Super Bowl: uso de jatinhos quase bate recorde e reacende polêmica sobre Taylor Swift e poluição; entenda

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Apesar do número, o Super Bowl LVII do ano passado, em Glendale, no Arizona, teve mais tráfego aéreo privado, e contabilizou 931 voos. O evento de futebol americano deste ano ocupa o segundo lugar na história de viagens particulares da cidade, atrás do primeiro Grande Prêmio de Las Vegas da Fórmula 1, que atraiu 927 jatinhos para o sul de Nevada.

O voo da estrela pop Taylor Swift, que estava em Tóquio, no Japão, onde cumpria agenda da turnê de shows, chamou atenção por outro motivo além das 13 horas de duração. Seu jatinho, do modelo Bombardier Global 6000, teria emitido mais de 50 toneladas de poluição somente no trajeto até Los Angeles, sem incluir a segunda etapa da viagem para chegar até o evento.

Taylor viajou quase 9.000 kms para acompanhar seu companheiro, o jogador da NFL Travis Kelce, do Kansas City Chiefs, que saiu vitorioso da partida contra o San Francisco 49ers. Após o jogo, ela partiu para Melbourne, na Austrália, onde se apresentará pela "The Eras Tour".

Eleita pela Yard a celebridade que mais emitiu carbono em viagens com aviões particulares em 2022, a cantora vendeu em 30 de janeiro deste ano um de seus aviões particulares, do modelo Dassault Falcon 900LX. Estima-se que ela tenha adquirido a aeronave por US$ 40 milhões em 2011e que hoje, por ser de "segunda mão", o jato esteja avaliado em cerca de US$ 7 milhões.

O estudo da empresa mostra que a Taylor acumula um total de 170 voos em pouco mais de seis meses, ou 22.923 minutos no ar – 15,9 dias. O jato tem um tempo médio de voo de 80 minutos, e suas emissões totais de voo no ano são de 8.293,54 toneladas, ou 1.184,8 vezes mais do que as emissões anuais totais de uma pessoa média.

Apesar do longo tempo da viagem da cantora, parte dos aviões particulares são usados ​​para viagens mais curtas. Um voo ficou no ar por menos de 30 minutos, e outros 81 jatos fizeram o trajeto para Los Angeles, que fica a menos de uma hora de distância, depois do evento.

Esse número de viagens é preocupante devido ao impacto poluente dos aviões. De acordo com o Transport & Environment, grupo europeu sem fins lucrativos de transporte limpo, os jatos privados emitem 5 a 14 vezes mais impurezas do que os comerciais e 50 vezes mais do que os comboios.

A procura pelos voos privados diminuiu no ano passado, mas estima-se que continuam a existir cerca de 800 milhões de toneladas de dióxido de carbono emitidas por ano, segundo a Agência Internacional de Energia. Esse valor representa cerca de 2% do total de emissões relacionadas à energia em todo o mundo, informou a CNN.

A cantora Taylor Swift tenta esconder detalhes sobre o uso de aviões particulares, alegando preocupações de segurança. Segundo o Washington Post, no fim de dezembro, o estudante de Tecnologia da Informação Jack Sweeney, da Universidade da Flórida Central, foi abordado pela equipe da artista por meio de uma carta devido ao rastreamento de seu jato. Divulgando o acompanhamento nas redes sociais, ele alertava perseguidores sobre a localização da famosa.

Na correspondência, os advogados do escritório de advocacia Venable acusaram Sweeney de fornecer “a indivíduos com intenção de prejudicá-la, ou com intenções nefastas ou violentas, um roteiro para executar seus planos”.

O estudante divulgou um link para essa carta em um e-mail para a Associated Press. Nessa mensagem, enfatizou que embora nunca tenha tido a intenção de causar danos, também acredita na importância da transparência e da informação pública. “É razoável esperar que o jato deles seja rastreado, quer seja eu quem faça isso ou não, já que, afinal, trata-se de informação pública”, escreveu ele.

Sweeney alega que sua configuração de rastreamento automatizado reutiliza dados de voos públicos que jatos particulares transmitem usando um método chamado ADS-B, exigido pela Federal Aviation Administration, uma agência governamental americana.