Um dos maiores eventos destinados a curtas-metragens no Brasil e na América Latina, o Festival Curta Cinema chega nesta quarta-feira à 33ª edição, com uma programação de mais de 150 filmes de 32 países, exibidos até 24 de abril no Estação Net Botafogo, no Rio. Com mostras competitivas, nacional e internacional, o evento também qualifica produções para concorrer a uma vaga na categoria de melhor curta-metragem do Oscar 2025. Os ingressos podem ser retirados gratuitamente uma hora antes das sessões na bilheteria do próprio cinema.
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— O festival é janela para filmes a que, normalmente, o público não tem acesso pelo circuito comercial — diz Ailton Franco Jr. , diretor do Curta Cinema.
!['Eu fui assistente de Eduardo Coutinho' — Foto: Divulgação](https://s2-oglobo.glbimg.com/63uwPI8lOe0NTIkUQFBnOAiULoc=/0x0:853x480/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/U/B/WoBduQQLqTciZAeyKzAg/106604025-sc-eu-fui-assistente-de-eduardo-coutinho-festival-curta-cinema-2024.jpg)
Na noite de abertura, a partir das 20h de hoje, são apresentados quatro curtas, dois deles cariocas. Um é “Eu fui assistente do Eduardo Coutinho”, de Allan Ribeiro, que mostra que o diretor, como o próprio nome da produção evoca, auxiliou o lendário documentarista morto em 2014. O outro é “Rosa”, de Pedro Murad, sobre Vania Rosa, mulher que já viveu nas ruas e hoje volta às calçadas no comando de programas sociais.
Os curtas “Yaya”, da chilena Leticia Akel Escárate, sobre a amizade entre uma menina com síndrome de Down e um adolescente rebelde, e “Um filme sobre crianças”, do palestino Ibrahim Handal, completam a abertura.
— A obra de Handal fala sobre crianças palestinas no campo de refugiados de Belém que decidem conhecer a praia. É uma comédia sentimental que trata de um tema sério de forma leve e delicada — diz Ailton. — Em um tempo de tantos discursos extremados e violentos, é importante exibi-lo.
!['How to disappear' — Foto: Divulgação](https://s2-oglobo.glbimg.com/nfiC9cOEAQVeKDwbHJ-cJdIkyjM=/0x0:1146x480/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/8/Z/4aRANXQjAQbAskp9hPbw/106604043-sc-howto-disappear-festival-curta-cinema-2024.jpg)
O Curta Cinema traz ainda cinco obras feitas a partir de videogames, que podem ser assistidas numa só sessão. Os diretores fazem parte de um coletivo austríaco chamado Total Refusal. No site do grupo, eles se descrevem como uma “guerrilha focada na intervenção artística e apropriação de games mainstream”. E dizem “revelar o aparato político além das texturas polidas e hiper-realistas desta mídia.”
Um dos filmes listados é “How to disappear”, de 2019, que já havia passado pela edição virtual do festival em 2020 e feito barulho, tendo vencido, à época, o Prêmio Especial do Júri.
— Ele foi o mais bem avaliado pelo público e impactou profundamente os jurados em 2020 — lembra o diretor do festival. — Depois, descobrimos que o coletivo se dedicava a uma abordagem crítica dos videogames e várias outras obras. Com o contínuo lançamento de novos títulos deles e a imensa visibilidade internacional, achamos importante trazer esse conjunto de filmes.
agenda em SP
Além dos filmes, o Estação Net Botafogo recebe uma masterclass gratuita de direção com o artista visual Arthur Omar, no sábado, às 15h. O caráter pedagógico do programa continua com o Laboratório de Curtas-Metragens, nos dias 18,19 e 24 de abril.
Apesar do foco no Rio, o evento também aterrissa em São Paulo nos dias 26 e 27, com uma programação especial no Museu da Imagem e do Som. Todo o calendário da mostra pode ser consultado no site curtacinema.com.br.