O Museu do Louvre, na França, anunciou que aumentará o preço básico do ingresso para € 22 (cerca de R$ 118), em comparação com os atuais € 17 (equivalentes a R$ 91), a partir do próximo mês. Esse é um sinal recente de que os visitantes poderão enfrentar custos mais altos antes mesmo dos Jogos Olímpicos de 2024, que serão realizados em Paris.
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O Louvre, que espera receber quase 9 milhões de visitantes até o final do ano, afirmou que o aumento de aproximadamente 30% entrará em vigor em 15 de janeiro e faz parte dos esforços do museu para compensar os crescentes custos de energia e apoiar os programas de entrada gratuita voltados para os moradores locais.
Embora o aumento não esteja diretamente relacionado aos Jogos Olímpicos de Paris, o evento é visto como parte de uma tendência mais ampla de aumento de preços em toda a capital francesa, que se prepara para receber quase 10 milhões de pessoas durante a Olimpíada, que ocorrerá de 20 de julho a 8 de setembro.
No mês passado, a agência de transporte da cidade estava considerando dobrar o preço de uma viagem de metrô — para € 4 (cerca de R$ 21) em vez dos € 2,1 atuais (R$ 11,25) — durante os Jogos Olímpicos para cobrir os custos operacionais adicionais para atender à maior demanda.
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Nessa mesma esteira, esperava-se também que os hotéis aumentassem as tarifas para os Jogos, levantando preocupações sobre a exploração de preços, de acordo com o jornal francês "Le Monde".
No entanto, o aumento na taxa de entrada no museu fazia parte de uma reforma mais ampla que já estava em andamento, afirmou o Louvre.
![Visitantes fazem fila para entrar no Louvre — Foto: AFP](https://s2-oglobo.glbimg.com/hpzyAJkRNmXMqQVO3puFIeMmTEQ=/0x0:4492x2995/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/a/v/JGJc84T1Oz5otbgw9RMg/99309323-files-in-this-file-photo-taken-on-april-29-2022-visitors-queue-in-front-of-the-pyramid-to-e.jpg)
Desde sua nomeação como presidente e diretora do Louvre em 2021, Laurence des Cars tem buscado reformar o museu estatal. Há planos de abrir uma nova entrada na fachada leste para reduzir o congestionamento intenso na entrada pela gigantesca pirâmide de vidro e aço da instituição.
Ao fazer isso, des Cars espera reconquistar os parisienses que foram gradualmente afastados pelo sufocante fluxo de turistas.
O Louvre abriga mais de 33 mil obras de arte, desde esculturas de mármore grego até pinturas imersivas do Renascimento.
A maior atração de todas é a Mona Lisa, pintada pelo italiano Leonardo da Vinci. Talvez a tela mais famosa do mundo, ela tem causado o que foi chamado de "problema da Mona Lisa". Sua atração sem igual atrai multidões frenéticas de turistas, criando um caos que afastou os residentes locais.
Este ano, des Cars limitou a presença diária a 30 mil visitantes, abaixo dos picos de até 45 mil de antes da pandemia da Covid-19.
— É preciso reequilibrar o Louvre — disse des Cars quando anunciou a mudança.
O novo preço afetará principalmente os turistas. Os franceses representam 30% dos visitantes, mas mais da metade não precisa gastar um euro sequer para entrar, pois são crianças ou têm entrada gratuita, seja por meio de um programa para residentes da União Europeia com menos de 26 anos ou para pessoas de profissões específicas.