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'Rolê aleatório': Ronaldinho, à frente de grupo de rap, diz que seu lance 'sempre foi a composição'

Ex-jogador lidera a Tropa do Bruxo, coletivo de hip hop que já emplacou um hit e promete nove lançamentos em 2021
Ronaldinho no clipe de 'Rolê aleatório', novo single da Tropa do Bruxo Foto: Reprodução
Ronaldinho no clipe de 'Rolê aleatório', novo single da Tropa do Bruxo Foto: Reprodução

Expressão muito usada nas redes sociais para resumir situações ou encontros improváveis, "Rolê aleatório" batiza o segundo single da Tropa do Bruxo, coletivo de hip hop que tem à frente o ex-jogador Ronaldinho. Longe dos gramados desde 2015, após breve passagem pelo Fluminense, o gaúcho R10 atua no projeto como sócio, produtor executivo, protagonista de clipes e até compositor.

— O que me motivou ao projeto é o efeito que a música causa nas pessoas, e meu lance sempre foi com composição — explicou em entrevista ao GLOBO, por e-mail.

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Aleatório ou não, Ronaldinho, de 40 anos, usa sua idolatria e influência sobre os jovens para chamar atenção ao projeto. A Tropa do Bruxo estreou oficialmente na véspera do Natal, dia 24 de dezembro, com o clipe de "Oclin e Evoque", ao lado de Djonga , Sidoka e MC Rick, rappers mineiros idolatrados pelas novas gerações. O vídeo já foi visto mais de 2,5 milhões de vezes.

Em "Rolê aleatório", lançada nesta sexta-feira, Ronaldinho saiu de Belo Horizonte e foi para São Paulo, onde gravou com o coletivo Recayd Mob, outro fenômeno de popularidade do trap nacional, seguido por mais de 1 milhão de pessoas só no YouTube.

No clipe, Ronaldinho e os rappers da Recayd — Derek, Dfideliz, MC Igu e Jé Santiago — simulam uma festa privada, daquelas que os convidados são obrigados a deixar o celular na porta com o segurança, para evitar flagrantes. Nos versos e imagens, referências a sexo, bebedeiras e drogas, como era de se esperar, mas também demonstrações de idolatria a Ronaldinho, que não aparece apenas em carne e osso como também enquanto personagem de videogame.

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Se na época de jogador era comum ver Ronaldinho com um pandeiro na mão, agora ele está focado nas batidas feitas em estúdio.

— Sempre curti o r&b, rap, hip hop, e o trap cresceu muito nos últimos anos. É um beat diferente que no Brasil virou um lance de gente jovem, um gênero que tem menos regras, que usa as redes sociais e as plataformas a seu favor — conta R10, que promete ao menos oito novas músicas da Tropa do Bruxo para 2021. — Quero fazer geral se envolver no clima do trap.

Na entrevista ao GLOBO, Ronaldinho só não respondeu se usou os seis meses em que esteve preso no Paraguai, durante a pandemia, como período de inspiração para composições de seu projeto musical.

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A música sempre pareceu uma espécie de hobby pra você, desde que participou de "Vamos beber", do Dennis DJ. Em que momento e por que você resolveu investir na música profissionalmente, com a Tropa do Bruxo?

A música sempre fez parte da minha vida, sempre tive uma relação com com esse cenário e amizade com grupos de samba e pagode, principalmente, que é um ambiente bem próximo do futebol. O que me motivou ao projeto é o efeito que a música causa nas pessoas, e meu lance sempre foi com composição e aí logo vieram as participações. Esse projeto é uma parceria minha com o Wusta Studio.

E por que investir no trap, exatamente?

Sempre curti o r&b, rap, hip hop, e o trap cresceu muito nos últimos anos. É um beat diferente que no Brasil virou um lance de gente jovem, uma galera pra frente que tem ideias e objetivos. É um gênero que tem menos regras, que usa as redes sociais e as plataformas a seu favor.

Ronaldinho Gaúcho com a Recayd Mob na gravação do clipe 'Rolê aleatório' Foto: Divulgação/Rudd
Ronaldinho Gaúcho com a Recayd Mob na gravação do clipe 'Rolê aleatório' Foto: Divulgação/Rudd

Agora você chamou a Recayd Mob, que impacta milhões de jovens no streaming, para participar da Tropa. Conta um pouco mais sobre sua relação com o grupo?

Eles são irreverentes, são jovens com uma personalidade musical muito bacana. Conheci o grupo através de um amigo em comum e rolou a parceria.

Como jogador, você acumulou títulos, virou ídolos de milhões e foi eleito melhor do mundo? Olhando para a música, qual é o seu grande objetivo, se pudesse sonhar alto?

Se for pra sonhar, gostaria que minha música tocasse o coração das pessoas. A união da música com o sentimento é a minha alegria. Eu transformo os momentos do meu cotidiano em música e é isso que quero passar. Estar em uma roda de samba ou no clima do trap me ajuda a deixar as coisas fluírem.

O que podemos esperar dos próximos lançamentos da Tropa para 2021?

Para este ano vamos trabalhar para ter mais oito lançamentos, quero fazer geral se envolver no clima do trap. Espero que vocês gostem, nós estamos muito felizes com os resultados e a energia boa de cada um que participou desse projeto.