Júri considera armeira de 'Rust' culpada por homicídio culposo por morte de diretora de fotografia em set

Hannah Gutierrez, responsável pela supervisão das armas na produção, não expressou nenhuma emoção ao ouvir o veredito unânime, ao qual o júri chegou após duas horas de deliberações. A sentença não deve ser anunciada antes de abril.

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Gutierrez, 26 anos, que sempre refutou as acusações, pode pegar mais de um ano de prisão pela acusação. O julgamento de Gutierrez pelo tiroteio no set que matou a diretora de fotografia Halyna Hutchins, em 2021, durou duas semanas.

Hutchins morreu em consequência de um tiro de uma Colt .45, que Baldwin empunhou durante um ensaio em uma igreja do set de filmagem, no estado do Novo México, no sul dos Estados Unidos. A arma, ao contrário do que se esperava, tinha uma bala de verdade. O diretor Joel Souza foi ferido pelo mesmo projétil.

O julgamento se concentrou em como a bala, encontrada por um dos vários investigadores, chegou ao set, algo estritamente proibido pelas regras de segurança da indústria cinematográfica.

O júri viu imagens das filmagens em que os atores manuseavam as armas de maneira perigosa, segundo testemunhas, sem a intervenção de Gutierrez, incluindo uma cena em que Baldwin segurava a arma como se fosse um "bastão de mira".

“Este não é um caso em que Hannah Gutierrez cometeu um erro e esse erro foi colocar acidentalmente um cartucho carregado naquela arma”, disse a promotora Kari Morrissey aos jurados, em seu argumento final na quarta-feira.

“Este caso é sobre as falhas constantes e intermináveis ​​que resultaram na morte de um ser humano e quase mataram outro”, continuou ela.

Morrissey disse pela manhã que quando Hutchins foi baleada, a armeira, também conhecida como Hannah Gutierrez-Reed, foi como sempre desleixada em seu trabalho de supervisão das mais de 20 armas usadas pela produção e não estava presente quando Baldwin e a equipe estavam se preparando para uma cena.

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"Como ouviram várias testemunhas, ela deixava as armas sem vigilância o tempo todo. Não houve nada de incomum em 21 de outubro", o dia do tiroteio fatal, disse ela.

Gutierrez, disse Morrisey, trouxe balas reais para o set e não tomou medidas básicas de precaução para garantir que a munição que colocou nas armas fosse inerte, como sacudi-las para ouvir o som característico.

“Amigos, se ela não verificasse a munição dos adereços (...) para ter certeza de que aquelas balas (...) eram de fato adereços, isso era uma roleta russa toda vez que um ator pegava uma arma”, disse a promotora ao júri.

A defesa, liderada por Jason Bowles, disse que Gutierrez era o bode expiatório de uma produção que economizou na segurança por razões financeiras.

“A responsabilidade está na produção, como em qualquer organização. Começa no topo”, disse ele. "Os poderosos querem deixar isso para trás e terminar o filme. Ganhar dinheiro".

“Eles têm a pessoa certa para colocar esse peso aqui”, continuou o advogado.

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Gutierrez também enfrentou uma acusação de obstrução de provas por supostamente tentar se desfazer de cocaína após o incidente no set, mas o júri a considerou inocente.

Os pais de Halyna Hutchins comemoraram o veredito.

“Esperamos que a Justiça garanta que todos aqueles que foram responsáveis ​​pela morte de Halyna paguem as consequências legais das suas ações”, afirmaram num comunicado através do seu advogado em Los Angeles.

Baldwin, um dos produtores do filme além de protagonista, também é acusado de homicídio culposo e deve ir a julgamento em julho.

Após uma pausa devido à tragédia, as filmagens de “Rust” foram concluídas no ano passado em Montana sob as rédeas de Joel Souza e com Matthew Hutchins, viúvo do diretor de fotografia, como produtor executivo.