Cultura
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Por — Rio de Janeiro

O velório do cantor Anderson Leonardo, do grupo de pagode Molejo, é realizado no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, Zona Oeste do Rio, desde as 11h deste domingo (28). O artista morreu nesta sexta-feira (26), aos 51 anos, por consequência de um câncer na região inguinal. O sepultamento deve ocorrer às 16h.

Na capela, fechada à imprensa, estão os familiares, incluindo o pai do cantor, o produtor musical Bira Haway, que idealizou e formou o Molejo no fim dos anos 1980. Também se reúnem no local os quatro filhos de Anderson, frutos de diferentes casamentos: Alessa, de 30 anos; Leozinho Bradock, de 29, que é mestre de bateria da escola de samba Lins Imperial; Rafael Phelipe, de 28, que toca no Grupo Surpreender; e a caçula Alice, de 3 anos.

Bira, em cadeira de rodas e visivelmente abalado, cumprimentou os fãs e falou com a imprensa durante o velório.

— Para mim, que sou pai, perder um filho… estou muito abatido — diz. — A gente está muito baqueado. Não é fácil. É uma perda muito grande. Um dos maiores artistas do país partiu, mas deixou um bom legado. Vamos agora agilizar para lançar o projeto "Paparico", para que não caia no esquecimento.

O trabalho foi gravado no início do ano passado, enquanto Anderson estava em tratamento contra o câncer. Ao menos 13 artistas participam com releituras e músicas inéditas.

— O Anderson sempre será um artista muito virtuoso. Ele teve a ideia de fazermos esse trabalho, parece que já estava se preparando — diz o pai do cantor.

Apesar do sol forte e das altas temperaturas, antes do início do velório, uma fila já se formava do lado de fora da capela, com pessoas prestando homenagens e cantando músicas do grupo. Algumas até imitavam coreografias.

Fãs se despedem de Anderson Leonardo, do Molejo, e prestam homenagens. Grupo fez grande sucesso no Brasil entre os anos 1990 — Foto: Gabriel de Paiva/Agência O Globo
Fãs se despedem de Anderson Leonardo, do Molejo, e prestam homenagens. Grupo fez grande sucesso no Brasil entre os anos 1990 — Foto: Gabriel de Paiva/Agência O Globo

Entre os fãs que puxavam o coro e as palmas estava Rosane Brito Gomes, de 57 anos, moradora de Pedra de Guaratiba, também na Zona Oeste da cidade, para acompanhar o velório.

— O Anderson é meu amor. Eu conhecia os meninos da banda, já até me botaram no palco. Eu sou fã desde que eles eram pequenos, nos anos 90, quando eu frequentava os bailes e as rodas de samba — conta a carioca. — Ele iria querer música e alegria nesse momento. Agora ele está no andar de cima cantando e tocando o cavaquinho dele.

O fã Reginaldo Reis, de 61 anos, que acompanhou o grupo Molejo desde o início da carreira, trouxe flores para a despedida do ídolo.

— É um domingo triste, uma despedida dura. Mas vamos seguir vivendo, sem solidão — afirmou.

Um dos grupos mais famosos e irreverentes do pagode dos anos 1990, o Molejo estourou grandes hits em todo o país, como "Cilada", "Caçamba", "Brincadeira de Criança", "Dança da Vassoura", "Paparico" e "Clínica Geral".

Fãs de Anderson Leonardo, do Molejo, fazem coreografia na despedida do cantor; o sambista lutava contra um câncer desde 2022 — Foto: Gabriel de Paiva/Agência O Globo
Fãs de Anderson Leonardo, do Molejo, fazem coreografia na despedida do cantor; o sambista lutava contra um câncer desde 2022 — Foto: Gabriel de Paiva/Agência O Globo

Luta contra o câncer

O pagodeiro, mais conhecido como Anderson Molejão, se tratava contra um câncer na região inguinal desde 2022. O câncer do sambista foi descoberto em outubro daquele ano. Dois meses depois, ele chegou a anunciar que estava curado. No entanto, em maio de 2023, contou ter tido que retomar o tratamento.

Anderson Leonardo estava internado e apresentou uma piora no quadro de saúde. O artista morreu na última sexta-feira (26). O músico carioca estava internado na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital Unimed, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Recentemente, colegas realizaram uma campanha, por meio das redes sociais, solicitando que fãs e amigos doassem sangue.

Este ano, antes desta última internação, Anderson já tinha ficado no hospital por 20 dias, após buscar atendimento no dia 27 de fevereiro. Logo em seguida, no dia 24 de março, ele precisou ser internado mais uma vez para tratar uma insuficiência renal. O cantor chegou a ter boa evolução, foi para o quarto, mas voltou para a UTI.

Como é o câncer inguinal?

Desde o fim de 2022, quando descobriu um câncer inguinal (na região da virilha), Anderson Leonardo vinha se submetendo a um tratamento para controlar o avanço da doença e aplacar as dores decorrentes dela. Tipo raro de tumor, este câncer está associado a inflamações prolongadas e pode estar ligado à infecção pelo papilomavírus humano (HPV). É mais comum em homens acima dos 50 anos de idade, mas pode acometer jovens.

Dentre os sintomas mais comuns do câncer inguinal, como no caso de Anderson, estão o aparecimento de uma ferida no pênis ou úlcera persistente no local. O homem também pode sentir dores localizadas e notar sangue ao urinar ou ter relações sexuais. De acordo com o Ministério da Saúde, é possível que seja feita uma cirurgia para a retirada do tumor. Quimioterapia e radioterapia podem ser outras opções viáveis de tratamento.

Morre Anderson Leonardo:

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