O Festival de Cinema de Cannes está interessado em Johnny Depp como ator e não nos processos judiciais com a ex-mulher, declarou o diretor do festival, Thierry Frémaux, nesta segunda-feira, véspera da estreia de um filme que marca o regresso à tela grande da estrela americana.
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Acusado pela ex-mulher, a atriz Amber Heard, de violência conjugal, Depp interpreta o rei Luís XV no filme de época francês “Jeanne du Barry”, que abre o festival na terça-feira.
Embora tenha vencido parcialmente um processo de difamação contra Heard, ele permanece persona non grata nos sets de Hollywood.
— Não conheço a imagem de Johnny Depp nos Estados Unidos. Não sei o que é, Johnny Depp só me interessa como ator. Sou a pessoa menos indicada para falar de tudo isso, porque se há alguém que não se interessou por este mesmo julgamento midiático, sou eu — declarou Frémaux em entrevista coletiva de apresentação da 76ª edição de Cannes, que conta com 21 filmes em competição, um terço deles dirigidos por mulheres, um recorde para o concurso.
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Por outro lado, a segurança do festival, que conta com a presença de dezenas de milhares de convidados, está garantida, explicou o diretor, dada a possibilidade de protestos organizados por sindicatos contra a reforma das pensões promulgada pelo Presidente francês Emmanuel Macron.
Um dos principais sindicatos franceses, o CGT, mencionou a possibilidade de falta de energia durante a maior competição cinematográfica do mundo.
— Temos um bom diálogo com a CGT. Neste momento nada do que é anunciado nos afeta — assegurou Frémaux.
Em abril, Cannes defendeu a decisão da escolha do filme estrelado por Johnny Depp abrir o festival, que acontece entre os dias 16 e 27 de maio. O diretor do festival disse que não se tratou “uma escolha controversa”.
— Se Johnny Depp tivesse sido proibido de trabalhar teria sido diferente, mas não é o caso. Só sabemos de uma coisa, é o sistema de justiça e acho que ele ganhou o processo legal — afirmou, em entrevista à Variety publicada na última semana.
Amber Heard, ex-mulher de Depp, foi considerada culpada pelas declarações feitas em artigo escrito no "The Washington Post", no qual acusava o ator de abusos. Na decisão, o júri determinou que a atriz teria que indenizar o ex-marido em US$ 15 milhões. Além disso, Depp também foi condenado em US$ 2 milhões por difamar Heard. Dessa forma, o valor de US$ 15 milhões se viu reduzido a US$ 8,35 milhões.
Em relação ao processo de Heard contra Depp, o ator foi considerado culpado em uma das três acusações. O astro de "Piratas do Caribe" foi condenado a pagar US$ 2 milhões em danos morais para a ex-mulher. Amber havia pedido indenização no valor de US$ 100 milhões. Em dezembro do último ano, as partes chegaram a um acordo judicial que encerrou o litígio.