Cultura
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Por Paula Ferreira e Mariana Muniz — Brasília

A rotina voltou aos prédios dos três Poderes da República um mês após os ataques terroristas de 8 de janeiro. Mas, apesar do clima de normalidade em Brasília, alguns itens do Palácio do Planalto, do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Congresso ainda levarão tempo para serem totalmente recuperados. Segundo levantamento oficial, o prejuízo chega a pelo menos R$ 12,7 milhões.

Obras icônicas e de inestimado valor, como o painel “Ventania”, de Athos Bulcão (na Câmara dos Deputados), e o relógio de Balthazar Martinot (no Planalto), por exemplo, ainda aguardam pelo processo de recuperação. Todo o Salão Nobre do STF, onde chefes de Estado são recebidos, ainda não foi recuperado. O local é mobiliado com itens que vieram da primeira sede do Supremo no Rio de Janeiro.

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) ainda não concluiu o trabalho de vistoria em todos os prédios. De acordo com o presidente do órgão, Leandro Grass, tanto o Planalto quanto o STF ainda devem receber visita das equipes técnicas. Grass argumentou que o fluxo de atividades no Planalto e no Supremo afetou o cronograma. O Iphan pretende finalizar um relatório para enviar à Unesco sobre os trabalhos executados pelo país para recuperar seu patrimônio.

— Como Brasília é um patrimônio mundial, a gente quer informar como tem sido bem conduzido esse trabalho de recuperação. O Iphan exerceu esse papel de acompanhamento. Isso comprovou a competência técnica que os servidores têm. Apesar do trauma, a resposta foi muito rápida e eficiente — afirmou Grass ao GLOBO.

Na Câmara, cerca de 82% do total de itens danificados já foram restaurados, segundo o último balanço feito pela Casa na semana passada. Apenas obras que foram danificadas em grau maior continuam aguardando restauro, como o ovo de avestruz adornado, dado de presente por um parlamentar do Sudão ao então presidente da Câmara, Marco Maia, em 2012. Dos chamados “presentes protocolares”, que são as obras de arte presenteadas por líderes ao redor do mundo, 82,60% dos objetos já foram recuperados. Um deles continua desaparecido desde a ação dos golpistas: a obra “The Pearl”, do Catar, feita de ouro e pérola.

Considerado como parte da estrutura do edifício da Câmara, o painel de azulejo “Ventania”, que foi arranhado pelos golpistas, deve demorar até um ano para ser restaurado. Além de necessitar de acompanhamento do Iphan, a restauração da obra será adiada devido às atividades legislativas, ficando o principal para o recesso de julho. O prejuízo total causado pelos golpistas com a depredação da Câmara é de R$ 3,5 milhões.

— A recuperação dos itens ocorreu graças ao trabalho conjunto dos profissionais envolvidos na restauração, do respeito que temos pelos bens que compõem a História do Poder Legislativo e do direito de cada cidadão brasileiro de tê-los íntegros (os bens restaurados) — afirma Gilcy Rodrigues, chefe da área de Conservação e Restauração da Câmara.

No Senado, cujos prejuízos chegaram aos R$ 3,3 milhões, peças foram quebradas, tapeçarias de artistas célebres como Burle Marx foram rasgadas e urinadas. Atualmente, apenas uma cadeira do antigo Palácio Monroe, sede do Senado quando a capital da República ainda era no Rio, permanece no laboratório de restauro.

No acervo da sede do Executivo, o relógio de Balthazar Martinot, que se tornou um símbolo da destruição cometida pelos vândalos, ainda não teve o processo de restauro iniciado. De acordo com o Planalto, o governo está em negociações com o governo da Suíça para celebrar uma parceria para recuperação do objeto. “Se tenta, agora, acelerar os procedimentos administrativos e legais para que o processo se inicie”, afirmou a Secom.

A restauração de outras obras danificadas durante a ação dos vândalos ainda depende da definição de financiamento de local: diferentemente do Congresso e do STF, o Planalto não tem um laboratório de restauração dentro do edifício.

Alvo principal da fúria dos golpistas, o STF já vive quase em plena normalidade. O térreo, onde fica o plenário da Corte, já foi totalmente restaurado e ganhou inclusive um memorial a respeito dos atos golpistas. Uma das obras expostas com marcas da depredação dos terroristas foi o busto de Rui Barbosa com uma marca na cabeça.

— Esse é um trabalho para que jamais se repita, para que a próxima geração, vindo aqui, tenha a consciência do que aconteceu — disse Rosa Weber, presidente do STF, sobre o memorial.

O STF informou que 31 itens foram totalmente perdidos, como vasos, esculturas e móveis. Dos 114 itens que podem ser restaurados, 28 já foram recuperados. Levantamento do Tribunal de Contas da União (TCU) mostrou que a cada oito segundos um item foi destruído pelos golpistas, totalizando 576 objetos danificados. O prejuízo é de $ 5,9 milhões, que ainda pode ser atualizado.

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