opinião de todos.

Um bom exemplo deste encontro de gerações é o show de encerramento do sábado, o do GilBaiana, que reúne Gilberto Gil (de quem Nelson Motta produziu o show de 1972, da volta do exílio) e o grupo BaianaSystem. Apenas uma vez houve esta formação, em 2019, num show em Salvador que acabou virando disco ao vivo. Cantor do Baiana, Russo Passapusso conta do processo de reativação desta colaboração para o Doce Maravilha.

— A gente está tendo que aprender tudo aquilo que a gente fez naquele show. Todos os nossos improvisos acabaram se tornando coisas preciosas, porque aquele foi um momento precioso. E Gil tem o cuidado de olhar para cada detalhe, cada nota. Gil está no detalhe — ensina Russo, avisando que o repertório do show terá algumas alterações em relação ao de 2019. — Sai o “Pessoa nefasta” e entra “A novidade”.

Outro aguardado encontro, também no sábado, é o de Adriana Calcanhotto e Rodrigo Amarante. Um namoro que vinha de 2002, quando Amarante e seu grupo, Los Hermanos, participaram de “A mulher barbada”, faixa do CD “Cantada”. Os encontros seguiram até que ele gravou (de surpresa para Calcanhotto, durante a fase de mixagem, em Los Angeles) uma intervenção em “Lovely”, faixa de seu novo álbum, “Errante”.

— Este nosso show solidifica um diálogo que já existia, vamos cantar uma canção que há muito tempo queria fazer com o Rodrigo, “Cariocas”. Vai ser easy, a banda tem pessoas de que ele gosta, como o Pedro Sá (guitarrista) e o Domenico Lancellotti (baterista) — adianta a cantora, para quem não existe ninguém mais errante que Amarante. — Ele é o cara que anda pelo mundo com um violão pendurado por um cordãozinho!

Emicida com Maria Rita, Anavitoria com Samuel Rosa, Margareth Menezes com Luedji Luna, João Gomes com Vanessa da Mata e Liniker com Péricles são outros dos encontros únicos que o Doce Maravilha programou. Mas um grande atrativo do festival é também o dos shows únicos, feitos para não serem repetidos. Entre eles, duas ideias que acompanhavam Nelson Motta há um bom tempo e que saem do papel no domingo: o de Caetano Veloso recriando no palco o mítico disco “Transa”, de 1972, e o de Marcelo D2 com o álbum “À procura da batida perfeita” (2003), que consagrou sua carreira fora do Planet Hemp, com músicas como “A maldição do samba” e “Loadeando”.

D2 conta que nem tinha vontade de comemorar os 20 anos da “Batida perfeita” — ainda mais porque o disco sequer está no Spotify e porque este ano lançou “Iboru”, álbum que considera uma ruptura em sua carreira.

— De “À procura da batida perfeita” para cá, vivi de uma fórmula, agora consegui vir com um novo samba — diz ele, que acabou cedendo aos apelos do Doce Maravilha e conseguiu reunir para o festival a banda com a qual fez o show do disco. — O Vaz (Alexandre Vaz, violonista) está vindo de Nova York; o Pablo Lapidusas (pianista), de Portugal; e ainda chamei o Pretinho da Serrinha e até a Layse Sapucahy, que tinha parado de cantar. E o Stephan (filho de D2, de 30 anos) vai cantar o “Loadeando” (música que ele gravou com o pai quando tinha 10).

Dos shows do Doce Maravilha, um dos mais inusitados é o de Michael Sullivan (do Sullivan & Massadas, dupla de compositores de maior sucesso da MPB dos anos 1980), cantando músicas de Tim Maia, e Xuxa. O que se explica, em parte, pelo fato de, com o parceiro, ele ter feito hits tanto para um (“Leva”, “Me dê motivo”) quanto para a outra (“Lua de cristal”, “Brincar de índio”).

— O início da minha vida no Rio foi em 1968, quando tinha uma banda chamada Os Nucleares e ensaiamos com Tim Maia e Cassiano — recorda-se o pernambucano Sullivan, cujo nome de batismo é Ivanilton de Souza Lima.

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