Música
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Por , O GLOBO — Brasília

Paul McCartney iniciou a temporada brasileira da turnê "Got back" às 20h48 de quinta-feira, com 18 minutos de atraso, e foi logo de "Can't buy me love", hit dos Beatles, para o delírio das quase 55 mil pessoas presentes na Arena BRB Mané Garrincha, em Brasília.

Gente como a paulista Rina Ricci, de 62 anos, que comprou ingressos para todos os oito shows que o eterno Beatle fará no país até 16 de dezembro. Ricci já foi a 20 shows de McCartney, quase todas as apresentações do ídolo no Brasil, a exceção do primeiro, em 1990, no Maracanã.

— Não sabia que teria. Naquela época não tinha rede social, e fiquei inconformada, passei três anos chorando. Em 1993, ele foi para São Paulo e prometi para mim mesma que a partir daquele dia eu nunca mais perderia nenhum show dele no país — lembra Ricci.

Rina Ricci foi de São Paulo a Brasília para ver Paul McCartney; ela já foi a 21 show do artista — Foto: Karolini Badeira / O Globo
Rina Ricci foi de São Paulo a Brasília para ver Paul McCartney; ela já foi a 21 show do artista — Foto: Karolini Badeira / O Globo

Para a felicidade dela e de tantos outros beatlemaníacos e paulmaníacos, o astro britânico estava, como de praxe, bem-humorado. Mandou um "Boa noite, véi" para o público e emendou sucesso atrás de sucesso: "Junior's Farm" e "Letting go", ambas da época do Wings; "She's a woman" e "Got to get you into my life", dos Beatles; "Come on to me", de 2018, e "Let me roll it", mais uma do Wings, vieram em seguida.

— Esta noite, vou tentar falar um pouco de português, pouquinho, all right? — arriscou o artista, que trocou o baixo pela guitarra para cantar" Getting better", mais um clássico dos Beatles, desta vez do álbum "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band". Seria a canção que diz que tudo está melhorando o tempo todo um prenúncio do que viria?

Era exatamente esse o clima da pequena Malu Souza, de 8 anos, que estava no show acompanhada dos pais, Juliana Souza, de 45 anos, e Andrei Sachin, de 41, que a influenciaram no gosto pelo quarteto de Liverpool.

— Escuto todos os vinis dos Beatles do meu pai, estou muito ansiosa para o show — contou.

Malu com os pais Juliana e Andrei no show de Paul McCartney em Brasília — Foto: Karolini Bandeira
Malu com os pais Juliana e Andrei no show de Paul McCartney em Brasília — Foto: Karolini Bandeira

De terno preto e camisa branca desabotoada, Paul, 81 anos, foi ao piano para "Let em in" e "My valentine", dedicada à mulher, Nancy Shevell. O momento romântico fez os casais dançarem agarradinhos, enquanto os telões na Arena exibiam um clipe com os atores Johnny Depp e Natalie Portman.

Mas o clima "grudadinho" durou pouco. Paul partiu para "Maybe I’m amazed" e "I’ve just seen a face", quando pegou o violão e perguntou se o público estava se divertindo. Diante da resposta empolgada, ele concordou: "Eu também".

— Hora de voltar no tempo. Essa canção é a primeira que os Beatles gravaram — disse Paul, antes de começar "Love me do", com todo o estádio dançando com as lanternas de seus celulares acesas. A canção do primeiro álbum dos Beatles empolgou os fãs: todo mundo cantou junto.

Paul então trocou o violão pelo banjo para "Dance tonight," com direito ao baterista Abe Laboriel Jr fazendo passinhos de TikTok. Laboriel já tinha encantado o público brasileiro com suas coreografias em 2019, durante os shows da turnê "The freshen up".

Paul McCartney abre a turnê 'Got Back' no Brasil nesta quinta-feira em Brasília

Paul McCartney abre a turnê 'Got Back' no Brasil nesta quinta-feira em Brasília

De volta ao violão, Paul fez todo mundo cantar com "Blackbird", do clássico "Álbum branco" dos Beatles. Quando ele homenageou George Harrison, cantando "Something", do disco "Abbey Road", o público mais uma vez respondeu cantando junto, em peso, enquanto o rosto de Harrison era projetado no telão.

