O governo iraniano se pronunciou oficialmente pela primeira vez, nesta segunda-feira, sobre o ataque sofrido pelo escritor anglo-indiano Salman Rushide. De acordo com o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores do país, o autor de 'Versos Satânicos' e seus apoiadores são os únicos responsáveis pelo atentado.
— Nós não culpamos, ou reconhecemos digno de condenação, ninguém, exceto ele mesmo e seus apoiadores — disse Nasser Kanaani, acrescentando que o escritor insultou a 'santidade do islã' e cruzou os limites de mais de meio bilhão de mulçumanos.
Esfaqueado pelo americano Hadi Matar enquanto participava de uma palestra no estado de Nova York, Rushide ficou gravemente ferido no episódio. No sábado, Salman Rushdie foi extubado, segundo Andrew Wylie, agente do escritor. Ele apresenta melhora significativa e deve restabelecer o movimento da mão, apesar de os nervos do braço terem sido afetados pelo ataque. Rushdie teve o fígado atingido e também pode perder um olho.
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Ameaçado de morte pelo Irã, escritor é atacado por homem nos EUA
A obra de Rushdie fez com que ele se tornasse alvo de ameaças de morte no Irã desde a década de 1980. O livro "Os Versos Satânicos" de Rushdie é proibido no país desde 1988. Muitos muçulmanos consideram a história uma blasfêmia.
Um ano depois, o falecido líder do Irã, o aiatolá Ruhollah Khomeini, emitiu um edito, pedindo a morte de Rushdie. Uma recompensa de mais de US$ 3 milhões também foi oferecida para quem tirasse a vida dele. O escritor passou cerca de dez anos sob proteção policial e vivendo na clandestinidade. Ele mora nos EUA desde 2000.
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