Música
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Por — Rio de Janeiro

Bossa nova, Demi Lovato cantando em português, sample do samba-rock “Luísa Manequim”, citações a Chico Buarque e Rita Lee e uma mini ópera-rock em três atos — é esse carrossel de emoções que Luísa Sonza oferece em “Escândalo íntimo”, seu terceiro álbum, lançado na terça-feira, e que será apresentado ao vivo pela primeira vez este domingo, no palco Skyline do festival paulistano The Town.

Cheio de confissões, fanfarronices e autorreflexões nas letras, esse disco acompanha o processo psicanalítico ao qual a cantora se submeteu para tratar de traumas, ansiedades e fobias intensificados pela fama. Poderia dar em nada, mas resultou em canções adultas, algumas bem boas, com um tanto de poesia, um tanto de sofrência e muitas provocações sexuais — ou seja, sem esconder as contradições que fazem Luísa ser Luísa.

E mais do que isso: ao longo das 18 faixas (outras seis serão liberadas ao longo do ano), a artista e o seu diretor musical Douglas Moda usaram o poder de fogo de Roy Lenzo (produtor do álbum “Montero”, de Lil Nas) e de Tommy Brown (responsável por hits deAriana Grande, Justin Bieber e Blackpink), mais um time de compositores novo, mas cada vez mais consagrado (com Jenni Mosello, Carolzinha, Lucas Vaz, entre outros) para cobrir todos os campos possíveis do pop atual. E, de quebra, jogar alguma erudição MPB na cara da galera.

Faixa a faixa

Capa do álbum "Escândalo íntimo", da cantora Luísa Sonza — Foto: Reprodução
Capa do álbum "Escândalo íntimo", da cantora Luísa Sonza — Foto: Reprodução

  • Vinheta meio samba-canção, com trompete, o “Escândalo íntimo” que abre o disco nada mais é que um reelaboração de “Quarto de hotel”, faixa que o pianista Hareton Salvanini compôs e gravou para a trilha sonora do filme “A virgem de Saint Tropez”, de 1974.
  • Rock pesado e suingado, com toque de funk pancadão, “Carnificina” é a Luísa Sonza sem freios, fazendo ameaças do tipo “não mete o louco que eu meto o louco mais ainda” e “se tentar brigar comigo morre no fundo do poço”.
  • Em “A Dona Aranha”, no embalo funk, a festa segue abertamente sexual: “ai, eu tô subindo pelas paredes do quarto!”
  • Construído em cima do velho hit de Abílio Manoel, “Luísa Manequim” é um rock embebido em Britney Spears que serve para Luísa dizer coisas como “eu tô exausta, até feia eu sou bonita”.
  • A vinheta “Interlúdio — todas as histórias” leva ao bolero estilizado “Romance em cena”, hino do amor cachorro (“posso ser mais um esquema, é só você chamar”), com as vozes de Luísa Sonza e da convidada Marina Sena em perfeita comunhão de más intenções.
  • Lançado há alguns dias como single, “Campo de morango” é o que é: um violento e curto drill, com imagens para lá de sugestivas, tanto na letra quanto no vídeo. A porrada do disco.

  • Soul lento e sombrio, com feat de Baco Exu do Blues, “Surreal” flagra a cantora em seu momento mais poético: “Caso visceral, eu deixo por escrito / lance conjugal, desejo cítrico”.
  • O romantismo dark se estende por “Iguaria”, faixa em que Luísa ganha o ouvinte pelos achados da letra: “tem gente que amanhece com você / tem gente que é o seu amanhecer / tem gente que acontece e nada a ver / tem gente e tem eu e você.”
  • Declaração de amor da cantora ao seu atual companheiro, o youtubber Francisco Veiga, “Chico” é uma legítima bossa nova departamento Mallu Magalhães, com citação ao um outro Chico (o Buarque, de “Folhetim”).
  • Em “Onde é que deu errado?”, Luísa embarca numa sofrência pesada, na companhia de um acordeom mais tango que sertanejo, para soltar vocais dramáticos e sinuosos que fazem até pensar no flamenco pop de Rosalía.
  • Algo na linha do Evanescence, mas com um pouco mais de molho, “Penhasco2” é a tal que Demi Lovato canta em português com Luísa Sonza. O que não é pouca coisa.
  • Entre o vaporwave e o pop refinado de Marina Lima, “Outra vez” é uma pequena pérola para rádios FM, com versos do calibre de “e a nossa história não é triste / é como num filme / sou eu quem assiste”.
  • Do “Interlúdio — dão errado” (que nada mais é do que o “Não me deixe só”, de Vanessa da Mata), a cantora chega a “Principalmente me sinto arrasada”, a faixa mais ousada do álbum, que relata em três atos musicalmente diversos, o processo de um ataque de anseiedade. “Será que eu sou uma fraude? Bom, já, já vamos ver / certeza que eu tô a beira de enlouquecer”, encerra ela.

  • Toada em embalagem filter disco, “Ana Maria” promove o encontro de Luísa e Duda Beat — outro momento de grande sintonia no disco.
  • “Lança Menina” não podia ser outra coisa: uma homenagem descarada e apaixonada a Rita Lee — com direito a fala da própria, pregando contra o bom mocismo das meninas.
  • Mistura de sertanejo e blues, com sintetizadores pesados, “Não sou demais” fecha o disco em alta, com mais mostras de esperteza na letra: “Sou pergunta sem resposta / sou o risco sem a aposta / nem sagaz, nem idiota”.

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