Cultura
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Por — Rio de Janeiro

Houve um tempo em que o melodioso soft rock da Califórnia resolveu explorar as muitas possibilidades sonoras dos sintetizadores digitais. E um grupo, em especial, com canções redondas e buriladas, vocais afinados e uma execução precisa, se valeu da novidade para dominar as programações das rádios FM do mundo inteiro, ao longo dos anos 1980, com músicas como “Africa”, “Rosanna”, “I’ll be over you” e “Lea” — sem as quais até hoje não se faz uma boa playlist de flashbacks.

Era o Toto, que, aos 47 anos de existência, chega ao Brasil em novembro para dois shows: dia 24 no Espaço Unimed (em São Paulo) e 26 na Arena Jockey (Rio de Janeiro).

— Ninguém toca mais esse tipo de música, é melhor vir assistir a gente agora, porque, quando eu morrer, essa música morre junto comigo! — alerta, brincalhão, o guitarrista Steve Lukather, de 66 anos e vasta cabeleira branca, o único integrante original ainda em atividade nos palcos com a banda formada pelos amigos de colégio Dave Paich (teclados) e Jeff Porcaro (baterista morto em 1992). — Estamos tocando todos os hits, você vai ouvir tudo, e estamos até botando umas músicas que não estávamos tocando ainda.

Se houve um ano em que o Toto esteve no topo do mundo, foi 1982. O seu quarto álbum, “Toto IV”, tinha estourado “Rosanna” e “Africa”, e os integrantes do grupo brilhavam, como músicos e compositores, em discos de sucesso mundial — inclusive, naquele que se tornaria o mais vendido de todos os tempos, “Thriller”, de Michael Jackson. O tecladista Steve Porcaro (irmão de Jeff) compusera “Human nature” e Steve Lukather criou a parte de guitarra para essa música (além de ter tocado a guitarra base de “Beat it”, faixa em que muitos só lembram do solo de Eddie Van Halen).

— Foi um grande momento, tinha 24 ou 25 anos e tudo aconteceu ao mesmo tempo. Comecei a gravar discos aos 19 e, por volta de 1982, já tínhamos nos estabelecido não só como Toto, mas como o pessoal nº 1 dos estúdios em Los Angeles — gaba-se Steve. — “Human nature” saiu de primeira. O (produtor) Quincy Jones disse: “você tem que fazer algo funky”. Eu: “tudo bem!”. Steve Porcaro odiava minha guitarra, levou três anos até gostar!

Os críticos musicais, porém, não iam com a cara do Toto no auge do sucesso.

— Tivemos que ouvir uma quantidade incrível de asneiras, considerando o que fizemos. Quer dizer, você não gosta do Toto, mas, e dos outros 5 mil álbuns em que tocamos? Eu garanto que esses caras que nos perseguiam têm discos que trazem os nossos nomes de cima a baixo — desafia Steve Lukather. — Eles não entenderam que nós não éramos músicos de estúdio que os caras da gravadora juntaram, mas músicos de uma banda de colégio, amigos tocavam juntos. A gente seguiu adiante por pura perseverança. Tipo quando alguém te dá um soco e você pede: “me dá mais um?”

Não ajudou muito o fato de a banda ter lançado um considerável número de canções intituladas com nomes de mulheres: “Rosanna”, “Lea”, “Angela”, “Carmen”, “Lorraine”...

—Acho que nunca sentamos e dissemos, “ah, vamos escrever músicas sobre garotas”, isso simplesmente aconteceu, não fizemos de propósito. Mas entendo que as pessoas possam fazer graça com isso. Nós gostamos de garotas. Se é pecado, então que seja! — debocha o guitarrista.

Mas, em 2018, o grupo ganharia algo parecido com um selo de aprovação da elite cool do rock: depois de gravar “Rosanna”, a lenda do alternativo Weezer atendeu a uma campanha iniciada pelos seus próprios fãs e também registrou “Africa” (numa troca de gentilezas, o Toto passou a tocar “Hash pipe”, hit do Weezer).

