Baterista d'Os Mutantes nos discos “Tudo foi feito pelo sol” (1974) e “Ao vivo” – auge da fase progressiva do grupo, quando não contava mais com Rita Lee e Arnaldo Baptista e era liderado pelo guitarrista Sérgio Dias –, Rui Motta faleceu esta quarta-feira, aos 72 anos. A informação foi divulgada em seu perfil oficial nas redes sociais, que não cita detalhes sobre a causa da morte. O sepultamento acontece às 13h30 de quinta-feira Cemitério de São João Batista, no bairro de Botafogo, no Rio de Janeiro.
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Nascido em Niterói (RJ), Rui começou a tocar ainda adolescente, como autodidata, em bandas como Os Corujas, Veludo Elétrico e Sociedade Anônima, com a qual participou da trilha sonora da novela “O Homem que deve morrer” (TV Globo), de Janete Clair, com a canção “Solto no ar”. O Sociedade ainda foi classificado para o VI Festival Internacional da Canção de 1971 ao defender “Quem não canta e não dança não sabe o que está perdendo” (de Paulinho Machado e Nelson Motta).
Depois dos Mutantes, Rui Motta participou de shows e gravações com Zé Ramalho, Ney Matogrosso, Erasmo Carlos, Ednardo, Moraes Moreira, Sérgio Dias, Steve Hackett (ex-guitarrista do grupo inglês de rock progressivo Genesis) e Marina Lima (é sua a bateria na faixa “Mesmo que seja eu”). Como artista solo, gravou quatro discos: “Mundos Paralelos”, “Rui Motta”, “Sinestesia” e “Ilusão Motriz”.
Em 2006, ele inaugurou no Rio a Oficina de Bateria Rui Motta, escola voltada para a formação de bateristas através de um programa exclusivo, criado e organizado pelo próprio. Na área didática Rui deixa sete livros editados e dezenas de vídeos na internet.
Nos anos 2010, Rui se juntou a Sérgio Dias, Antônio Pedro (baixo) e Túlio Mourão (teclados), os músicos que gravaram "Tudo foi feito pelo sol", para o show "Cavaleiros negros", que revivia o repertório da fase progressiva dos Mutantes.