Cotada para Ministério da Cultura do governo eleito, Daniela Mercury parabeniza Margareth Menezes

• Preconceito: Margareth Menezes diz que racismo impediu projeção como Daniela e Ivete

"Eu quero dar um viva e meus parabéns a @margarethmenezes, nossa ministra da Cultura. Caminhamos juntas há décadas e agora mais próximas ainda pela reconstrução da cultura desse país. Margareth é uma potência. Uma força feminina nordestina, que sempre se colocou à frente de causas importantes, inclusive as de direitos humanos e as em defesa da natureza. A representatividade de Margareth no governo é fundamental para construirmos o Brasil que sempre sonhamos. Sabemos da imensa responsabilidade que é assumir o MinC depois desses 6 anos de destruição, censura, paralizações e ataques aos artistas e à cultura brasileira. Por isso, desejo muita sorte e peço a união de todos os agentes culturais do Brasil para reerguermos a cultura com a liderança de Maga. Conte comigo para fazermos a cultura brasileira voltar a ser tratada como deve ser no Brasil e no mundo. Estamos juntas. Axé, amiga", escreveu Daniela.

Em entrevista recente ao jornal OGLOBO, Daniela afirmou que, apesar de seu engajamento político na campanha do presidente eleito, não postulava o cargo de Ministra da Cultura, para o qual seu nome havia sido citado.

- Não pretendo esse cargo nem falo como pretendente. Minha atuação independe disso. Quem for assumir o Ministério precisa ter capacidade de articulação política, conhecer bastante as questões relacionadas à reestruturação do Ministério, que foi destruído completamente. A gente tem muitas pessoas excelentes que podem fazer isso. Também depende de a sociedade se organizar, não é uma questão só do governo. A gente precisa de gente forte que tenha poder junto ao governo para conseguir aprovar leis e até medidas provisórias para o setor, que está abandonado e enfraquecido há muitos anos - afirmou Daniela.

Também em entrevista ao GLOBO, em abril deste ano, Margareth falou sobre sua relação com Daniela e afirmou o motivo que não a permitiu ter a mesma projeção que Daniela e Ivete.

- São histórias de patamares diferentes e existem aí várias coisas dentro do mesmo pacote. Tem a questão racial, o racismo estrutural da nossa sociedade. A isso, soma-se a estética, o padrão da televisão. Nós, mulheres artistas negras, não tínhamos as mesmas oportunidades, aberturas, convites. Outro diferencial é que Daniela e Ivete, mulheres fantásticas e grandes talentos com contribuições enormes na cultura, tiveram a oportunidade de participar de blocos com estrutura, já com a logística arrumada, patrocinadores. Não tinham as mesmas preocupações que eu, que venho da música e de trio independente - contou Margareth.