Lançado em 2011, o filme de animação “Rio”, de Carlos Saldanha, foi um sucesso de público e divulgou as paisagens cariocas em todo o mundo. Além disso, tem um significado especial para o cantor colombiano J Balvin. Fã do filme, decidiu registrar seu filho com o nome do longa e da cidade, que conheceu em 2017. Agora, a história de J Balvin com o Rio ganha mais um capítulo: ele fará nesta segunda (12) um show no Nosso Camarote, no Sambódromo — que, inclusive, aparece em cena famosa da obra de Saldanha.
A estrela do reggaeton já esteve no país duas vezes, mas nunca para participar do carnaval.
— Sinto que isso vai me permitir vivenciar a mais alta expressão da cultura brasileira. Quero criar uma experiência inesquecível para todos na multidão — diz J Balvin, apontando semelhanças entre o Brasil e a Colômbia. — Música é uma parte muito importante da narrativa cultural nos dois países. E, na maior parte das vezes, penso que a música brasileira é feita para ser dançada. Gosto desta energia.
Carol Sampaio, empresária e dona do Nosso Camarote, diz que a escolha do colombiano faz parte da estratégia do camarote em levar algo novo e diferente para a Sapucaí todos os anos.
— Todo ano pensamos em como podemos elevar o Nosso Camarote. Ele é um nome global que leva o reggaeton para todos os cantos do mundo e um dos representantes desta nova geração que expõe o gênero aqui no Brasil. Tenho certeza que será uma noite icônica — opina Carol.
Prova deste intercâmbio está em algumas parcerias que ele tem feito com artistas do funk brasileiro, como MC Fioti. Já Léo Santana disse que está “namorando” uma colaboração com o colombiano, que já gravou cinco faixas com Anitta, incluindo o hit “Downtown”. O baiano e a “girl from Rio” também vão se apresentar no Nosso Camarote: será sábado, dia 17, durante o Desfile das Campeãs na Sapucaí.
— Tenho orgulho de chamar Anitta de família — diz J Balvin. — Ela é uma grande estrela e uma pessoa ainda maior. Como colega de profissão, tenho a maior admiração. Ela é muito trabalhadora.
![J Balvin e Anitta — Foto: Divulgação](https://s2-oglobo.glbimg.com/_IeSstaRHO0qMJwTJ2fnt9q1kRo=/0x0:720x405/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/t/i/R0iau2Q9msFYmfX2zgxw/anitta-e-j-balvin.jpg)
Metallica e Nirvana
J Balvin conta que cresceu ouvindo Metallica e Nirvana e acabou se interessando por hip-hop. Mas diz que decidiu enveredar pelo reggaeton ao conhecer o trabalho do porto-riquenho Daddy Yankee, um dos pioneiros do gênero:
— Ele tinha aquele fluxo legal de rapper, soltando versos malucos, mas com um toque bem latino na melodia.
Em 2012, o colombiano lançou seu primeiro álbum, e ali era o começo de uma história que não imaginava — hoje está entre os 50 artistas mais ouvidos do mundo no Spotify e soma quase 51 milhões de ouvintes mensais só nesta plataforma.
Latinos para o alto e avante
Era o início de uma onda que atingiu toda a América Latina e o mundo. Em entrevista dada ao GLOBO ano passado, a gerente de relacionamento com artistas e gravadoras do Spotify no Brasil, Carolina Alzuguir, contou que as execuções de música latina cresceram cerca de 170% nos últimos cinco anos no serviço de streaming. Além disso, a playlist Viva Latino é uma das mais ouvidas globalmente, ficando atrás apenas de Today’s Top Hits.
— É um privilégio poder contribuir e emocionante que esta geração de artistas não tenha fronteiras. Eles estão construindo estradas culturais para todas as direções do mapa — comemora o artista, que diz se sentir o mesmo cara de 12 anos atrás, com os mesmos sonhos, mas com mais histórias para contar. — A diferença é que sou pai agora, o que me obriga a querer desacelerar o tempo e aproveitar um pouco mais tudo o que faço.
Além de destaque como cantor, J Balvin faz de seu vestuário um show à parte. Roupas e cabelos coloridos, modelos oversized e divertidos não faltam nas aparições do colombiano. Em novembro de 2023, ele foi reconhecido por isso e ganhou o prêmio Ícone da Moda Latina do Ano na primeira edição do Latin American Fashion Awards.
— Sou um entusiasta da moda. É uma forma de expressão e está intrinsecamente ligada à minha música. Quando me apresento, quero enviar uma mensagem e contar uma história — diz J Balvin, acrescentando que seu figurino para a Sapucaí não vai ser qualquer um. — Precisamos dar uma valorizada para o carnaval.