Cultura
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Por O Globo — Rio de Janeiro

Mantida em segredo há bastante tempo, a identidade do artista Banksy pode estar prestes a ser revelada. Uma obra do artista que retrata a falecida Rainha Elizabeth como um macaco com os adereços reais virou alvo de contestação nos tribunais. Dois colecionadores pediram uma confirmação de autenticidade das obras, mas a empresa do artista do grafite teria ignorado os contatos.

Os londrinos Nicky Katz e Ray Howse afirmam que o site da Pest Control, empresa de Banksy, garante que emitirá um certificado de autenticidade para "pinturas, impressões, esculturas e outras tentativas de criatividade". Mas, na prática, não foi o que aconteceu: eles aguardam um retorno há três anos.

“Flower Thrower Triptych” de Banksy, assinado e datado “Banksy 2010” — Foto: Vincent Tullo/New York Times
“Flower Thrower Triptych” de Banksy, assinado e datado “Banksy 2010” — Foto: Vincent Tullo/New York Times

Eles enviaram a obra de arte para a Pest Control, explicando que a adquiriram por £30 mil libras (cerca de R$ 180 mil) em 2020 do espólio de um colecionador de Banksy recentemente falecido, mas que não parecia haver documentação acompanhando sua história de coleção.

— Estamos em terra de ninguém, e é muito dinheiro. Eles afirmam ser os validadores oficiais do trabalho deste artista. Mas isso está acontecendo há três anos. Eles estão apenas em cima do muro - eles não dirão se está certo ou errado. Nós tivemos nossos rabos puxados pelos três anos inteiros — disse ao The Guardian.

Banksy começou sua carreira no grafite em Bristol, na Inglaterra. Fez sua primeira exposição, Turf War, em Dalston, em 2003. A mostra ajudou a estabelecer o mistério como sua marca registrada, com o local da exposição divulgado apenas um dia antes do início.

— Ação legal é agora a única opção, acrescentou: "Estamos processando a Pest Control por quebra de contrato. Eles tiveram três anos para fazer o que eu paguei [£50] para fazer, o que, por qualquer padrão, é tempo suficiente para lidar com a situação."

Especulações

A identidade de Banksy tem sido alvo de especulações há décadas. A mais recente veio do jornal britânico "Daily Mail", após outra ação judicial contra a empresa Pest Control, criada por ele. Nos documentos do processo, Robin Gunningham, homem de 53 anos, natural de Bristol, na Inglaterra, consta como o artista responsável pela empresa. O fato, porém, não traz grandes novidades.

Há 15 anos, uma reportagem publicada pelo jornal "Mail On Sunday" identificou Banksy a partir da fotografia de um homem ajoelhado com uma lata de tinta spray, em imagem clicada na Jamaica, em 2004. O mesmíssimo nome voltou à tona, em 2016, após um trabalho investigativo realizado por pesquisadores da universidade inglesa Queen Mary.

Por meio de um método conhecido como "geographic profiling", ("perfilamento geográfico", em tradução livre), também utilizado por policiais na identificação de criminosos, cientistas mapearam 140 obras do artista grafitadas sobre muros de Londres e Bristol e levantaram os principais pontos frequentados por Banksy. Foi aí que surgiu o nome de Robin Gunningham.

No ano seguinte, outra evidência pôs abaixo as teorias que circulavam até então. Numa entrevista ao podcast semanal do artista de hip hop Scroobius Pip, o produtor musical e DJ Goldie comentou como a cena artística monetizou o grafite, embora o segmento ainda sofra resistência e seja marcado por associações negativas.

Banksy — Foto: Divulgação
Banksy — Foto: Divulgação

"Me dê uma bubble letter (tipo de letra, em geral, desprezada pelos artistas contemporâneos), coloque em uma camiseta, escreva 'Banksy', e estamos feitos. Podemos vender (...). Sem ofensa a Robert, o acho um artista brilhante, que virou o mundo da arte de cabeça para baixo", frisou o músico.

Goldie pausou a resposta por segundos assim que falou "Robert", sugerindo um arrependimento por entregar sem querer o nome do misterioso artista, e mudou de assunto. De acordo com a mídia britânica, a "escapulida" reforçou, à época, as suspeitas de que Banksy fosse o músico Robert Del Naja, membro da banda Massive Attack , teoria que já vinha circulando timidamente pelas redes sociais.

O jornalista Craig Williams afirma ter confirmado a identidade do grafiteiro após cinco meses de investigação. Segundo ele, Banksy não é uma pessoa, e sim, um grupo, liderado por Del Naja, que negou o fato: "Uma boa história, mas infelizmente não é verdadeira".

"Ele (Banksy) é um amigo, foi a alguns dos shows (do Massive Attack). É só uma questão de logística e coincidência", relatou Del Naja à época, comentando o trabalho de Williams.

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