Considerado um dos discos mais sexualmente excitantes da história, “Let's get it on”, de Marvin Gaye, ganhará no próximo dia 1° uma edição comemorativa de 50 anos, com faixas inéditas e sessões alternativas das canções, retiradas das lendárias sessões de gravação de 1972.
O lançamento da nova edição do disco (que contará com um LP em vinil vermelho, a partir de outubro) será comemorada na quarta-feira, em uma mesa redonda promovida pelo selo Motown e pela Universal Music Enterprises, com a participação dos astros do r&b Smokey Robinson e Jimmy Jam; do biógrafo de Gaye, David Ritz; e do vice-presidente de A&R da UMe, Harry Weinger.
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Produtor de uma edição Deluxe de “Let's get it on” em 2001, Weinger explicou à revista Variety as razões para revisitar o álbum em seu 50º aniversário o levou a revisitar o álbum: "Francamente, nunca gostei das mixagens que fiz na versão Deluxe naquela época. Não acho que fiz nada de ‘errado’… mas havia algumas faixas que eu escolhi e que não usei, mas que eram completamente válidas.”
Para a nova edição, Weinger mergulhou nos arquivos da Motown. Com o auxílio de especialistas, ele descobriu que nos primeiros seis meses de 1973, quando Gaye se mudou para Los Angeles, o músico realizou mais projetos do que se imaginava: “Eu tracei uma linha do tempo e me perguntei: 'O que ele fez? Como ele fez isso? Quais músicas foram gravadas? Quais músicas ficaram para trás?' E antes que eu percebesse, tínhamos uma história maior do que eu pensava.”
Depois que “What's going on”, disco de 1971 de Marvin Gaye, se tornou um sucesso inesperado para a Motown, o cantor mergulhou na gravação de mais de um mas dois álbuns. Quando o primeiro, “You're the man”, foi arquivado pela Motown, ele se voltou para a trilha sonora do filme blaxploitation “Trouble Man”, um dos únicos dois álbuns de sua carreira a serem gravados sob seu comando completo.
No entanto, durante todo esse tempo, Gaye também gravou letras e desenvolveu instrumentais que abririam o caminho para “Let’s get it on”, evidenciando sua musicalidade flexível, bem como sua sexualidade aflorada.
![Capa do álbum "Let´s get it on" (1973), de Marvin Gaye — Foto: Reprodução](https://s2-oglobo.glbimg.com/IwMNQprIbOEKxxGgcH1lbKAyP3w=/0x0:1000x1000/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/C/g/yOQDa9Remxjlv5hDE4FQ/61b9qgoksll.-uf1000-1000-ql80-.jpg)
As 15 faixas finais da edição de luxo do disco incluem não apenas as várias instrumentais nunca antes ouvidas (apresentando performances de Herbie Hancock e Richard Bennett, ao lado dos lendários músicos Paul Humphrey e James Jamerson), mas também arranjos de músicas de 1973, do álbum “Vulnerable” (coleção de baladas que só foi lançada oficialmente em 1997).
Os ouvintes que conhecem esse lançamento póstumo específico podem, pela primeira vez, ouvir as músicas no contexto em que foram gravadas - ampliando simultaneamente os limites da música soul, em sua ambição de tornar-se uma espécie de Frank Sinatra negro. “O álbum original é brilhante, é uma obra-prima, o maior disco do ano para a Motown e o maior disco de Marvin Gaye até então”, diz Weinger. “É sexo, é amor, é Deus, é como você quiser chamar. Mas dentro disso, como ele chegou lá?”