— Ajudamos a carreira deles, com certeza, mas isso não nos afetou tanto assim, porque naquela época já estava rolando um ressurgimento da “Africa” em todo o mundo. Nem sei como isso aconteceu, mas desde então tem sido uma bênção para nós — conta Steve. — Não vou mentir, isso tem sido ótimo para os negócios e para trazer muitos jovens aos nossos shows. Hoje não temos mais que olhar para aquele mar de pessoas com a mesma cor de cabelo que o meu!

Hoje, o guitarrista assegura que a fase do Toto é boa.

— Nosso streaming é ridículo de grande. São 65 milhões de plays por mês, quase 2 milhões por dia. Tivemos 3,5 bilhões de streams no Spotify nos últimos oito anos. As vendas de ingressos são ótimas, como as críticas, isso mostra que ainda somos relevantes. E ainda estou me divertindo! — conta ele, que esteve no Brasil só uma vez com o Toto, em 2007, e somente em São Paulo (em 2013, fazendo jus à reputação de session man, Steve integrou a All-Starr Band do eterno beatle Ringo Starr, em turnê brasileira).

— Faz “apenas” 17 anos que estamos tentando levar o Toto de volta ao Brasil. Chegaram a nos convidar para fazer o Rock in Rio, mas já estava tudo acertado para fazermos shows em algum outro lugar na mesma época — lamenta.

Filho de John Williams

Em suas contas, o Toto que vem ao Brasil, com a turnê “Dogz of Oz”, é a 18ª encarnação da banda. Ele tem integrantes que estão indo e voltando desde os anos 1980, como Joseph Williams (vocais e teclados, filho do maestro John Williams, criador das trilhas de “Star Wars” e “Indiana Jones”, entre outras) e Warren Ham (sopros e vocais) Outros estão há menos tempo, mas não são nada distantes da história do Toto.

— John Pierce, o baixista (que já tocou com Mick Jagger, Tom Petty, Huey Lewis & The News e Pablo Cruise), e eu morávamos no mesmo quarteirão em Los Angeles e nascemos com poucos meses de diferença. Ele estava na minha banda de adolescente, Still Live, onde começou o Toto — conta. — E Greg Phillinganes (tecladista, diretor musical de Michael Jackson e peça fundamental do disco “Thriller”) voltou à banda (em 2022) já que David Paich não consegue mais viajar.

Evitando entrar em detalhes, Lukhater explica que o fundador da banda está bem, só não tem mais condições de saúde para embarcar num avião e tocar (“é por isso que colocamos ‘David Paich apresenta’ nos cartazes, porque ele está vivo e dirige o negócio comigo.”). Em 2018, Paich e o guitarrista chegaram a perder na justiça o direito de usar o nome da banda, em ação movida pela viúva de Jeff Porcaro.

— Íamos ter que renunciar ao nome Toto e nos chamar Dogz of Oz. No entanto, paguei para ter o nome de volta e agora quero recuperar o investimento! — brada. — Tudo o que eu e Joseph estamos tentando fazer é juntar os melhores músicos para tocar nossa música da maneira que acho que deveria soar, e esperar que nossos irmãos estejam olhando do Céu. O que se esperava que eu fizesse? Nunca mais tocar com o Toto? Coloquei quase 50 anos da minha vida nessa banda!

Tudo o que Steve Lukhater quer no Brasil é “tocar bem e dar umas gargalhadas”.

— Quem vier ver a banda ao vivo vai ficar maravilhado. Temos cinco vocalistas no palco, e cada um deles brilha individualmente, realmente trabalhamos duro — assegura. — Tudo que faço é manter a música viva, o Toto sempre será a banda de Dave e Jeff. E um bocado de dinheiro está indo para as famílias de Mike (Porcaro, baixista da banda, irmão de Jeff e Steve, morto em 2015) e Jeff, então não é que só eu esteja enriquecendo. Todo mundo ganha!

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