Numa época em que não existia o termo fake news e nem WhatsApp, Facebook, Twitter para disseminá-las, Glória Maria, que morreu nesta quinta-feira, foi envolvida numa história sem pé nem cabeça que correu o Brasil no boca a boca.
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Em 1985, Tancredo Neves morreu em São Paulo por causa de complicações de saúde, às vésperas de tomar posse como o primeiro presidente civil após a ditadura militar. Mas os teóricos da conspiração juravam que ele havia tomado um tiro na Catedral de Brasília e que a jornalista foi testemunha do crime. E mais: não só teria visto o acontecido como também sido atingida de raspão na perna e estava internada - por isso não estava na porta do hospital fazendo a cobertura.
Em 2012, no programa "Encontro com Fátima Bernardes", Glória relembrou a teoria da conspiração e esclareceu o boato.
"As pessoas achavam que ele não tinha morrido naturalmente, que ele tinha sido assassinado, e que eu tinha sido testemunha desse assassinato", disse ela. "Eu apresentava o jornal das 7h na época. E aí, eu não pude participar dessa cobertura em São Paulo, que era onde ele estava agoniando. Tive que ficar no Rio, e as pessoas não me viam nessa cobertura nacional. Então, se eu não estava ali, é porque tinha um mistério em torno da morte do presidente. Esse mistério era que ele tinha levado um tiro, esse tiro teria atingido a minha perna e eu teria ficado hospitalizada, incomunicável. Começou a surgir uma coisa tão absurda. Eu tive que entrar em todos os jornais ao vivo para mostrar que eu estava viva".