Cultura
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Por — Cannes, França

Em março, durante a semana das festas que antecederam a cerimônia do Oscar, em Los Angeles, Thierry Frémaux era o orgulho em pessoa. “Aqui estamos quase um ano depois, e os principais vencedores do Festival de Cannes do ano passado ainda estão em todas as conversas e aqui no Oscar”, comentou alegremente o diretor geral da mostra francesa, referindo-se a “Anatomia de uma queda” e “Zona de interesse”, vencedores, respectivamente, da Palma de Ouro e do prêmio do júri do ano passado, e que posteriormente chegaram a disputar (e venceram) algumas das principais categorias do prêmio da Academia americana deste ano.

Frémaux não saudava apenas o selo de aprovação do Oscar. Também atentava para o fato de Cannes, que celebra o cinema de autor, estar cada vez mais no radar das premiações de Hollywood, a ponto de ver três laureados no festival francês na disputa de melhor filme daquela temporada — o terceiro foi “Assassinos da lua das flores”, de Martin Scorsese, uma produção americana. E grandes autores é o que não falta na seleção de 77ª edição do festival, que abre nesta terça-feira (14) com a projeção, fora de competição, da comédia “Le deuxiéme acte”, dirigido pelo francês Quentin Dupieux, cineasta que causou sensação no Festival de Veneza no passado com “Daaaaaalí!”

A competição de Cannes deste ano renova seu compromisso o cinema de prestígio, exibindo os novos filmes de autores como o chinês Jia Zhang-ke (“Caught by the tides”), o italiano Paolo Sorrentino (“Parthenope”), o russo Kirill Serebrennikov (“Limonov — The ballad”), o canadense David Cronenberg (“The shrouds”), a britânica Andrea Arnold (“Bird”), e o brasileiro Karim Aïnouz (“Motel destino”). Nem mesmo as greves de roteiristas e atores americanos do ano passado, que se arrastaram por meses e comprometeram os cronogramas de lançamento, impediram que Cannes garantisse a participação de produções americanas na edição de 2024 — dentro e fora da competição oficial.

Manobra audaciosa

Fora da corrida pela Palma de Ouro há pelo menos duas superproduções hollywoodianas em condições de garantir brilho extra ao tapete vermelho: “Furiosa — Uma saga Mad Max”, de George Miller, a aguardada prequel de “Mad Max — Estrada da fúria” (2015) e que traz Anya Taylor-Joy como a versão jovem da personagem de Charlize Theron no filme anterior; e “Horizon, an American saga”, a primeira parte do épico de faroeste dirigido e protagonizado por Kevin Costner. Já na disputa principal estão “Kinds of kindness”, dirigido pelo grego Yorgos Lanthimos, ainda polindo os Oscars de “Pobres criaturas”; “Oh, Canada”, de Paul Schrader; “Anora”, de Sean Baker; e “Megalopolis”, de Francis Ford Coppola.

A presidente do júri é a atriz e diretora americana Greta Gerwig, autora de um dos maiores hits de 2023, “Barbie”.

— Não foi uma seleção fácil de montar, por causa das greves de classes nos Estados Unidos, que acabaram tirando de nosso alcance alguns títulos que desejávamos muito. Mas o cinema americano está absolutamente presente no festival desde ano, com trabalhos de veteranos e novos realizadores — confirmou Frémaux, que homenageará a atriz Meryl Streep e o diretor e produtor George Lucas com uma Palma de Ouro honorária. — A magia da tela grande está intacta. O programa do ano passado foi um grande sucesso, mas não podíamos imaginar o que aconteceria com aqueles filmes quando a anunciamos.

A inclusão de última hora do filme de Coppola, que não lança um novo trabalho desde 2016 (“Distant vision”), é uma manobra audaciosa da parte de Frémaux, que envolve algum risco: produzido pelo próprio realizador octogenário, ao custo de US$ 120 milhões, e estrelado por Adam Driver, “Megalopolis” chega a Cannes ainda sem distribuidor. O épico futurista do ganhador de duas Palmas de Ouro (por “A conversação”, em 1974, e “Apocalipse now”, em 1979) não tem ainda sequer um contrato de distribuição na França, o que fere uma das regras dos filmes em competição em Cannes, a mesma que deixa de fora as produções da Netflix.

— Coppola faz parte da família de Cannes, e não só porque ganhou duas Palmas. Mas também porque sempre esteve muito próximo de nós ao longo das décadas — disse Frèmaux à época do anúncio da programação.

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