Postagens sobre uma suposta cidade perdida na Amazônia, chamada Ratanabá, ganharam força nas redes sociais principalmente depois que o ex-secretário de Cultura Mário Frias fez comentários sobre ela. A teoria, porém, é classificada como infundada por especialistas, pois sua civilização teria habitado a região da floresta há mais de 450 milhões de anos — e o Homo sapiens mais antigo já encontrado data de menos de 1 milhão. Em meio às reações na web, chama atenção a do escritor Paulo Coelho, que ironizou a situação.
"Estou reclamando com minha agência que nenhum dos meus livros está nas livrarias de Ratanabá", zombou Coelho no Twitter.
![Post irônico do escritor Paulo Coelho no Twitter — Foto: Reprodução](https://s2-oglobo.glbimg.com/7tEO2U4mvfHctFMz6EHj4WZtBhY=/0x0:546x184/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/P/E/M1sKRzSRiT4ZN5X8BJrw/tuite-paulo-coelho.png)
O escritor continuou no tom crítico ao ex-ministro numa troca de mensagens com o cantor Tico Santta Cruz — tudo na base da ironia.
"Mas eu comprei um exemplar do seu livro em Ratanabá! Talvez tenha sido sorte de viajante", brincou o fundador da banda Detonautas.
"E seu show? Divulgaram bem ou ficou foi prejudicado pelo ex-secretário de cultura?", questionou Coelho.
"Por conta dos combustíveis muito alto, e o ausência de vagas para submarinos, a tour precisa de incentivos da Lei Rouanet — mas não conseguimos apoio militar pra isso", respondeu Santta Cruz.
![Troca de mensagens recheada de ironia entre o escritor Paulo Coelho e o cantor Tico Santta Cruz — Foto: Reprodução / Twitter](https://s2-oglobo.glbimg.com/LuwMgGF1HUAItgpjxpG3DamrP5E=/0x0:553x364/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/1/r/hJFGHWRx2CrgdnJhImxw/conversa-paulo-tico.png)
Segundo as informações que circulam nas redes, Ratanabá teria sido erguida pela civilização Muril, da qual não se tem registros em revistas científicas. De acordo com Eduardo Neves, professor do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo, as imagens usadas para ilustrar a cidade perdida teriam pouca base na realidade. Elas mostram grandes construções douradas e reluzentes feitas de rocha e ouro, materiais dificilmente encontrados na região na proporção necessária para erguer uma cidade desse tamanho.