Cultura
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Por Nelson Gobbi — Rio de Janeiro

A ex-presidente da Fundação Casa de Rui Barbosa, Letícia Dornelles, rebateu as críticas que recebeu do novo titular da instituição, Alexandre Santini, publicadas na quarta-feira. Ao GLOBO, a antiga gestora negou que tenha promovido “expurgo” de servidores.

— Não caí na Casa de paraquedas, tenho curso de gestão pública. E, na administração pública, existe uma avaliação de riscos que você recebe ao chegar na instituição, e tem de atualizar nos anos seguintes. Além de vários problemas estruturais, a avaliação da Casa já apontava que muitos servidores estavam para se aposentar — diz Letícia. — Eu não cheguei tirando ninguém, já era uma situação prévia. Outros foram exonerados pelo (ex-secretário de Cultura) Roberto Alvim, mas eles poderiam continuar lá, mesmo sem cargo. Nunca persegui ninguém.

Outro caso que a ex-gestora cita, apresentando uma instrução preliminar do TCU para processo administrativo, é de supostas irregularidades de um servidor que se dizia passar por diretor internacional do Centro de Proteção a Refugiados e Imigrantes (Cepri), entidade que não teria vínculos com a FCRB. Entre as melhorias que alega ter feito na instituição, ela cita a reforma da biblioteca infantil; a versão da obra de Rui Barbosa em braille e em inglês; a contratação de uma brigada de incêndios; a digitalização de acervos; e uma exposição contando a vida e a obra do autor na sede da ONU em Nova York.

Letícia também diz que alterou portarias para aumentar a segurança na casa, mas que algumas ações foram mal recebidas por parte dos servidores.

— Proibi que se fumasse no perímetro da Casa, inclusive nos jardins. Mas alguns ali não aceitam ordem, não querem regulamento. Como fumar dentro de um prédio cheio de documentos históricos, do tempo do Império? — questiona. —Outra coisa foi o uso obrigatório do crachá. Sem crachá, uma pessoa de fora pode se passar por funcionário.

Outra questão que ela comenta é a entrega de comendas, já que Letícia foi acusada de homenagear a si mesma e a aliados do ex-presidente Bolsonaro que não tinham relação com a história da FCRB, como o senador e então vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos-RS) e o deputado Marco Feliciano (PL-SP).

— Não fiz cerimônia para me dar medalha, era aniversário de Rui Barbosa e fui surpreendida pelos servidores, chorei de emoção com a homenagem — diz. — O Mourão foi nos visitar no aniversário de 90 anos do museu e não tinha nada para dar a ele, nem uma caneta. Como não vou dar uma comenda para o vice-presidente? Quando Feliciano foi, não ganhou medalha, mas placa de Amigo da Casa Rui, comprada na gestão anterior, o mesmo valor de um brinde, uma caneta. Foi uma pessoa que trabalhou pela Casa, me apresentou deputados, como Eduardo Bolsonaro (PL), sempre tentando trazer verbas.

Sobre a relação com o ex-presidente, Letícia diz ter visto Jair Bolsonaro apenas uma vez e que ele não lhe passou qualquer diretriz:

— Nunca falei de política lá dentro, até brincava com as pessoas perguntando “Como você sabe em quem eu votei”? — diz. — Ficaram dizendo que eu era uma indicação política. Mas claro que a presidência de uma fundação é um cargo político. Não precisa ser mestre nem doutor em nada. É gestão, burocracia. Agora também é uma indicação política, o atual é indicação da Jandira (Feghali), cota do PCdoB.

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