Música
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Por — Rio de Janeiro

O título, “Chronicles of a diamond” (“Crônicas de um diamante”) carrega um tanto de ironia, insinua em entrevista por Zoom o produtor, guitarrista e metade do Black Pumas, Adrian Quesada, de 46 anos. Assim como um diamante exige uma gigantesca pressão para ser formado nas profundezas da Terra, o segundo álbum da dupla americana (que chega esta sexta-feira ao streaming) também foi gestado em meio a um clima tenso, pesado, de muita cobrança (inclusive, dos artistas sobre si mesmos).

Afinal, Quesada e o vocalista e compositor Eric Burton são os caras que viralizaram em 2020 com “Colors” – faixa que chegou ao primeiro lugar da parada de música alternativa da Billboard (depois de ter sido tocada em episódio da série “Grace and Frankie” e em um comercial do Bank of America), popularizando a banda no mundo.

— Originalmente, o novo álbum se chamaria “Black Pumas 2”, seria uma segunda parte de um disco de estreia, como foi o “Led Zeppelin 2”. Mas aí, nos últimos minutos, Eric começou a mudar muitos títulos das músicas. E quando “Waves” virou “Chronicles of a diamond”, achei que tínhamos ali um título para o álbum — explica o produtor.

Capa do álbum "Chronicles of a diamond", da dupla Black Pumas — Foto: Reprodução
Capa do álbum "Chronicles of a diamond", da dupla Black Pumas — Foto: Reprodução

Segundo ele, muitas eram as pessoas que ansiavam para que “Chronicles” fosse melhor que “Black Pumas” (2019) – disco decisivo para que esse grupo, formado em 2017 em Austin, capital do estado do Texas, recebesse seis indicações ao Grammy, entre 2020 e 2022:

— Houve pressão, e acho que ela foi boa para nós, ela fez com que realmente nos concentrássemos e tentássemos fazer o melhor álbum que pudéssemos. Mas tivemos dias muito difíceis, em que começamos a ter dúvidas sobre o que estávamos fazendo, ou por que estávamos aquilo... não sabíamos se ia dar certo ou não.

E deu certo: primeiro single do disco, “More than a love song” (soul em estilo setentista, à la Al Green, com batidas modernas do hip hop) fez com que o Black Pumas chegasse novamente ao tipo da parada de música alternativa da Billboard este ano. Junto a essa canção, o álbum traz coisas como a faixa-título (mais na linha melancólica de um Gnarls Barkley), “Angel” (só com violão, órgão e a voz de Eric secundada por um coro gospel), “Sauvingnon” (com a pegada funky e o falsete característicos do mestre da black music Curtis Mayfield) e “Mrs. Postman” (um pouco mais jazzy, com piano).

“Chronicles of a diamond” é nada mais que o soul psicodélico retrô-contemporâneo do Black Pumas, só que com mais apuro nos vocais e na composição de Eric Burton (músico talhado em apresentações nas ruas de Austin e de Los Angeles) e na elegância nas sonoridades escolhidas por Adrian Quesada — ou seja, a evolução de uma dupla que se formou, sem maiores pretensões, quando o produtor (que já tinha um Grammy, por seu trabalho com Grupo Fantasma, de funk latino) estava procurando um vocalista para seu novo projeto musical.

— Sendo bem honesto com você, a ideia inicial era tocar toda quinta-feira por um mês apenas: fevereiro de 2018. Mas a coisa foi bem e o dono da boate pediu para que seguíssemos por março... e aí foi. Quando começamos a trabalhar com um empresário, tivemos pela primeira vez a impressão de que seria algo maior do que imaginávamos – diz Quesada. — Nós queríamos que fosse algo divertido, não pensávamos no Grammy, só achávamos que era uma música com alguma chance de funcionar bem no Reino Unido. Mas o alcance que o Black Pumas teve simplesmente superou nossas expectativas.

Eric Burton, com o Black Pumas, no Lollapalooza 2022, em São Paulo — Foto: Lucas Tavares
Eric Burton, com o Black Pumas, no Lollapalooza 2022, em São Paulo — Foto: Lucas Tavares

Com “Chronicles of a diamond”, o Black Pumas espera voltar ano que vem (com uma banda de apoio reforçada por duas backing vocals de primeira) a um dos países onde têm mais ouvintes: o Brasil. Ano passado, eles se apresentaram no Lollapalooza, em São Paulo. Mas não ficaram na cidade por nada além do que 12 horas.

— Nosso voo de ida foi atrasando, atrasando e atrasando, então acabamos voando durante a noite e pousando na manhã do dia do show. E voltamos na mesma noite — lamenta Quesada, fã de músicos brasileiros como o maestro Arthur Verocai e o cantor Rogê, que ano passado lançou um álbum solo chamado “Boleros psicodélicos” e já tocou algumas vezes com ninguém menos que Prince. — Ele era definitivamente uma pessoa especial, para fazer tudo o que ele fez, mas o que poucas pessoas sabem é que ele era muito mais engraçado. Prince tentava tirar sarro de nós e nós zoávamos dele. Éramos jovens, ele foi muito paciente conosco e nos ensinou muito.

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