Cultura
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Por — São Paulo

Dois arcos que compõem a parte cênica do Teatro Oficina, no bairro paulistano da Bela Vista, foram emparedados nesta manhã por profissionais enviados pelo Grupo Silvio Santos (GSS), proprietário do terreno ao lado do centro de espetáculos. O serviço também incluiu a retirada de uma escada metálica que fazia conexão entre o teatro e a área externa ligada ao dono do SBT.

O episódio é o mais recente desdobramento de uma briga que se estende há mais de 40 anos (entre a companhia e o grupo empresarial) em relação ao uso da área vizinha ao teatro. O GSS tem projetos de erguer torres residenciais no local. Já a companhia teatral afirma que essa construção desfiguraria a arena de espetáculos, com amplas janelas com vista para a cidade, um elemento das criações teatrais do local.

Em meio ao embate, também instalou-se uma discussão para que se instale um parque na área vizinha ao teatro, onde hoje funciona um estacionamento. O edifício cênico foi desenhado por Lina Bo Bardi e Edson Elito e conta com tombamentos de orgãos de patrimônio em São Paulo.

A recente retirada da escada metalica, adaptada no local há pouco mais de dez anos (e, portanto, após o projeto original) e da abertura dos arcos à área externa corria em um processo especifico na Justiça, explicaram as partes.

Em nota, o Grupo Silvio Santos reconheceu que fez as alterações no patrimônio, mas que contava com autorização judicial para realizar o serviço. Em nota, afirmou que “o GSS só buscou reparar o estado original de nosso imóvel após longa e exaustiva discussão Jurídica que reconheceu, nos autos do processo, que a referida escada nunca havia sido parte do tombamento do Teatro Oficina”.

No mesmo documento, o grupo diz que obteve “decisão favorável nesse sentido, e cumprimos com a decisão Judicial. O correto teria sido a outra parte ter executado o reparo, mas, pela incapacidade financeira alegada, o Juízo entendeu que se o GSS poderia fazê-lo”. Por fim diz que têm “muito respeito pelo Teatro Oficina e esperamos que compreendam”.

A companhia se diz pega de supresa com a movimentação e afirma que acionará o juiz responsável pelo caso pois acreditam que emparedar os arcos altera um imóvel tombado — o que deveria ocorrer somente autorização dos orgãos de patrimônio.

— Entendemos que essas alterações poderiam violar o tombamento. No início do ano,o próprio Ministério Publico (MP) entendeu (junto à Justiça) que a escada poderia ser retirada. Mas o fechamento da abertura dos arcos só poderia ser feito após a análise do orgão que promoveu o tombamento do teatro — diz o advogado do Oficina, Juca Novaes. — Só que isso ocorre em meio a um acordo do MP e da Prefeitura para que se construa o parque. Esse acordo foi noticiado em dezembro e inclui uma universidade. Esse fator vai viabilizar toda a área do entorno.

O advogado diz que, diante da movimentação do projeto que envolve o parque e a prefeitura, pediu que o processo de retirada da escada e de tapar os arcos fosse suspenso por 90 dias.

— Na sexta passada, o juiz intimou que o Grupo Silvio Santos se manifestasse sobre o pedido de suspensão. Eles não estão impedidos de tirar a escada, isso foi reconhecido, esse despacho foi feito em novembro (do ano passado). Só que eles estão tirando a escada no momento em que o juiz está apreciando um pedido de suspensão do processo. Outra coisa é o fechamento da abertura (dos arcos) eles não poderiam fazer isso — diz Juca.

Reflexo nos espetáculos

Cafira Zoé e Marilia Piraju, ambas do corpo de diretores do Oficina, dizem que tapar os “Arcos do Beco”, como é chamada a área onde houve a intervenção, afetará diretamente os espetáculos a serem realizados no local nos próximos meses. São eles “Bailado do Deus Morto”, “Bori” e “Mutação de Apoteose”. Ambas dizem que o processo segue em andamento e que, portanto, qualquer alteração na área em discussão seria se "antecipar" ao que diz a Justiça. Elas informam, porém, que a companhia não irá retirar os tijolos colocados sobre os arcos cênicos até que recebam uma decisão favorável para isso.

— Estamos em meio a uma luta muito maior do que uma retirada de uma escada. É uma luta urbana e ecológica por um parque público nessa região. Vamos agir dentro da legalidade, com todos os aparatos jurídicos que nos sustentam. E, claro, com muita feitiçaria teatral. Teremos muita sabedoria de teatro, de não morder iscas — afirma Cafira Zoé.

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