Cultura
PUBLICIDADE
Por — Rio de Janeiro

Filho único de Chorão (1970-2013), cantor que se notabilizou como vocalista da banda Charlie Brown Jr., Alexandre Ferreira Lima Abrão pode ser punido com multas diárias de R$ 3 mil caso não cumpra um acordo judicial homologado, há uma década, no inventário do artista. Desde 2022, uma disputa entre os herdeiros do músico — especificamente entre Graziela Gonçalves, viúva do cantor, e Alexandre, fruto do antigo relacionamento de Chorão com Thaís Lima — segue na Justiça.

O que se sabe sobre o processo?

Duas ações judiciais correm separadamente, e ambas envolvem os nomes de Graziela e Alexandre. Em todos os processos, a viúva de Chorão — com quem foi casada por quase 20 anos — alega que seu enteado não vem cumprindo o acordo estabelecido, em 2013, acerca da partilha dos bens do artista.

A viúva de Chorão detém 45% dos direitos de imagens e produtos, incluindo marcas, referentes ao cantor e à banda Charlie Brown Jr. Por sua vez, Alexandre possui 55% desses direitos. De acordo com o inventário, a dupla de herdeiros está sujeita ao pagamento de uma multa diária de R$ 3 mil, caso descumpra o acordo.

Qual o motivo da ação?

Na ação movida na Justiça, e a que o GLOBO teve acesso, Graziela ressalta que Alexandre vem lhe causando prejuízos desde que passou a firmar "de forma desleal", como frisa num dos processos, "diversos contratos para licenciamento de produtos de Chorão e da banda Charlie Brown Júnior" junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Ao GLOBO, o advogado Maurício Guimarães Cury, representante de Graziela, revela que o caso segue em curso desde novembro de 2022, quando a viúva tomou ciência do registro indevido da marca Charlie Brown Jr. pelo enteado.

— Ao tomarmos conhecimento dos fatos, tentamos uma composição diretamente com o advogado do senhor Alexandre, que restou frustrada. Ato seguinte, notificamos extrajudicialmente o senhor Alexandre, no final do ano de 2022, e ele não transferiu os direitos da senhora Graziela perante o INPI — explica o advogado. — Após a notificação, ainda tentamos, por meses, uma composição com o senhor Alexandre, que restou frustrada. Em razão disso, tivemos que ingressar com a ação judicial.

Chorão durante um show no Brasília Music Festival, em 2003 — Foto: Roberto Stuckert Filho/Agência O GLOBO
Chorão durante um show no Brasília Music Festival, em 2003 — Foto: Roberto Stuckert Filho/Agência O GLOBO

A reivindicação de Graziela, nesse caso, é obrigar Alexandre a transferir, perante o INPI, os 45% dos direitos que ela possui sobre a marca Charlie Brown Júnior, como reforça o advogado que a representa. De acordo com a viúva de Chorão, Alexandre registrou a marca exclusivamente em nome dele. O GLOBO não conseguiu contato com o filho do cantor.

O que diz o filho de Chorão?

Por meio de manifestação judicial, a que o GLOBO também teve acesso, o filho de Chorão afirma que as reivindicações de Graziela carecem de substância jurídica e estão sustentadas por "litigância de má-fé", conduta abusiva com o intuito de causar dano ao processo.

O filho do cantor afirma que, para a viúva, cabem apenas os rendimentos resultantes dos direitos patrimoniais do cantor e compositor e acrescenta que esse tópico está sendo objeto de questionamento por meio de uma ação ordinária de prestação de contas, em trâmite perante a 16ª Vara Cível do Fórum Central de São Paulo. "Quanto aos rendimentos resultantes da exploração do nome de 'Chorão', estes estão sendo pagos religiosamente à autora", garantem os representantes de Alexandre, que acusam Graziela de utilizar uma via processual inadequada na Justiça.

O filho do cantor também frisa que "nunca deixou de colocar à disposição da autora (do processo) as contas relativas à administração dos direitos de imagem deixados pelo sucedido (o cantor Chorão)". E prossegue: "A autora jamais se interessou em comparecer à sede da empresa para obter as informações sobre os negócios e contratos realizados".

Graziela rebate argumentos

Diante das colocações do enteado, Graziela afirmou, também por meio de documento judicial, que "a manifestação do réu, além de desleal e eivada da mais pura má-fé, é extemporânea". E considerou que "o réu, propositalmente e na mais pura má-fé, com 'malicioso jogo de palavras', tenta confundir o juízo, o que é inadmissível".

Graziela reitera o que foi firmado por meio do inventário, em 2013. "A autora é herdeira necessária do finado Alexandre Magno Abrão (Chorão), tal como o réu. A autora, portanto, possui os mesmos direitos que o réu possui sobre a totalidade dos bens deixados pelo finado", reforça. "Na partilha amigável realizada nos autos do inventário, as partes, entre outras coisas, fixaram nas cláusulas 09 e 10 direitos (materiais e imateriais) sobre a banda Charlie Brown Júnior. Evidente que, dentre os direitos imateriais, as partes (autora e réu) possuem direitos sobre o nome, imagem e produtos 'Charlie Brown Júnior'", defende.

O que acontece agora?

Em outubro de 2022, o juiz Felipe Poyares Miranda, da 16ª Vara Cível do Fórum Central de São Paulo, determinou que Alexandre prestasse contas à Graziela acerca dos 20 contratos fechados com empresas e envolvendo o nome de Charlie Brown Jr. e Chorão.

Em seguida, uma perita foi nomeada para realizar o laudo pericial contábil, ou seja, detalhar a soma de todos os valores recebidos por Alexandre sem a participação de Graziela. O processo está em fase de perícia contábil e, no momento, aguarda a entrega do laudo.

Mais recente Próxima 'Não precisa ter medo': nova leva de influenciadores quer provar que homens carecas podem ser atraentes
Mais do Globo

Atleta foi perdoado pela companheira após criar uma 'família paralela' com influenciadora

Eurocopa: Presença de ex-amante de Walker, que traiu mulher grávida, gera tensão para a Inglaterra antes da final

Segundo a denúncia, os abusos ocorreram em um quarto de hotel na cidade de Mendoza, na noite seguinte à vitória da seleção francesa sobre os Pumas. Os dois atletas foram transferidos de Buenos Aires

'Eu pedi por favor': o dramático testemunho da mulher que denunciou os jogadores de rugby franceses por estupro

Alexandre de Moraes, Dias Toffoli, Luiz Fux e Luís Roberto Barroso foram alvos de esquema de espionagem durante presidência de Jair Bolsonaro

Abin paralela: ministros do STF classificam ação clandestina contra integrantes da Corte como 'grave'

Último encontro do colegiado foi realizado em novembro do ano passado

Comissão do Congresso que investigava ‘Abin paralela’ não realizou sessões em 2024

Gerente de operações vai receber R$ 20 mil da Localiza Rent Car

Cliente vai ganhar indenização de locadora após ser detido com carro roubado

No futuro, homem passará por novo procedimento, já que, com o impacto, parte do crânio foi quebrada, e fragmentos foram retirados

Após cirurgia para tirar estaca da cabeça de carpinteiro, médicos projetam os próximos passos; entenda