A assessoria jurídica da família da cantora Marília Mendonça questionou a conclusão do inquérito da morte da artista, apresentado pela Polícia Civil de Minas Gerais nesta quarta-feira. Para o advogado Robson Cunha, há "um direcionamento para imputar aos tripulantes a responsabilidade exclusiva para a causa do acidente".
"O que nos deixa com mais dúvidas do que com respostas, é o fato de ter sido apresentados argumentos 'rasos' da ocorrência. O delegado responsável não demonstrou esforços para apresentar provas periciais capazes de ultrapassar alegações comuns e midiáticas acerca do caso", afirma Robson Cunha, em nota.
O texto destaca ainda o que os representantes da família da cantora acreditam ser perguntas não respondidas pela investigação:
- Por que não foi respeitada a normativa internacional que obriga a sinalização nos cabos de energia existentes entre vales?
- Por que a localização do aeródromo nas coordenadas que são disponibilizadas aos pilotos pelos órgãos competentes estava errada?
- A quem competia a obrigação de fiscalizar a sinalização nos cabos de energia?
A nota critica ainda a demora na condução das investigações da Polícia Civil. Para os advogados, o órgão apenas esperava "a conclusão do laudo do CENIPA para entregar o relatório final", no qual faltariam "provas técnicas".
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"Entretanto, essa demora apenas fez estender aos familiares uma angústia pela espera e a ineficiência do Estado de Minas Gerais em manter sob sua guarda o material do inquérito policial que era sigiloso, permitindo que um policial divulgasse na internet fotos do exame de necropsia da artista Marília Mendonça", diz a nota.
Robson Cunha afirma ainda ter solicitado ao delegado Ivan Sales, que presidiu o inquérito, o acesso a cópia integral dos autos, o que foi negado. "Portanto, ainda não temos ciência dos termos da conclusão", diz o advogado.