— George vive em nossos corações — disse, antes de agradecer ao amigo por "escrever essa música linda".

As canções dos Beatles, como era esperado, foram as que mais empolgaram o público. Ao som de "Ob-la-di, Ob-la-da" via-se as pessoas aos pulos na pista. Já "Let it be", mais uma vez com lanternas acesas, foi um dos momentos mais emocionantes da noite.

Com "Live and let die", tema de "007 - Viva e deixe morrer", o público foi ao delírio, enquanto um show pirotécnico deixava o palco vermelho.

O sonho acabou

Depois de "Hey, Jude", Paul ensaiou uma despedida, mas só para voltar em seguida com as bandeiras do Brasil e do Reino Unido. Foi a vez de cantar "I've got a feeling" e homenagear o parceiro John Lennon. No telão, um clipe mostrava John cantando e sua voz se misturou a de Paul.

— É muito especial para mim, eu e John cantando juntos — disse Paul, que se despediu, após 2h50 de show e 36 músicas com mais uma dos Beatles, "Golden slumbers". — Até a próxima!, disse ele em português.

Ao final, Vera Lúcia Pandi estava emocionada em seu segundo show do ídolo. Para a aposentada de 69 anos, este já é o favorito.

— Vibrei do início ao fim. Para mim, faltou apenas "Michelle", que é a música que deu o nome da minha filha. Ela me apresentou os Beatles há 10 anos. Vimos o último show do Paul em Brasília juntas, mas infelizmente ela não pôde vir comigo hoje porque já se foi. Estou aqui por ela, que me colocou para ouvir cada disco do Paul.

O músico Ismael Rattis, 40, também em seu segundo show de Paul, precisou dar uma esticadinha nas pernas ao fim da apresentação.

— É meu segundo show do McCartney e é sempre incrível ver a maestria e a mágica que ele faz no palco, sobretudo com a idade que tem. Foi um verdadeiro espetáculo.

A paraense Marcela Vieira, 24, veio para a capital federal para ver o ídolo de pertinho, e conseguiu. Ficou na grade, na frente do palco.

— Foi maravilhoso, não tenho palavras... Queria ir nos outros shows da turnê, mas não posso mais faltar ao trabalho — comentou, rindo. — Acho que a única coisa que senti falta foi de mais interação dele com o público. Mas eu entendo, afinal ele já tem 81.

Responsável por todas as vindas de Paul ao Brasil, Luiz Oscar Niemeyer, da Bonus Track, disse que "Got back" é a maior turnê do Beatle no país.

— É um artista muito feliz por estar de volta ao Brasil, com um público que retribuiu com energia e entusiasmo, cantando todas as músicas. A estreia mostrou a vibração de Paul. (Colaborou Mariana Teixeira)

Veja setlist completa do show de Paul McCartney

  1. Can’t Buy Me Love
  2. Juniors Farm
  3. Letting Go
  4. She’s A Woman
  5. Got To Get You Into My Life
  6. Come On To Me
  7. Let Me Roll It
  8. Getting Better
  9. Let Em In
  10. My Valentine
  11. 1985
  12. Maybe I’m Amazed
  13. I’ve Just Seen A Face
  14. In Spite Of All The Danger
  15. Love Me Do
  16. Dance Tonight
  17. Blackbird
  18. Here Today
  19. New
  20. Lady Madonna
  21. Fuh You
  22. College/Bathroom
  23. Jet
  24. Mr Kite
  25. Something
  26. Obla Di Obla Da
  27. Band on the Run
  28. Get Back
  29. Let It Be
  30. Live and Let Die
  31. Hey Jude
  32. I’ve Got A Feeling
  33. Birthday
  34. Sgt Pepper's reprise/Helter Skelter
  35. Golden Slumbers

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