A partir dessa quinta-feira (16), O GLOBO reforça o time de colunistas do Segundo Caderno com a estreia de dois novos nomes. O roteirista e dramaturgo Gustavo Pinheiro e o jornalista, biógrafo e crítico musical Julio Maria vão se revezar, com textos publicados a cada 15 dias, sempre na página 2 das edições de quinta-feira, e no site do jornal. A ideia é oferecer ao leitor novas visões sobre a cena artística contemporânea que se desenrola no país.
Autor de espetáculos como “A lista”, que acaba de roteirizar para o cinema, e de “A tropa”, que juntos levaram mais de 100 mil espectadores ao teatro no último ano, Gustavo Pinheiro faz seu début amanhã.
No espaço, o carioca de 44 anos pretende narrar em detalhes o que tem visto ao circular com “olhar curioso e sem preconceito” pelas ruas do Rio de Janeiro.
— Muitos amigos me escrevem pedindo dicas, peças ou séries para assistir, então a ideia é usar o espaço da coluna para dividir essas informações também com os leitores. Falar de cultura, de livros, filmes, séries, peças, além de pequenos achados do dia a dia da nossa cidade— adianta Pinheiro. — O trabalho de autor de ficção faz com que se tenha naturalmente um olhar diferente para fatos, pessoas ou coisas do cotidiano, vai ser uma alegria dividir essas impressões com o leitor.
Pinheiro também traduziu a peça “Três mulheres altas”, que volta ao cartaz, no Teatro do Copacabana Palace, em julho. O mesmo acontece com seus outros espetáculos: “A lista”, no Teatro Adolpho Bloch; “A tropa”, no Teatro dos Quatro; e “Antes do ano que vem”, no Teatro Itália, em São Paulo.
Música e comportamento
Há três décadas cobrindo a cena musical para diferentes veículos, Julio Maria, de 51 anos, estreia no próximo dia 23. Maria é autor do livro “Nada será como antes”, biografia de Elis Regina que venceu, em 2015, o prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA) e está esgotada.
Ele também publicou “Ney Matogrosso: a biografia”, finalista do Prêmio Jabuti na categoria biografia em 2021. É autor ainda do livro “Palavra cruzada— O jogo da entrevista”, com 50 entrevistas realizadas para o Jornal da Tarde. A obra foi lançada em 2009 e traz papos com personalidades que vão de Mano Brown a Fernando Henrique Cardoso.
No mesmo ano, publicou a biografia “Santificado est” (com a jornalista Daniela Tófoli), com a história do primeiro santo brasileiro, Antônio de Santanna Galvão, o Frei Galvão.
Julio Maria, que foi repórter e crítico de música do jornal O Estado de S. Paulo por 30 anos, editor do Caderno de Variedades do Jornal da Tarde por dez anos e comentarista da Rádio Eldorado, vai oferecer aos leitores seu olhar sobre o impacto causado pela música na vida das pessoas.
— Estou há 30 anos observando a música e o comportamento que está por trás dela, o quanto ela revela sobre o comportamento das pessoas. Sempre gostei muito de desvendar, ir por uma rota que levasse a um caminho mais universal daquilo que parte da subjetividade — diz.
Julio Maria vive em São Paulo e pretende contar um pouco sobre a atual efervescência cultural paulistana.
— A noite por aqui continua sendo vibrante. Sempre há grandes shows acontecendo. Vou partir de insights, do interesse musical, mas pensando também em quem não conhece muito esse universo, não é um consumidor cultural, para apontar comportamentos interessantes.