Cultura
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Por Jesse Green, The New York Times — Nova York

Estreia da última quinta-feira (3) no Winter Garden Theater, na Broadway, “Back to the future: the musical,” dirigido por John Rando e baseado no megassucesso do cinema “De volta para o futuro” (1985), combina projeções movimentadas e muita distração com neblina, luzes e som alto. Mecânica, perturbadora e nebulosa, a obra parece um delírio do excêntrico cientista Doc Brown (Roger Bart), que adaptou o fantástico carro DeLoren DMC para transportar o protagonista Marty McFly (Casey Likes) de 1985 para 1955.

Certamente o libreto do musical, de Bob Gale, se aproxima tanto de seu roteiro de 1985 (escrito com Robert Zemeckis, o diretor do filme) quanto a encenação e o gosto atual permitem. Os líbios que ameaçam Doc Brown, por exemplo, agora se foram, trocados por envenenamento por radiação, que ainda não tem defensores.

Mas Marty ainda é o mesmo aspirante a astro do rock frustrado, preso em Hill Valley, Califórnia, na era Reagan — e em uma família de fracassados. Quando o DeLorean de Doc o leva para 1955, exatamente na semana em que George McFly (seu pai bode expiatório) e Lorraine (sua mãe bebedeira) se apaixonaram em um baile do colégio, sua presença ameaça interferir no seu namoro, apagando sua própria existência. Ainda bem que ninguém mudou isso, considerando que esse paradoxo é a melhor coisa do roteiro.

Cena da peça 'De volta para o futuro', na Broadway — Foto: Sara Krulwich/The New York Times/1-7-2023
Cena da peça 'De volta para o futuro', na Broadway — Foto: Sara Krulwich/The New York Times/1-7-2023

Enquanto Bart é temperamental demais para copiar as idiossincrasias do cientista interpretado por Christopher Lloyd do filme, Likes não apresenta nada de novo no personagem de Michael J. Fox —a não ser cantar, o que ele faz muito bem.

Já os números musicais herdados do filme e interpretados por Marty no baile do colégio — incluindo “Johnny B. Goode”, de Chuck Berry — são obviamente eficazes. Mas nem eles nem a maioria das 17 novas canções de Alan Silvestri e Glen Ballard, embora melodiosas e em alguns casos bem animadas, fazem algo diferente do que já estava no filme.

Tim Hatley, o cenógrafo e figurinista do musical, em geral fornece versões teatrais surpreendentemente satisfatórias dos cenários do filme. Mas escorrega quando mostra George (Hugh Coles) supostamente espiando Lorraine (Liana Hunt) de uma árvore. Parece mais que ele está em um barco a remo feito de folhas. E Lorraine, por sua vez, aparentemente não entende bem o que está acontecendo.

No fim de tudo, resta uma questão: por quê? Por que, além da oportunidade de arrecadar um zilhão de dólares a mais, deve-se fazer um musical de um filme que nitidamente não quer se tornar um musical?

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