Cultura
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Por — Rio de Janeiro

Vem aí uma nova versão, mais "soft", da história sobre as 30 pessoas esquecidas, na última semana, no Estação Net Rio, tradicional cinema de rua em Botafogo, no Rio de Janeiro. Após a repercussão da notícia publicada pelo GLOBO — e das centenas de reações e memes acerca do assunto nas redes sociais, com internautas brincando que adorariam passar uma noite no cinema —, a empresa responsável pelo endereço decidiu promover uma "festa do pijama" no espaço. Mas sem terror ou dramalhão, é claro.

A ideia é realizar uma noite temática (com pessoas vestidas a caráter, de pijama). Na ocasião, o lugar ficará fechado para o público, com filmes projetados nas telonas ao longo de toda a madrugada. A programação ainda está sendo montada — e a data, em breve, será definida.

— Na internet, tem gente de todo o canto falando sobre o que ocorreu. Entre aqueles que viveram, a situação, muitas pessoas se sentiram muito incomodadas, com razão. Mas outras levaram tudo isso numa boa — diz Adriana Rattes, diretora-executiva do Grupo Estação, que fechou um acordo amigável com os prejudicados, ao oferecer ingressos ilimitados para 2024, com direito a acompanhante e pipoca.

Sessão vip

No último sábado (3), uma semana após serem esquecidos por funcionários e ficarem presos no local — depois da última sessão do filme "Os rejeitados", comédia do diretor Alexander Payne —, cerca de 30 espectadores foram agraciados com uma projeção especial de "O sabor da vida", produção inédita de Anh Hung Tran protagonizada por Juliette Binoche (e com previsão de estreia em 29 de fevereiro).

Público esquecido no cinema Estação Net Rio, em Botafogo ganha sessão especial: 'Rejeitados por um dia, amados para sempre' — Foto: Ana Branco/Agência O Globo
Público esquecido no cinema Estação Net Rio, em Botafogo ganha sessão especial: 'Rejeitados por um dia, amados para sempre' — Foto: Ana Branco/Agência O Globo

O clima, na ocasião, era de festa. Em cartazes distribuídos ao público, lia-se: "Rejeitados por um dia, amados para sempre". E também "cobiçados", como ouvia-se no saguão do cinema. "Eles foram de rejeitados a invejados", murmurou uma senhorinha, ao apontar para o grupo: "Para mim, seria um sonho isso tudo. Infelizmente, não fiquei presa naquela sessão", lamentou.

Relembre o fato

No dia 27 de janeiro, pouco antes da meia-noite, cerca de 40 pessoas gritavam por socorro a quem passava pela Rua Voluntários da Pátria, em Botafogo, na Zona Sul do Rio. Curiosamente, o grupo estava dentro de um cinema, o Estação Net Rio. "Estamos presos, esqueceram a gente trancado aqui", eles tentavam explicar, aos berros, para os frequentadores de um bar do outro lado da pista. A trama se desenvolveu por 30 minutos. O que na prática foi quase um curta-metragem se transformou, a rigor, num tenso longa para quem estava dentro do local.

A fachada do cinema Estação Net Rio, em Botafogo, na Zona Sul do Rio de Janeiro — Foto: Roberto Moreyra/Agência O Globo
A fachada do cinema Estação Net Rio, em Botafogo, na Zona Sul do Rio de Janeiro — Foto: Roberto Moreyra/Agência O Globo

— Foi uma experiência em 4D — ri a cirurgiã-dentista Luciana Licinio, de 44 anos, que viveu a situação ao lado do marido, o também dentista Vitor Alencastro, de 48 anos. — Lembro de ficarmos tranquilos depois de vermos que havia água gelada no bebedouro e banheiros abertos. Até que uma galera mais desesperada teve a ideia de tentar quebrar a porta da rua com as cadeiras, algo que não foi feito. É aquilo: cada um vivencia situações-limite de maneiras diferentes. Isso ficou muito claro aqui.

Polícia e Bombeiros

O primeiro indício de que algo estava errado veio junto com os créditos finais, quando habitualmente as luzes da sala se acendem. Naquela noite, coube aos espectadores descerem as escadas no escuro e procurarem a porta de saída. Alcançado o saguão — com a ajuda de lanternas de celulares —, outra surpresa: o cinema estava fechado. O passo seguinte foi acionar a polícia e os bombeiros e clamar por ajuda a quem passava. Através da grade vazada, a nutiricionista aposentada Ruth Kauffmann, de 70 anos, notou a expressão de espanto das pessoas do lado de fora. E percebeu que muitas não se atreveram a se aproximar, com medo:

— Essa é a cidade que a gente vive, né? — pondera Ruth.

Ainda assim, o burburinho chegou ao Estação Net Botafogo, cinema gerenciado pelo mesmo grupo e localizado na mesma rua, a poucos metros de distância. Por coincidência, lá estavam os dois funcionários que haviam fechado o cinema. Quando souberam da situação, correram para o endereço para libertar os "rejeitados" daquele filme não programado.

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