Madonna vai usar playback em show histórico em Copacabana? Produtor e pioneirismo explicam

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Polêmico, o playback é o uso integral de vozes pré-gravadas durante uma apresentação. Durante o show em Copacabana, porém, os milhares de fãs de Madonna vão, sim, ouvi-la cantar. Passagens de som às vésperas do show permitiram ao público notar a voz da artista em canções como "Nothing Really Matters" e "Express Yourself" (embora amplificadores tenham auxiliado a espalhar o som).

No entanto, a artista terá bases pré-gravadas das canções para acompanhá-la na maior parte das faixas do show. Tal recurso, inclusive, foi uma das contribuições da estrela e do chamado rei do pop, Michael Jackson, para o mundo do entretenimento e as performances ao vivo.

Além disso, Madonna "camuflou" músicos nos palcos durante décadas, o que será reproduzido no palco em Copacabana. Foi assim que a diva pop conduziu apresentações da turnê em outros países, acompanhada pelo balé.

Produtor da turnê, Stuart Price explicou numa entrevista passada à Billboard que o uso das bases prontas contribui para trazer à tona gravações antigas e originais de Madonna.

— Madonna, desde o início, decidiu que queria apresentar o show de uma forma diferente. E ela queria fazer isso de uma maneira digna de nota — destacou Price, antes do início da tour. — Apresentaremos as gravações: vamos desconstruí-las, manipulá-las, reinventá-las, fazer malabarismos e usar partes que nunca foram ouvidas antes.

O show deve exibir aos fãs o total de 30 faixas, com participações especiais, como a de Pabllo Vittar.

Os fãs que lotavam a frente do Copacabana Palace tomaram um susto na tarde desta sexta-feira (3), véspera do megashow de Madonna, às 17h10. Do palco, veio um estrondo: o hit “La isla bonita”. Muitos correram e atravessaram a Av. Atlântica. Logo a música trocou para “Music”, e os ritmistas que participaram do ensaio desta quinta, voltaram ao palco, com Pabllo Vittar. Madonna, no entanto, ainda demoraria cerca de duas horas para aparecer — o que não foi um problema para as centenas de fãs que começavam, pouco a pouco, a se aglomerar entre o calçadão e as areias de Copacabana.

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Por volta das 17h32, uma sósia-dublê de Madonna subiu ao palco com “Nothing really matters”, música que abre o show, e, dali em diante, passou a se movimentar pelo palco, somente com as batidas das músicas, como “Open your heart”. Um operador de câmera a acompanhava. Mesmo sem as letras e a voz da artista, os fãs cantavam por ela e aplaudiam como se estivessem na frente da Rainha do pop.

O ensaio com a dublê seguiu com “Holiday”, “Live to tell”, “Like a prayer” (um dos momentos mais animados entre os fãs, que tentavam acompanhar a melodia da música), “Erotica” e terminou cerca de uma hora depois, com a dançante e animada “Hung up”. Ela vestia um figurino idêntico ao usado por Madonna no show (e no ensaio da própria Rainha, na madrugada desta sexta), uma camisola vermelha com detalhes em renda preta.

Por volta das 19h10, ela finalmente chegou, para a alegria das centenas de fãs que a aguardavam ansiosamente. Mascarada, como no ensaio desta quinta, e vestindo um cropped de uma camisa número 10 do Brasil, Madonna subiu ao palco com “Live to tell”. Depois, com Pabllo Vittar, a estrela ensaiou os passos que farão em “Music”, mas ainda sem a música. O momento inclui bandeiras do Brasil e Madonna no colo de Pabllo.

Em seguida, na frente de uma das passarelas e empunhando um violão, Madonna começou a dedilhar “Express yourself”. “Vamos Rio, quero ouvir vocês”, ela disse. Mas nada se compara à animação contagiante que tomou conta das areias e do calçadão quando Madonna começou, em seguida, a cantar “La isla bonita”, ainda no violão.

Com os ritmistas de escolas de samba que estiveram mais cedo no palco, Madonna e Pabllo Vittar surgiram do chão. “Senhoras e senhores, Pabllo Vittar”, disse a Rainha, erguendo a mão da brasileira. As duas performaram a dançante “Music”, que terminou com os passos ensaiados anteriormente. Ao fim da música, perto das 20h, os fãs entoaram o nome de Madonna repetidas vezes, numa prévia do que vem a seguir neste sábado, com as 1,5 milhão de pessoas que devem comparecer ao maior show da carreira da popstar americana. O amor entre a Rainha do pop e o público do Rio de Janeiro, ao que tudo indica, parece ser mais que correspondido.