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Por — São Paulo

O pedido de exumação na Justiça de Gal Costa afirma haver "dúvida razoável" sobre a causa da morte da cantora e narra como seu filho, Gabriel Penna Burgos Costa, de 18 anos, encontrou o corpo da mãe na madrugada de sua morte.

O documento, ao qual o GLOBO teve acesso, foi protocolado na Justiça pela equipe jurídica que assiste Gabriel e afirma que, por volta das cinco da manhã de 9 de novembro de 2022, ele foi chamado ao quarto da mãe por Wilma Petrillo, empresária que afirma ter vivido em união estável com Gal, e encontrou a cantora no chão, já sem vida.

Naquele momento, segue o texto, “percebia-se uma espuma” na boca de Gal. A saúde da baiana na véspera de seu falecimento é descrita como “regular, cotidiana e normal”.

“A situação se faz de tal modo misteriosa”, segue a petição, que Gabriel “se pergunta como veio a falecer sua mãe”, pois a morte ocorreu “subitamente”, “sem testemunhas que descrevessem como e por que se deu a passagem”. Procurada pela reportagem, a advogada de Wilma Petrillo afirmou que não teve acesso à petição, e que as alegações são “inverídicas e serão rebatidas nos autos do processo”.

O documento questiona o atestado de óbito de Gal, uma vez que, por decisão de Petrillo e “a contragosto de amigos e familiares”, não foi realizada autópsia. No atestado de óbito, consta como causa da morte de Gal “infarto agudo do miocárdio, neoplastia maligna de cabeça e pescoço”.

A petição, no entanto, afirma que a causa da morte é “incógnita, pairando dúvida razoável sobre as circunstâncias em que se deu o fim de sua existência”.

Para sustentar a argumentação, o texto cita a Resolução nº 2.132/2015 do Conselho Federal de Medicina, que diferencia “morte violenta”, “morte com causa natural conhecida” e “morte com causa natural desconhecida”. Segundo a resolução, o Samu pode atestar a morte se ela for “com causa natural conhecida” e mediante concordância da família.

A morte de Gal, segue a petição, teria sido “natural por causa desconhecida”, uma vez que, “no momento da morte”, ela não era assistida por nenhum médico “que pudesse atestar o verdadeiro motivo do óbito”.

O documento também afirma que “o fato de haver sinais de tumor maligno” (neoplastia) “não é causa mortis”. A existência de um tumor pode ser considerada “circunstância correlata ao falecimento” após “devida aferição apropriada (por autópsia)”.

Gal havia passado por uma cirurgia para a remoção de um nódulo nasal em setembro de 2022, mas estava “bem de saúde” e “assistida por médicos de sua absoluta confiança” que “sequer foram consultados ou chamados quando ocorreu o óbito”.

Gal Costa e o filho, Gabriel — Foto: Reprodução
Gal Costa e o filho, Gabriel — Foto: Reprodução

A equipe jurídica de Gabriel sugere que os médicos do Samu ignoravam que Gal tivesse um tumor e que essa informação “só poderia ser passada pela própria Wilma”.

“O requerente e o Brasil desconhecem a causa da morte de sua genitora, pois não foi realizada a autópsia, sendo este um dos casos em que o juiz solicita a exumação do corpo, como prova de exame de corpo de delito”, afirma a petição, que é assinada pelas advogadas Luci Vieira Nunes e Mariana de Athayde Ferreira. O processo corre em segredo de Justiça.

Na semana passada, conforme adiantado pelo jornal Folha de S.Paulo e confirmado pelo GLOBO, Gabriel entrou na Justiça pedindo a exumação de Gal com o objetivo de estabelecer a causa da morte e transladar seus restos mortais para o Cemitério São João Batista, no Rio, onde a cantora comprou um jazigo e está enterrada sua mãe.

Como Gabriel era menor de idade quando sua mãe morreu, Petrillo determinou sozinha que Gal fosse sepultada no Cemitério da Ordem Terceira do Carmo, em São Paulo, onde seus fãs não podem visitá-la. A petição diz que a decisão de Wilma “causa perplexidade a todos, quiçá suspeitas”.

Gabriel também questiona na Justiça que sua mãe e Wilma, que é madrinha de Gabriel, viviam uma união estável, o que faria dela herdeira da cantora. Na semana passada, Luci Vieira Nunes, advogada de Gabriel, disse ao GLOBO que “é inequívoco que se elas realmente tiveram uma relação, esta já havia acabado há muito tempo”.

— Wilma era somente empresária de Gal. Tanto que Gal nunca reconheceu publicamente essa união, nunca falou com ninguém sobre isso e não tinha a intenção de deixar patrimônio para Wilma. O que ela não imaginou foi que sua última vontade não seria respeitada pela mulher que era madrinha de seu filho — disse a advogada em referência à decisão de Wilma de enterrar Gal em São Paulo.

As advogadas de Gabriel foram procuradas pela reportagem, mas preferiram não comentar.

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